O Iron Maiden é uma instituição do heavy metal. Com álbuns que moldaram o gênero e um legado incontestável, a banda britânica coleciona clássicos absolutos como The Number of the Beast (1982), Powerslave (1984) e Seventh Son of a Seventh Son (1988). Mas e os discos que ficaram à sombra desses gigantes?
Neste artigo, revisitamos 10 álbuns frequentemente subestimados — seja por terem sido lançados em fases menos prestigiadas, por fugirem do padrão esperado ou por estarem ofuscados pelos clássicos. Todos eles, no entanto, merecem uma nova chance.
1. No Prayer for the Dying (1990)
Após o épico Seventh Son, a banda optou por um som mais
direto e cru. Apesar das críticas, faixas como “Tailgunner”, “Mother Russia” e
“Bring Your Daughter… to the Slaughter” mostram um Maiden mais enxuto, mas
ainda inspirado. Um disco que ganha pontos na simplicidade.
2. The Final Frontier (2010)
Muita gente lembra da capa, mas poucos voltam ao disco. The
Final Frontier soa como um ensaio para os voos mais épicos de The Book
of Souls e Senjutsu. “Coming Home”, “Starblind” e “When the Wild
Wind Blows” são destaques que mostram uma banda madura, em plena forma
criativa. Vale a redescoberta.
3. The X Factor (1995)
Sombrio, melancólico e introspectivo, marcou a estreia de
Blaze Bayley. “Sign of the Cross” é uma das músicas mais ambiciosas da banda. O
disco tem atmosfera densa e narrativa envolvente — mas exige tempo e atenção
para ser apreciado em sua totalidade.
4. Dance of Death (2003)
Lançado após o retorno triunfal de Bruce Dickinson e Adrian Smith em Brave New World (2000), tem
uma produção polêmica e uma das capas mais criticadas da história. Ainda assim,
músicas como “Paschendale”, “Journeyman” e “Montségur” mostram o Maiden
operando em alto nível. Um disco irregular, mas com picos altíssimos.
5. A Matter of Life and Death (2006)
Ignorado por alguns pela sonoridade densa e pelo fato de
não ter passado por masterização final, é um dos discos mais coesos e pesados
do Iron Maiden. “These Colours Don’t Run” e “Brighter Than a Thousand Suns” merecem
lugar entre as melhores da era moderna da banda.
6. Fear of the Dark (1992)
Embora tenha se tornado um dos álbuns mais populares da
banda por causa da faixa-título, muitas músicas do disco são frequentemente
esquecidas. “Afraid to Shoot Strangers”, “Childhood’s End” e “Judas Be My
Guide” mostram a banda buscando novos caminhos num cenário em mudança.
7. Killers (1981)
Ofuscado pelo sucesso de The Number of the Beast, Killers
é um disco coeso, rápido e violento. Paul Di’Anno está em sua melhor forma, e
Adrian Smith estreia com elegância. “Wrathchild”, “Murders in the Rue Morgue” e
“Purgatory” ainda são dinamite pura.
8. The Book of Souls (2015)
Primeiro álbum duplo da carreira da banda, recebeu
críticas por sua duração. Mas faixas como “Empire of the Clouds”, “The Red and
the Black” e “If Eternity Should Fail” mostram um Maiden épico, ainda ambicioso
e criativo mesmo após quatro décadas de estrada.
9. Senjutsu (2021)
Mais introspectivo, atmosférico e cadenciado, Senjutsu
dividiu opiniões. No entanto, é um trabalho maduro e conceitual, com faixas
como “Hell on Earth”, “Death of the Celts” e “Lost in a Lost World” revelando um Iron Maiden mais contemplativo — e ainda relevante.
10. Somewhere in Time (1986)
Sim, é um dos álbuns clássicos — mas curiosamente ainda é
menos celebrado que os demais da “era de ouro”. Sua sonoridade futurista com
sintetizadores e faixas como “Caught Somewhere in Time” e “Alexander the Great”
ganharam mais respeito com o passar dos anos. Hoje, soa tão refrescante e inovador quanto em
1986.
Discos subestimados revelam camadas escondidas. Muitas vezes, um álbum criticado no lançamento amadurece bem com o tempo — e nos mostra novas facetas de uma banda que nunca parou de evoluir. O Iron Maiden tem clássicos incontestáveis, mas sua discografia completa oferece muito mais do que os “best of” sugerem.
Coloque esses discos para tocar com ouvidos abertos. Há mais joias ocultas na discografia da Donzela do que muita gente imagina.
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