Por Ricardo Seelig
Colecionador
Quinto álbum do bando liderado por Jeff Tweedy, A Ghost is Born é o sucessor do excelente Yankee Hotel Foxtrot, de 2002, desde já um dos grandes discos desta década. Antes de analisarmos o CD, vale lembrar que este é o primeiro álbum do grupo sem o guitarrista e tecladista Jay Bennet, que teve papel fundamental na construção da sonoridade da banda.
Com Bennet no grupo o Wilco lançou apenas dois álbuns, ambos excelentes. O primeiro, Summerteeth, saiu em 1999 e pode ser considerado como uma introdução para o que viria a seguir. Contando com excelentes músicas, como a bela "She's a Jar", "Shot in the Arm", "I'm Always in Love", "ELT" e a obra-prima "How to Fight Loneliness", o álbum deu início a uma das parcerias mais produtivas dos últimos tempos e fincou de vez o Wilco no posto de banda fundamental do chamado alt.country, papel conquistado pelo grupo com o seminal Being There, de 1996.
Com Bennet no grupo o Wilco lançou apenas dois álbuns, ambos excelentes. O primeiro, Summerteeth, saiu em 1999 e pode ser considerado como uma introdução para o que viria a seguir. Contando com excelentes músicas, como a bela "She's a Jar", "Shot in the Arm", "I'm Always in Love", "ELT" e a obra-prima "How to Fight Loneliness", o álbum deu início a uma das parcerias mais produtivas dos últimos tempos e fincou de vez o Wilco no posto de banda fundamental do chamado alt.country, papel conquistado pelo grupo com o seminal Being There, de 1996.
Mas foi com o álbum seguinte que Jeff Tweedy e Jay Bennet mostraram todo o seu poder de fogo. Yankee Hotel Foxtrot jorra criatividade e ousadia por todos os cantos. Uma verdadeira coleção de pequenas jóias pop, onde se destacam "Jesus etc", "War on War", "Kamera". "I'm the Man Who Loves You" e "Heavy Metal Drummer", o disco foi um divisor de águas na carreira do grupo. Todo mundo já conhece a história, mas vamos relembrá-la mesmo assim: a gravadora recusou o álbum, que foi lançado de forma independente, alcançando mais de um milhão de cópias vendidas. Mas todo este processo quase acabou com o Wilco. O baterista Ken Coomer saiu durante as gravações de Yankee Hoteh Foxtrot e o guitarrista e tecladista Jay Bennet deixou a banda após o lançamento do álbum.
Tudo isso para dizer que, sem Bennet, o líder Jeff Tweedy ficou livre para experimentar, ainda mais, todas as suas loucuras. O que se ouve em A Ghost is Born é uma fúria criativa maravilhosa, mas que, em alguns momentos, soa meio perdida sem o direcionamento dado por Bennet.
O álbum abre com "At Least That's What You Said", que parece saída dos primeiros álbuns do mestre Neil Young. A canção é constituída basicamente de uma pequena introdução sussurrada por Tweedy, seguida de longos minutos de solos de guitarra furiosos, um tapa no ouvido de qualquer fã de rock. Essa é uma das melhores faixas do disco.
Em seguida Tweedy mergulha dentro de suas loucuras. "Hell is Chrome" é uma boa canção, mas longe do que o Wilco já fez. "Spiders (Kidsmoke)" tem um andamento repetitivo e lembra trilha de videogame. "Muzzle of Bees" parece que vai recolocar o álbum nos trilhos e nos remete aos grandes momentos acústicos do rock, como o terceiro disco do Led Zeppelin.
E lá pela metade do CD chega a obra-prima de A Ghost is Born. "Hummingbird" é uma balada doce e inocente, de uma leveza que eu pensei que não encontraria novamente em um álbum da banda. Belíssima.
Continuando o seu caminho, o disco nos entrega uma sequência de altos e baixos (a acima da média "Company in My Back", que parece saída das sessões de Summerteeth; a boa "I'm a Wheel", a pop "Handshake Drugs" e as contemplativas "Wishful Thinking", "Less Than You Think" e "Late Greats").
Bem no seu final A Ghost is Born ainda nos reserva uma grande surpresa, com a deliciosa "Theologians", pérola pop que mostra que, mesmo que errando o alvo algumas vezes, Jeff Tweedy e sua banda ainda tem fôlego para nos entregar pequenas jóias que unem o rock e o pop como ninguém.
Além da música, vale destacar a belíssima edição brasileira do álbum, com direito a luva protetora na embalagem e um longo encarte, que realçam ainda mais a bela arte gráfica, totalmente minimalista.
Enfim, esperava mais do Wilco após um álbum tão bom como Yankee Hotel Foxtrot, mas A Ghost is Born vale a pena, e muito. O que nos resta é encará-lo como um disco de transição com quatro ou cinco excelentes canções, e esperar pelo próximo CD, que terá papel fundamental na carreira da banda.
Tudo isso para dizer que, sem Bennet, o líder Jeff Tweedy ficou livre para experimentar, ainda mais, todas as suas loucuras. O que se ouve em A Ghost is Born é uma fúria criativa maravilhosa, mas que, em alguns momentos, soa meio perdida sem o direcionamento dado por Bennet.
O álbum abre com "At Least That's What You Said", que parece saída dos primeiros álbuns do mestre Neil Young. A canção é constituída basicamente de uma pequena introdução sussurrada por Tweedy, seguida de longos minutos de solos de guitarra furiosos, um tapa no ouvido de qualquer fã de rock. Essa é uma das melhores faixas do disco.
Em seguida Tweedy mergulha dentro de suas loucuras. "Hell is Chrome" é uma boa canção, mas longe do que o Wilco já fez. "Spiders (Kidsmoke)" tem um andamento repetitivo e lembra trilha de videogame. "Muzzle of Bees" parece que vai recolocar o álbum nos trilhos e nos remete aos grandes momentos acústicos do rock, como o terceiro disco do Led Zeppelin.
E lá pela metade do CD chega a obra-prima de A Ghost is Born. "Hummingbird" é uma balada doce e inocente, de uma leveza que eu pensei que não encontraria novamente em um álbum da banda. Belíssima.
Continuando o seu caminho, o disco nos entrega uma sequência de altos e baixos (a acima da média "Company in My Back", que parece saída das sessões de Summerteeth; a boa "I'm a Wheel", a pop "Handshake Drugs" e as contemplativas "Wishful Thinking", "Less Than You Think" e "Late Greats").
Bem no seu final A Ghost is Born ainda nos reserva uma grande surpresa, com a deliciosa "Theologians", pérola pop que mostra que, mesmo que errando o alvo algumas vezes, Jeff Tweedy e sua banda ainda tem fôlego para nos entregar pequenas jóias que unem o rock e o pop como ninguém.
Além da música, vale destacar a belíssima edição brasileira do álbum, com direito a luva protetora na embalagem e um longo encarte, que realçam ainda mais a bela arte gráfica, totalmente minimalista.
Enfim, esperava mais do Wilco após um álbum tão bom como Yankee Hotel Foxtrot, mas A Ghost is Born vale a pena, e muito. O que nos resta é encará-lo como um disco de transição com quatro ou cinco excelentes canções, e esperar pelo próximo CD, que terá papel fundamental na carreira da banda.
Faixas:
1. At Least That's What You Said - 5:36
2. Hell Is Chrome - 4:42
3. Spiders (Kidsmoke) - 10:50
4. Muzzle of Bees - 5:00
5. Hummingbird - 3:15
6. Handshake Drugs - 6:11
7. Wishful Thinking - 4:45
8. Company in My Back - 3:50
9. I'm a Wheel - 2:41
10. Theologians - 3:40
11. Less Than You Think - 15:06
12. The Late Greats - 2:30
1. At Least That's What You Said - 5:36
2. Hell Is Chrome - 4:42
3. Spiders (Kidsmoke) - 10:50
4. Muzzle of Bees - 5:00
5. Hummingbird - 3:15
6. Handshake Drugs - 6:11
7. Wishful Thinking - 4:45
8. Company in My Back - 3:50
9. I'm a Wheel - 2:41
10. Theologians - 3:40
11. Less Than You Think - 15:06
12. The Late Greats - 2:30
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