Review: Ian Gillan and The Javelins – Raving With Ian Gillan and The Javelins (2000)



Você está prestes a completar 74 anos e é uma das maiores vozes da história do rock. Gravou discos imortais, seus álbuns estão na casa de milhões de fãs em todo o mundo e sua voz embala alguns dos maiores clássicos de história da música. O que você faz? O que Ian Gillan fez, logicamente: reúne a banda da sua adolescência e grava um novo álbum.

Gillan integrou o The Javelins no início dos anos 1960 e tocou com eles até aproximadamente 1962. Depois fez parte do Episode Six, e por fim se transformou em uma lenda no Deep Purple. Mas nunca esqueceu os amigos dos primeiros anos, tanto que reuniu a banda e gravou o primeiro álbum dos Javelins em 1994, Solo Agency and Representation. Esse disco foi relançado em 2000 na Inglaterra com outro título, Raving With Ian Gillan and The Javelins, mas mantendo as mesmas músicas. E agora este registro histórico chega ao Brasil em digipack pelas mãos da Shinigami Records, que já havia lançado por aqui o segundo (e até agora mais recente) álbum do grupo, Ian Gillan and The Javelins (2018).

Raving vem com quatorze releituras para clássicos do rock dos anos 1950 e 1960. Um tracklist delicioso e que mostra a paixão da banda pela música e a alegria de Gillan em se reunir com seus antigos companheiros. Gordon Fairminer (guitarra), Tony Tacon (guitarra), Tony Whitfield (baixo) e Keith Roach (bateria) nunca conseguiram emplacar uma carreira musical, ao contrário do vocalista, mas isso não quer dizer que tenham parado de tocar. A música não é só uma profissão, não é apenas um sonho. Ela é também diversão e uma forma de se conectar com o mundo, mantendo-se vivo e renovado. E é justamente essa sensação que a banda transmite e divide com os ouvintes.

As versões são bem feitas e passam um frescor agradável. O repertório foi muito bem escolhido e traz clássicos imortais como “Poison Ivy”, “Rave On”, “Somethin’ Else”, “Love Potion No. 9” e “Roll Over Beethoven”, embalando o fã em uma jornada pela era dourada do rock and roll.

A música é mais que lotar estádios. É mais do que viajar o mundo e conhecer novos lugares. A música é, acima de tudo, uma das formas mais eficazes de conectar as pessoas. Sejam elas velhos amigos da adolescência ou fãs que o acompanham por toda a vida. Em ambos os casos, Ian Gillan alcançou os seus objetivos com o The Javelins.

Comentários

  1. Melhor vocalista de rock and roll, ao lado de Mick Jagger e Elvis Presley, grande influência para Gillan. O que ele fez em "In Rock", no "Machine Head" e, principalmente, no "Made in Japan", é para poucos.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.