Por Fábio Pires
Colecionador e pesquisador
Isto é Jazz
Sinto-me muito feliz em escrever sobre um dos grandes mestres do jazz do século passado, um homem que fez sua obra baseado na paixão pelo estilo e pela música de uma forma geral.
Sinto-me muito feliz em escrever sobre um dos grandes mestres do jazz do século passado, um homem que fez sua obra baseado na paixão pelo estilo e pela música de uma forma geral.
Uma verdadeira celebração da essência do jazz em si era representada na figura de John Coltrane. Suas canções, seu trabalhos, sua vida de músico marcaram definitivamente a história do gênero. O estilo era um antes dele e se transformou a partir do momento em que o mestre do sax alto/tenor/soprano começou a compôr. Vejamos então como foi sua vida e obra nessa primeira parte, em texto traduzido por mim do The Rough Guide to Jazz (3rd Edition):
Indo para a Filadélfia após se formar no ginásio, John Coltrane começou a estudar o saxofone formalmente. Ele passou seu serviço militar numa banda da marinha, após fez uma turnê com King Kolax de 1946 a 1947 e com Eddie Vinson de 1947 a 1948.
De volta à Filadélfia, ensaiou com a big band de Jimmy Heath em 1948. Depois, juntou-se à big band de Dizzy Gillespie (junto com Heath e outros da Filadélfia). Ele continuou quando o grupo de Dizzy tornou-se um sexteto entre 1950 e 1951, e mudou permanentemente para o sax tenor, o qual já tinha tocado com Vinson.
Saindo em turnês posteriormente com Gay Crosse (1952), Earl Bostic (mesmo ano) e Johnny Hodges (de 1953 a 1954), Coltrane alternava com permanências na Filadélfia e trabalhos com músicos locais, incluindo o brilhante Jimmy Smith (organista e um dos criadores do chamado soul jazz) em 1955. John Coltrane tornou-se membro do novo quinteto de Miles Davis de 1955 a 1957 e começou a gravar exaustivamente com Miles, Paul Chambers (um dos mais influentes contrabaixistas do jazz), quando ganhou o apelido de Trane.
Em 1957, durante o que se tornou sua última permanência em casa, Coltrane conseguiu dar uma pausa em seu longo vício em álcool e drogas pesadas, e experimentou uma elevação espiritual a qual resultou em consequências musicais imediatas. Grava o primeiro de muitos álbuns que levavam seu nome e também toca com Thelonius Monk em discos e ao vivo, antes de retornar ao trabalho com Miles Davis entre 1958 a 1960.
No final dessa associação formava-se o John Coltrane Quartet, a clássica formação que contava com McCoy Tyner (que juntou-se no verão norte-americano de 1960) e o baixista Jimmy Garrison (final de 1961). Apesar do sucesso financeiro e artístico do grupo, que fez quatro turnês pela Europa, Coltrane estava continuamente buscando expandir seus horizontes.
Eric Dolphy tornou-se mais um membro temporariamente entre 1961 e 1962, e Coltrane regularmente convidava músicos mais jovens e com mentes mais abertas para tocar em suas performances até que, no segundo semestre de 1965, radicalmente mudou a formação de seu grupo, apresentando primeiro Pharoah Sanders na sax tenor, Rashied Ali na bateria e sua segunda esposa, Alice Coltrane, no piano. Mas um ano depois, após uma turnê pelo Japão, começou a recusar apresentações devido ao extremo cansaço e, logo depois, morreu de câncer de fígado em 17 de julho de 1967.
Veremos posteriormente, na segunda parte, o que resultou de todo o trabalho de Coltrane, numa análise de sua obra, colaborações com outros músicos e o legado de sua vida no jazz, bem como sua discografia completa durante seu tempo de vida.
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