
Com mais de vinte anos de estrada, o Andralls é um dos
nomes mais tradicionais da cena thrash metal brasileira. O trio formado por
Alex Coelho (vocal e guitarra), Felipe Freitas (baixo e vocal) e Alexandre
Brito (bateria) chega ao seu sexto trabalho em Bleeding for Thrash, lançado no
final de junho e que é o sucessor de Breakneck (2012).
Bleeding for Thrash é um álbum feito sob medida para quem
é fã do thrash metal mais tradicional, sem interferência ou influências de
outros estilos e sonoridades. É thrash puro e sem enrolação, com canções
rápidas, agressivas e diretas. A sonoridade remete ao final dos anos 1980 e
início da década de 1990, em onze faixas que totalizam pouco menos de trinta
minutos.
O álbum, gravado no Papiris Studio em São Paulo, foi
produzido por Caio Monfort e masterizado por Neto Grous. As canções seguem a
escola mais bruta de nomes como Slayer e o Testament dos primeiros anos, e
muitas vezes se aproximam, de maneira sutil, do death metal. Os breakdowns e as
mudanças de andamento e alterações de curso comumente associadas ao gênero não
fazem parte da receita do Andralls, que foca na violência musical e na
efetividade de uma sonoridade ostensivamente agressiva.
Pessoalmente, gosto da abordagem mais intrincada e
técnica do thrash metal, algo que não passa pela fórmula do Andralls. Essa
sonoridade extremamente homogênea acaba me parecendo muito mais eficaz quando
ouvimos uma faixa de forma isolada e não funciona tão bem quando escutamos o
disco completo, fortalecendo a percepção de a banda estar executando variações
sobre o mesmo tema. O que, logicamente, não quer dizer que o disco não seja bom.
Músicas como “Andralls on Fire, Pt. III” (cujo riff me lembrou o de “Arise”, do
Sepultura), “Bleeding for Thrash”, “After Apocalypse” e “On Fire” devem cativar
de imediato e são um sério risco para uma provável séria lesão no pescoço.
Se a sua praia é o thrash metal old school, vale a pena conferir o
novo álbum do Andralls.
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