Por Fábio Pires
Pesquisador e Colecionador
Isto é Jazz
O surgimento do jazz, geograficamente, é reconhecido por muitos por ter se dado em New Orleans, onde até hoje as raízes do estilo continuam na vida social dos habitantes, mesmo após a trágica enchente de 2005. Mas não somente lá ele se desenvolveu, como também em outros estados (Memphis, St. Louis, Kansas e Missouri).
O surgimento do jazz, geograficamente, é reconhecido por muitos por ter se dado em New Orleans, onde até hoje as raízes do estilo continuam na vida social dos habitantes, mesmo após a trágica enchente de 2005. Mas não somente lá ele se desenvolveu, como também em outros estados (Memphis, St. Louis, Kansas e Missouri).
Mais especificamente no Missouri, em Sedalia, temos o advento do ragtime, considerado por muitos como o pré-jazz, sendo o seu primeiro estilo. O ragtime não possuía um improvisação específica como acontecia no jazz, desde seu início, mas já era swingado desde sua origem. Seu pico de popularidade, podemos dizer, foi de 1897 à 1918. Como música de dança, era uma modificação das famosas marchas militares baseadas em tempos de 2/2 ou 4/4, com notas graves e de melodia acompanhadas na mão direita. Essas batidas sincopadas levam o ouvinte a vibrar com a cadência da música.
Scott Joplin, mencionado no primeiro tópico, era considerado o Rei do Ragtime. O mesmo pregava um ritmo mais lento para que depois se pegasse o swing da melodia. O termo ragged time (uma marcação não regular para a música, esse é o termo que achamos no dicionário Cambridge Advanced Learning) virou ragtime posteriormente.
Em New Orleans, a miscigenação de raças com franceses, espanhóis, russos, italianos, cubanos e africanos moldou o cenário exato para a formação do jazz. Escutava-se valsas, marchas prussianas, canções italianas, africanas e cubanas, isso sem contar os spirituals das lavouras de algodão (canções de lamentação dos negros escravos), as canções blues e os shouts (gritos de lamentação diferenciados dos spirituals).
Naquela época em New Orleans, não somente os negros tinham a tradição jazzística, mas também os brancos com seus instrumentos refinados e caros, que criaram um jazz mais sofisticado, mencionando todas as influências citadas acima. Com harmonia mais limpa, sonoridade mais fiel às canções européias, os brancos não utilizavam os sons estridentes caracteríticos dos negros. Obviamente que os brancos, detentores do poder, refletiam essa característica negra também em suas canções com, por exemplo, o artista branco Papa Jack Laine. Ele conferiu uma maior notoriedade ao estilo com suas orquestras Original Dixieland Jazz Band e a New Orleans Rhythm Kings. Não havia muito ainda a presença do solo, e a improvisação era a marca registrada desse início do estilo. Canções como “Tiger Rag”(1917) e “At the Jazz Band Ball”(1919) ajudaram a divulgar o jazz branco que se difundia então.
Em 1917, a Original Dixieland Jazz Band consegue gravar o primeiro disco de jazz com grande sucesso em Nova York, difundindo assim a palavra jazz como uma maneira de se fazer música, que se iniciou mais claramente no sul dos Estados Unidos.
Nota do autor: nessa pesquisa o site e-Jazz e a obra "The Rough Guide to Jazz" foram duas de minhas fontes.
Em 1917, a Original Dixieland Jazz Band consegue gravar o primeiro disco de jazz com grande sucesso em Nova York, difundindo assim a palavra jazz como uma maneira de se fazer música, que se iniciou mais claramente no sul dos Estados Unidos.
Nota do autor: nessa pesquisa o site e-Jazz e a obra "The Rough Guide to Jazz" foram duas de minhas fontes.
Saber sobre a história do jazz é fundamental aos amantes da música.
ResponderExcluirAliás, aproveito para dizer que o blog está sensacional, recheado de coisa boa. inclusive fiz um texto sobre o mesmo em meu blog, espero que gostem.
Abraços!
Acho que precisamos tirar um pouco esse 'ranço' elitista que o jazz teve muito à partir da década de 80.O povo infelizmente não o conhece, ficando renegado à um seleto grupo que vai assistir ao Michael Bubblé achando que ele é um 'crooner' legítimo do jazz, por exemplo.Lamentável...
ResponderExcluirPô Lucas, valeu pelo enorme elogio. Nem sei o que dizer. Seja bem-vindo sempre. Abração.
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