Review: King Hobo – Mauga (2019)



O King Hobo é a união entre o Clutch e o Opeth. Mas, na prática, as coisas não são assim tão preto no branco. A banda surgiu na segunda metade da década de 2000, quando Per Wiberg, então tecladista do Opeth, conheceu Jean-Paul Gaster, baterista do Clutch. Os dois fizeram algumas jams e curtiram o resultado, chamaram o vocalista e guitarrista Thomas Andersson (do Kamchatka) e o baixista Ulf Rockis Ivarsson, levaram essa experiência para o estúdio e gravaram o disco de estreia do projeto, lançado em 2008.

Então se passarem onze anos sem nenhum novo material. Nesse tempo, Wiberg deixou o Opeth, passou a tocar ao vivo com o Candlemass e assumiu o baixo no Kamchatka, enquanto Gaster viu o Clutch crescer bastante e ser aclamado pela crítica. E então, no final de maio, fomos surpreendidos com um novo álbum do King Hobo. Mauga traz dez músicas em um álbum redondo, com muita força e com cara de banda principal dos integrantes.

O som do King Hobo é um hard com uma pegada assumidamente setentista. Guitarra e teclado dividem o mesmo espaço, enquanto a cozinha é malandra e cheia de groove. O som varia entre rocks mais enérgicos e composições com uma pegada mais viajante, onde a banda tira o pé do acelerador e entrega momentos de inegável beleza. O Deep Purple e o Uriah Heep estão entre as referências do quarteto, além dos próprios Clutch e Kamchatka e um bem colocado tempero psicodélico que vem direto dos anos 1960. A voz de Andersson é um grande diferencial, além das melodias sempre bem construídas e ideias bastante agradáveis.

Mauga é um disco que está sendo pouco falado tanto pela imprensa especializada quanto pelos ouvintes, mas acredito que isso aconteça – principalmente no segundo caso – mais por desconhecimento de sua existência do que qualquer outro fator.

Pois bem: após ler esse review, você não tem mais essa desculpa. Ouça agora mesmo e descubra um dos melhores álbuns de 2019.

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