Alta Fidelidade virou série, e você deveria assistir


Alta Fidelidade já foi filme, e agora também é série. A adaptação da obra do escritor inglês Nick Hornby traz Zoë Kravitz no papel principal e difere da versão cinematográfica não apenas no gênero da protagonista, mas em muitos outros aspectos. E uma curiosidade: Zoë é filha de Lenny Kravitz com Lisa Bonet, atriz norte-americana que participou da versão cinematográfica lançada em 2000 interpretando a cantora Maria De Salle, que tem um breve romance com o protagonista Rob Gordon.

Produzida pelo serviço de streaming norte-americano Hulu, a série Alta Fidelidade chamou a atenção, inicialmente, por trocar o gênero de seu personagem principal. Ao invés de Rob Gordon, agora temos Robyn Brooks. E a Rob interpretada por Zoë traz um novo olhar sobre a história criada por Nick Hornby. A trama é a mesma, mas com diferenças ora sutis e outras nem tanto, que deixam a série atraente tanto para quem já leu o livro quanto pra quem também assistiu ao filme.

A música segue sendo o fio condutor, a trilha sonora é excepcional e a trama mantém as desilusões amorosas como elemento principal. Rob tem como parceiros o ex-namorado Simon Miller, que faz às vezes do personagem Dick do filme mas em uma versão menos introvertida e tímida, enquanto Da’Vine Joy Randolph interpreta Cherise, que nada mais é do que a versão feminina de Barry Judd, personagem de grande destaque no cinema e que impulsionou a carreira do então iniciante Jack Black. Nos episódios iniciais, inclusive, a semelhança no modo de falar e na linguagem corporal de Cherise e Barry chega a incomodar, mas com o desenvolvimento da série Da’Vine encontra o equilíbrio e entrega uma personagem com vida própria.


A série conta com dez episódios de aproximadamente trinta minutos cada, que apresentam o universo repleto de música, cultura pop e desilusões amorosas de Rob. Zoë conquista o espectador com sua naturalidade, e o recurso da quebra da quarta parede tão utilizado na versão cinematográfica também é um dos pontos de destaque aqui, dando ainda mais veracidade para a sua Rob Brooks.

Pra quem coleciona e gosta de música, uma das melhores coisas de Alta Fidelidade, seja qual for o seu formato, são as dezenas, centenas de referências e citações a artistas, canções e discos. Analisar cada cena filmada na Championship Vinyl, a loja de Rob, tentando identificar cada um dos discos à venda é só uma delas. Um ponto que particularmente gostei muito é a passagem em que uma esposa irritada com o fim de seu relacionamento decide vender a coleção repleta de itens raríssimos de seu marido por um valor irrisório. No livro, Hornby detalha vários discos desse mitológico acervo. No filme, isso passa quase batido. Porém, aqui na série, temos mais contato e somos apresentados de maneira visual a essa incrível coleção, em um dos momentos mais legais da história.

O fato é que Alta Fidelidade, não importa o formato, é um dos mais sensíveis e fiéis retratos dessas pessoas estranhas e com manias esquisitas: nós, os colecionadores de discos. Que venha logo a segunda temporada.



A série não está disponível no Brasil, infelizmente, mas é possível assistir fazendo download e recorrendo a outras fontes.

Comentários

  1. A série é maravilhosa, que bom que comentou sobre, pois não vi nenhuma critica a respeito. Tanto o livro, quanto o filme são incríveis, o filme talvez tenha sido o que mais assisti na vida. A cena da mulher traída que quer se desfazer da coleção de discos do marido também existe no filme, porém não foi incluída no corte final.

    https://www.youtube.com/watch?v=uZywY3ZQBp4

    ResponderExcluir
  2. Maratonei cara, muito parecido com meu apê, vinilzada espalhada por todos os lados, e trilha sonora para cada momento da vida!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.