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Helloween e o nascimento do power metal: a fúria de Walls of Jericho (1985)


No cenário do metal europeu dos anos 1980, a Alemanha começava a ganhar destaque com bandas que iriam definir o power metal como conhecemos hoje. Nesse contexto, o Helloween surgiu como uma força inovadora, e Walls of Jericho (1985), seu álbum de estreia, é um marco que captura a energia bruta e a ousadia da banda em seus primeiros passos.

O disco é fortemente influenciado pelo heavy metal britânico — Iron Maiden e Judas Priest são referências claras —, mas o Helloween acrescenta uma velocidade e agressividade que se aproximam do thrash emergente, criando uma fusão única. A técnica de Kai Hansen e Michael Weikath nas guitarras, combinada com a precisão da dupla Markus Grosskopf e Ingo Schwichtenberg  no baixo e na bateria, estabelece um som ao mesmo tempo melódico e caótico, prenunciando o que seria o power metal alemão clássico.

Entre os destaques do álbum, “Ride the Sky” acelera com riffs cortantes e vocais que mesclam potência e raiva controlada. “Walls of Jericho”, a faixa-título, encapsula a essência do disco: agressividade, velocidade e uma pegada épica que, mesmo com produção crua, soa impressionante. Cada música carrega aquela sensação de banda jovem transbordando energia e ambição, sem medo de desafiar os limites do gênero. E “How Many Tears” se transformou no primeiro grande clássico da banda, mesclando melodia, velocidade e emoção de forma cirúrgica.


O impacto de Walls of Jericho foi imediato na cena alemã e começou a reverberar internacionalmente. Ele não só colocou o Helloween no mapa como também ajudou a definir o que se tornaria o power metal europeu: guitarras rápidas e precisas, linhas vocais melódicas e uma atmosfera grandiosa mesmo nas passagens mais agressivas. Bandas posteriores, como Gamma Ray e Blind Guardian, beberiam diretamente desse som pioneiro.

O legado de Walls of Jericho é inegável. Apesar de sua produção simples comparada aos padrões atuais, o disco mantém uma energia crua que faz qualquer fã de metal se levantar do sofá. É uma cápsula do tempo que mostra a urgência de uma banda em deixar sua marca e permanece uma referência essencial para quem quer entender as origens do power metal alemão.


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