Review: Rotting Christ – The Herectics (2019)



O Rotting Christ me conquistou quando lançou seu décimo disco, Aealo (2010). A união entre um metal repleto de melodia e elementos da música grega e mediterrânea deu ao mundo um álbum sensacional e totalmente fora da curva do que se fazia naquela época. E mesmo quase uma década depois, o disco continua soando inovador.

Entretanto, a banda liderado pelo vocalista e guitarrista Sakis Tolis jamais repetiu tal feito, pelo menos aos meus ouvidos. Tenho acompanhado o grupo desde então, fui atrás dos álbuns anteriores e ouvi os que vieram depois, e sigo com a opinião de que Aealo é o ápice da carreira do Rotting Christ.

The Heretics, novo trabalho do quarteto grego, não muda nada disso. Lançado na metade de fevereiro pela Season of Mist, o álbum traz dez músicas que mostram a banda seguindo a linha do black metal melódico que a consagrou. Resumida a apenas Sakis e seu irmão Themis (bateria), o Rotting Christ gravou um disco que não é ruim e tem bons momentos, mas possui pouca força para se destacar em um mercado tão competitivo quando o metal, onde novas bandas surgem a cada minuto.

As canções de The Herectics trazem a sempre marcante presença de melodia, aqui intercalada com coros quase onipresentes e que dão um clima meio sacro para as composições. Os andamentos me soaram meio repetitivos, o que contribuiu para a percepção de que trata-se de um trabalho que mostra a banda grega fazendo algo que já fez antes. A questão é que, para quem nunca ouviu o Rotting Christ, o álbum pode ter um efeito muito mais positivo do que para aqueles que já conhecem o som dos caras. E o mesmo vale para os fãs mais novatos de heavy metal e que não possuem tanta estrada no estilo, que certamente ficarão satisfeitos com a maneira como as canções dos irmãos Tolis são construídas, ao contrário de quem já possui um histórico maior dentro do estilo e perceberá que o caminho seguido pelos gregos já foi mais original.

Concluindo, The Herectis é um disco nota 6, no máximo nota 7 dependendo do humor de quem o analisa. E isso é pouco para uma banda que já gravou algo tão espetacular como Aealo.

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