Por Fábio Pires
Colecionador e Pesquisador Musical
Música como Arte
Fabio´s Little Journal
Como mesmo diz Augusto Pelegrini (um dos homens fortes da divulgação do jazz no Brasil, com programas de rádio em São Luís do Maranhão e autor de “Jazz: das Raízes ao Pós-Bop”): "a melhor maneira de entender o significado do jazz é simplesmente ouvir jazz”. Essa frase é um tanto quanto contundente e simples.
Nos próximos posts quero tratar da grande cidade-mãe do jazz: Nova Orleans.
O jazz, como muitos de nós o conhecemos, tem e talvez tenha adquirido (de cinquenta anos para cá) um status de música para “ouvidos apurados”, ou até mesmo “música da elite”. Vemos a música jazz tocada em lugares mais “bacanas” (como restaurantes e bares da classe alta de grandes capitais mundo afora), em comerciais de TV (pelo menos muitas quando eu era garoto, naquelas propagandas de mulheres bonitas e cigarros), em bares pouco freqüentados ou freqüentados apenas por músicos profissionais atualizados com os mais recentes lançamentos.
Minha visão é a de que o jazz, nos últimos tempos, tem se desviado para uma aparência mais elitista de música, repelindo a atenção de muitos que dele poderiam se aproveitar, gerando desconfiança do público adulto e, principalmente, dos jovens, gerando a idéia de que é um estilo musical para a terceira idade. Bem, pelo menos é essa a visão que o jazz criou através de seu, um tanto quanto, poder de se isolar do restante dos outros gêneros musicais.
O jazz tem em suas raízes o sofrimento, o lamento, o choro (assim como o blues, seu primo) de um povo angustiado que tentava, através da distorção da música clássica e do som das bandas militares, fazer-se entender e ser valorizado, o que realmente aconteceu muitos anos depois de sua origem (muita incerta e contraditória quanto ao termo “jazz”, bem no final do século 19 com as raízes do ragtime).
Vou deixar nesse primeiro encontro algumas referências de músicos dos primórdios do jazz. Recomendo que ouçam qualquer material desses artistas, já que suas gravações não foram álbuns freqüentes, mas um conjunto de obras reunidas posteriormente em álbuns que acabariam se tranformando em referência aos grandes que surgiriam depois.
Jerry Roll Morton (pianista)
Scott Joplin (pianista)
Buddy Bolden (líder de banda)
Dominick James La Rocca (cornetista)
Nos próximos posts quero tratar da grande cidade-mãe do jazz: Nova Orleans.
Abraço a todos.
Mestre Fábio, seu texto está excelente. Ganhamos muito no blog com a sua participação. Aguardo a próxima aula ansiosamente.
ResponderExcluirAbração.
Obrigado, meu caro.Esse trabalho vai ser um pouco mais voltado para a cronologia do estilo.Acho importante que as raízes sejam bem mostradas.A origem do estilo se cruza com o blues, e essa linha é muito tênue, além é claro mostrar os artistas do início do estilo e como eles foram referências para o jazz moderno, o R&B, o soul, o funk e até para o hip-hop (olha só !!).Gostei muito das fotos, (acertou em cheio, cara).Prometo textos mais consistentes nos próximos.A coisa está apenas começando.Abraços.
ResponderExcluirGrande texto!
ResponderExcluirObrigado, Marcello.Acho que temos agora é que trabalhar numa divulgação forte para esse blog...
ResponderExcluirExcelente matéria. Parabéns!
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