Por Benjamin Braden
Jornalista
Deutsche Welle
No passado, eles eram populares em todo o mundo. Hoje, os discos de vinil só conseguem sobreviver graças a um nicho especial do mercado. "O fato de este disco ter sido prensado aqui é o melhor exemplo do renascimento do vinil", diz Holger Neumann, presidente da empresa Pallas, ao apontar a capa de um LP de Diana Ross em seus melhores tempos.
A Pallas, uma empresa familiar localizada na pequena cidade de Deipholz, no estado da Baixa Saxônia, fabrica discos de vinil há mais de sessenta anos. Neumann afirma que o trabalho ali não é movido pela nostalgia dos velhos tempos. Ele confirma que hoje ainda é possível ganhar dinheiro produzindo discos de vinil, mesmo que os valores nem se comparem aos do mercado do CD.
O que mantém a Pallas, na verdade, é um estabelecimento situado do outro lado da rua, onde são prensados CDs. O departamento de vinil contribui apenas com 10% do faturamento total da empresa. A Pallas é uma das últimas grandes fábricas de discos de vinil do mundo. Na Europa, esse nicho do mercado é compartilhado por apenas cinco empresas, num segmento que se recuperou um pouco nos anos noventa, após o choque do advento do CD nos anos oitenta.
Hoje, pode-se falar até mesmo de um pequeno boom do vinil, mesmo que em baixa escala. Em 2007 foram comercializados seis milhões de discos de vinil em todo o mundo, o dobro do ano anterior. Na Alemanha foram 700 mil discos vendidos, 100 mil a mais do que em 2006. Embora sejam números míseros em relação ao setor de CDs, a Pallas supre, no momento, uma demanda considerável.
"Estou convencido de que vamos continuar produzindo vinis nos próximos seis ou oito anos", diz Neumann. Há duas décadas, uma frase como essa teria parecido absurda, pois naquele momento a Pallas estava exatamente inaugurando sua nova fábrica de CDs. Em relação ao maquinário de fabricação dos LPs, restava a pergunta no ar: deixamos aí ou mandamos para o ferro-velho? "Não tínhamos bem certeza, devo confessar", diz Neumann. No fim, acabou valendo o instinto dos donos da empresa, "que diziam que deveríamos deixar as máquinas aqui". Hoje, a sensação é a de que essa foi uma decisão certa. Um terço dos 140 funcionários da Pallas trabalham na produção de vinis.
Recentemente foi produzido, por exemplo, o primeiro álbum solo da Diana Ross, de 1970. Enquanto uma máquina esfria, as outras já estão trabalhando nas próximas encomendas. Cada uma delas fabrica dois LPs por minuto, o que permite à Pallas produzir dez mil discos por dia.
Mas produzir para quem? Kai Seemann, gerente da Speakers Corner Records, localizada em Gettorf, nas proximidades de Kiel, é um especialista na reedição de discos desaparecidos há muito do mercado. "Quem compra discos são pessoas que cresceram com o vinil e não conseguem deixar isso de lado. Ou jovens, para quem um LP é uma coisa nova. Não um CD sem vida, não uma música baixada da internet, mas algo concreto", descreve Seemann. O ano de 2008 foi o melhor para sua empresa, que vendeu 50 mil discos, atingindo um faturamento de 1,3 milhão de euros.
Kai Seemann, um dos clientes assíduos da Pallas, foi quem encomendou o LP de Diana Ross. Para ele, a qualidade vale mais que o preço. E a Pallas é uma das fabricantes de vinil com os melhores padrões de qualidade do mundo, garante ele. Para fazer jus à fama, os funcionários da empresa de Diepholz fazem de tudo. O controle de qualidade é rígido. Um processo dispendioso e detalhado, considerando o longo processo desde as gravações de som no estúdio, passando pela prensa metálica, até chegar ao disco pronto.
Udo Karduck, responsável pelo controle do sulco do vinil, é uma das pessoas-chave para a qualidade do produto final. O sulco é considerado o cérebro do disco. A cada dia, Karduck ouve o vinil que produz com um tocador especial e ainda utiliza um microscópio. Sua meta não é ouvir sons agradáveis, mas sim detectar desníveis, poeira ou qualquer crepitação indesejada. Ao descobrir um defeito no vinil, Karduck utiliza uma caneta para marcar a posição e gira o microscópio sobre o lugar exato. Com um buril, ele limpa o sulco do disco no ponto marcado. Tudo isso com muito cuidado, pois qualquer movimento em falso pode arranhar o sulco e comprometer a perfeição do disco que chega ao consumidor.
Kai Seemann, um dos clientes assíduos da Pallas, foi quem encomendou o LP de Diana Ross. Para ele, a qualidade vale mais que o preço. E a Pallas é uma das fabricantes de vinil com os melhores padrões de qualidade do mundo, garante ele. Para fazer jus à fama, os funcionários da empresa de Diepholz fazem de tudo. O controle de qualidade é rígido. Um processo dispendioso e detalhado, considerando o longo processo desde as gravações de som no estúdio, passando pela prensa metálica, até chegar ao disco pronto.
Udo Karduck, responsável pelo controle do sulco do vinil, é uma das pessoas-chave para a qualidade do produto final. O sulco é considerado o cérebro do disco. A cada dia, Karduck ouve o vinil que produz com um tocador especial e ainda utiliza um microscópio. Sua meta não é ouvir sons agradáveis, mas sim detectar desníveis, poeira ou qualquer crepitação indesejada. Ao descobrir um defeito no vinil, Karduck utiliza uma caneta para marcar a posição e gira o microscópio sobre o lugar exato. Com um buril, ele limpa o sulco do disco no ponto marcado. Tudo isso com muito cuidado, pois qualquer movimento em falso pode arranhar o sulco e comprometer a perfeição do disco que chega ao consumidor.
Viva o vinil, 4 ever!
ResponderExcluirA música no formato padrão como a conhecemos (LP, cd ou cassete)está morta.Teremos que aguentar toda essa história de mp3 e de elogios à esse sistema de pessoas que sequer escutaram um disco em suas vidas.O grande problema ainda maior é que estamos vendo lojas fecharem devido à um novo pensamento do 'consumidor' de música que privilegia um recurso fraco tecnicamente falando.É o fim...
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