Review: Andralls – Bleeding for Thrash (2019)



Com mais de vinte anos de estrada, o Andralls é um dos nomes mais tradicionais da cena thrash metal brasileira. O trio formado por Alex Coelho (vocal e guitarra), Felipe Freitas (baixo e vocal) e Alexandre Brito (bateria) chega ao seu sexto trabalho em Bleeding for Thrash, lançado no final de junho e que é o sucessor de Breakneck (2012).

Bleeding for Thrash é um álbum feito sob medida para quem é fã do thrash metal mais tradicional, sem interferência ou influências de outros estilos e sonoridades. É thrash puro e sem enrolação, com canções rápidas, agressivas e diretas. A sonoridade remete ao final dos anos 1980 e início da década de 1990, em onze faixas que totalizam pouco menos de trinta minutos.

O álbum, gravado no Papiris Studio em São Paulo, foi produzido por Caio Monfort e masterizado por Neto Grous. As canções seguem a escola mais bruta de nomes como Slayer e o Testament dos primeiros anos, e muitas vezes se aproximam, de maneira sutil, do death metal. Os breakdowns e as mudanças de andamento e alterações de curso comumente associadas ao gênero não fazem parte da receita do Andralls, que foca na violência musical e na efetividade de uma sonoridade ostensivamente agressiva.

Pessoalmente, gosto da abordagem mais intrincada e técnica do thrash metal, algo que não passa pela fórmula do Andralls. Essa sonoridade extremamente homogênea acaba me parecendo muito mais eficaz quando ouvimos uma faixa de forma isolada e não funciona tão bem quando escutamos o disco completo, fortalecendo a percepção de a banda estar executando variações sobre o mesmo tema. O que, logicamente, não quer dizer que o disco não seja bom. Músicas como “Andralls on Fire, Pt. III” (cujo riff me lembrou o de “Arise”, do Sepultura), “Bleeding for Thrash”, “After Apocalypse” e “On Fire” devem cativar de imediato e são um sério risco para uma provável séria lesão no pescoço.

Se a sua praia é o thrash metal old school, vale a pena conferir o novo álbum do Andralls.

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