Por Anderson Nascimento
Colecionador e Jornalista
Galeria Musical
O futuro do consumo da música ninguém sabe qual vai ser. Alguns até tentam arriscar alguma previsão, mas a verdade é que dificilmente esse futuro já foi adivinhado por qualquer um que tenta descrevê-lo. Quando ouvimos falar em morte do CD, clichê do momento, fica difícil entender esse conceito, já que é triste imaginar que a substituição do CD terá como suplente os arquivos de músicas digitais, tecnologia mais nova em relação ao disco digital.
Que já nos acostumamos a ouvir música em celulares, computadores, Ipods e aparelhos portáteis, não resta dúvida, mas imaginar que um álbum será vendido inteiramente em formato digital, relegando aos JPG´s capas, ficha técnica e encartes, é desanimador. Dizer que a iminente volta do vinil preencherá completamente esse espaço também é sonhar demais, é pura utopia.
Não estou defendendo o CD, mesmo porque esse tipo de mídia de distribuição nunca me encantou. Desde que os maravilhosos LPs com encartes e capas que eram verdadeiras obras de artes foram abruptamente substituídos no Brasil pelos insossos disquinhos metalizados, o prazer de ouvir um álbum começou a ser cultuado por cada vez menos pessoas. Mas a questão aqui é que o formato físico mais popular nos dias de hoje não possui ainda um substituto.
Posso entrar na onda e arriscar também o meu palpite. Acredito em uma convivência pacífica entre os formatos, ao contrário da morte definitiva do CD, como aconteceu, por exemplo, com a fita cassete. A expressiva venda de vinis na Europa e Estados Unidos está respingando por aqui. Recentemente a Polysom, única fábrica de vinis da América Latina, foi comprada pelo dono da Deckdisc e está sendo reformada para voltar a fabricar LPs no Brasil, derrubando o preço que se paga por um vinil importado hoje aqui na terrinha. Segundo o próprio dono da Polysom, a demanda por pedidos de fabricação de novos vinis estão indo de vento em popa, o que certamente aquecerá essa indústria por aqui.
O futuro do consumo da música ninguém sabe qual vai ser. Alguns até tentam arriscar alguma previsão, mas a verdade é que dificilmente esse futuro já foi adivinhado por qualquer um que tenta descrevê-lo. Quando ouvimos falar em morte do CD, clichê do momento, fica difícil entender esse conceito, já que é triste imaginar que a substituição do CD terá como suplente os arquivos de músicas digitais, tecnologia mais nova em relação ao disco digital.
Que já nos acostumamos a ouvir música em celulares, computadores, Ipods e aparelhos portáteis, não resta dúvida, mas imaginar que um álbum será vendido inteiramente em formato digital, relegando aos JPG´s capas, ficha técnica e encartes, é desanimador. Dizer que a iminente volta do vinil preencherá completamente esse espaço também é sonhar demais, é pura utopia.
Não estou defendendo o CD, mesmo porque esse tipo de mídia de distribuição nunca me encantou. Desde que os maravilhosos LPs com encartes e capas que eram verdadeiras obras de artes foram abruptamente substituídos no Brasil pelos insossos disquinhos metalizados, o prazer de ouvir um álbum começou a ser cultuado por cada vez menos pessoas. Mas a questão aqui é que o formato físico mais popular nos dias de hoje não possui ainda um substituto.
Posso entrar na onda e arriscar também o meu palpite. Acredito em uma convivência pacífica entre os formatos, ao contrário da morte definitiva do CD, como aconteceu, por exemplo, com a fita cassete. A expressiva venda de vinis na Europa e Estados Unidos está respingando por aqui. Recentemente a Polysom, única fábrica de vinis da América Latina, foi comprada pelo dono da Deckdisc e está sendo reformada para voltar a fabricar LPs no Brasil, derrubando o preço que se paga por um vinil importado hoje aqui na terrinha. Segundo o próprio dono da Polysom, a demanda por pedidos de fabricação de novos vinis estão indo de vento em popa, o que certamente aquecerá essa indústria por aqui.
Já com relação ao CD acredito que ele ainda possui uma sobrevida por vários motivos, entre eles o custo baixo na fabricação, a portabilidade e a popularidade dessa mídia, pois qualquer residência tem um player de CDs.
Quanto aos arquivos digitais, certamente o ponto a favor é a facilidade de carregar centenas de músicas em um dispositivo que cabe na palma da mão. Por outro lado o que pesa contra é o esquecimento do conceito álbum, dando lugar ao conceito música.
Dessa forma, acredito que problemas como o desmoronamento nas vendas de álbuns jamais será sanado. O que resta aos artistas e gravadoras é apostar no produto diferenciado, feito para fãs. Casos como esses já estão acontecendo há algum tempo. Só para exemplificar, alguns álbuns em vinil, como o novo do Bob Dylan, Together Through Life, vem com CD encartado na mesma embalagem. Outros vem com uma senha para você fazer um download digital de forma legal. O novo do U2, No Line on the Horizon, saiu em oito formatos diferentes para o ouvinte escolher e comprar a versão que mais lhe agradava.
Não quero parecer saudosista, nem entrar no (de)mérito da pirataria, mas o consumo de música por prazer e não como pano de fundo deve ser feita em algum formato, e de preferência físico. Algo palpável e que dê a sensação de estar segurando uma obra de arte, algo que represente um momento na carreira de seu artista preferido, um objeto que você possa tocar e falar sobre ele. De que adianta ter a "discografia" de um artista em um aparelho portátil e não ser capaz de ao menos conhecer o nome de um dos álbuns, não saber a que período pertence uma determinada música, e apenas orgulhar-se por estar carregando todos os discos dos Beatles em MP3?
Dessa forma, acredito que problemas como o desmoronamento nas vendas de álbuns jamais será sanado. O que resta aos artistas e gravadoras é apostar no produto diferenciado, feito para fãs. Casos como esses já estão acontecendo há algum tempo. Só para exemplificar, alguns álbuns em vinil, como o novo do Bob Dylan, Together Through Life, vem com CD encartado na mesma embalagem. Outros vem com uma senha para você fazer um download digital de forma legal. O novo do U2, No Line on the Horizon, saiu em oito formatos diferentes para o ouvinte escolher e comprar a versão que mais lhe agradava.
Não quero parecer saudosista, nem entrar no (de)mérito da pirataria, mas o consumo de música por prazer e não como pano de fundo deve ser feita em algum formato, e de preferência físico. Algo palpável e que dê a sensação de estar segurando uma obra de arte, algo que represente um momento na carreira de seu artista preferido, um objeto que você possa tocar e falar sobre ele. De que adianta ter a "discografia" de um artista em um aparelho portátil e não ser capaz de ao menos conhecer o nome de um dos álbuns, não saber a que período pertence uma determinada música, e apenas orgulhar-se por estar carregando todos os discos dos Beatles em MP3?
A verdade é que a teorizada "morte do CD" sem uma substituição, no mínimo à altura, significaria assassinar também um pouquinho de uma das mais importantes formas de expressão da cultura: a música.
Esse assunto tem me incomodado tanto... eu tenho pensado que se o disco físico for extinto, eu deixo de consumir coisa nova.
ResponderExcluir"De que adianta ter a "discografia" de um artista em um aparelho portátil e não ser capaz de ao menos conhecer o nome de um dos álbuns, não saber a que período pertence uma determinada música, e apenas orgulhar-se por estar carregando todos os discos dos Beatles em MP3? "
ResponderExcluirPerfeita essa frase, perfeita. O CD está se tornando uma banalidade principalmente pela pirataria, mas também pelo descaso das pessoas, que ao invés de escutar a música, dizem que conhecem tal "a música daquele refrão" cujo nem o nome sabe. É uma vergonha para a cultura de nosso país, que já é enfraquecido por programas como Faustão, No Limite, A Fazenda, entre outros. Junte a isso, o fato de que o preço do cd/LP no Brasil é totalment fora dos padrões.
No Chile e na Argentina, o culto ao vinil é enorme, assim como na Europa. Foi um prazer entrar numa loja de discos e encontrar o vinil do S & M (Metallicca) por apenas 13 000 pesos chilenos (na época, 45 reais), sendo o mesmo vinil triplo, ou seja,15 reais por vinil. É um preço justo, ainda mais que o disco era importado. O Dance Of death do iron, em versão vinil picture,estava somene 8 000 pesos (algo como 20 reais). Aonde se encontra isso por aqui a esse preço? Infelizmente não pude trazer o Dance Of death, mas o S & M veio comigo.
Se as gravadoras brasileirass não cobrassem um preço absurdo pelo cd lançamento (40 reais as vezes), creio que essa conversa não existiria hoje.
"Algo palpável e que dê a sensação de estar segurando uma obra de arte, algo que represente um momento na carreira de seu artista preferido, um objeto que você possa tocar e falar sobre ele"
ResponderExcluirEm primeiro lugar, texto muito bom e assunto que dá margem a muitas e longas discussões. Mas digo que é uma questão geral nestes tempos de humanidade - vivemos no paradigma da descartabilidade. Tudo é descartável, os eletro-eletrônicos são praticamente assim e muitos e muitos outros exemplos, dos quais a música, enquanto produto, tb está inserido.
Agora, uma das principais causas no meu entender está relacionada com o trecho que destaquei. A própria indústria fonográfica, hoje vítima, foi algoz de quase todas as iniciativas de bandas que encararam a música realmente como arte e não (só) como mercadoria. Tantos esbarraram no "precisamos de um hit" ou "o som de vcs não tem potencial comercial". Como diria Raul, são carrascos e vítimas do próprio mecanismo que criaram. Com o acesso mais popularizado da informática e outros meios de produção de material fonográfico, o ouvinte casual de música, consumidor da música comercial das rádios, novelas e etc, que é indiscutivelmente o grande filão e a locomotiva da indústria fonográfica, não se importa mais em consumir música "descartável" em meios descartáveis ou semi-descartáveis (celulares, Ipods, caixinhas de computador, cds piratas e etc..). Quem aprecia música (colecionadores) continua mantendo seus hábitos e comprando Cds originais ou LPs, mesmo a preços proibitivos no nosso país. O aspecto triste é ver que nós tb pagamos (ou pagaremos) o preço pela derrocada da indústria fonográfica por não termos mais grande oferta de boas lojas e com a tendência de diminuição de lançamentos ou relançamentos. Somos o elo fraco da corrente.
Agora, opinião pessoal, não adianta empetecar os discos com trocentos artíficios gráficos/estéticos/auditivosse a música for ruim ou medíocre.
Ronaldo
Um dos fatores imediatos da queda na venda de discos é a chegada, cada vez mais frequente, de edições especiais às lojas. Discos bônus, formatos difereciados, hoje não são exceção, mas sim quase um nicho de mercado. Só gostaria que esses itens chegassem junto ao CD normal na loja, para que pudéssemos escolher, na hora de comprar, qual levar para casa, e não ficar indignado com o fato de, depois de termos adquirido um item de um artista que gostamos, ver aquele mesmo disco em uma edição muito mais interessante par venda.
ResponderExcluirNão acho que o CD irá morrer. Acho que ele ainda tem alguns anos de vida. Também não penso que o LP seja a solução dos problemas da indústria fonográfica, que são muito mais profundos do que uma discussão sobre o formato de mídia dominante. A indústria musical está perdida, perdeu o foco no seu negócio, não sabe o que o seu cliente consome, não fala a língua do seu consumidor, não sabe vender o seu produto e, o mais grave de tudo, vive em uma realidade ilusória que só fazia sentido há vinte, vinte e cinco anos atrás.
Essa realidade, de mega venda de discos, não voltará mais, pelos fatores levantados pelo Anderson em seu texto e por vários outros. É só olhar para os lados, se ver no espelho, para perceber que vivemos em um mundo diferente, cada vez mais.
Enquanto a indústria fonográfica não perceber isso, continuará ameaçando e perseguindo quem baixa música e quem disponibiliza música para download (e essas pessoas não estão cometendo pirataria, que isso fique bem claro, pois pirata é aquele que ganha algo com o que baixa gratuitamente na internet revendendo esse conteúdo para terceiros) ao invés de procurar pensar soluções concretas para o seu negócio.
0
ResponderExcluirdiscordo d parte da materia..
ResponderExcluireu só pude conhecer VARIAS bandas graças ao download e a intenet..
tenho a discografia de varias bandas apenas no digital, mas mesmo assim aprecio o conceito de album..
a cada album baixado eu pesquiso a historia do mesmo na net além da historia da banda..
apesar de faltarem alguns detalhes tecnicos, como engenheiro, produtor, artista de capa, acho q isso não atrapalha na apreciação da musica..
compro cds sempre q acho algum q goste e q o preço esteja baixo, mas sempre compro cds q já ouvi e tenho certeza d q é bom..
o unico cd q eu comprei sem ouvir nos ultimos 6 anos é o proximo do whitesnake q vem com uma revista classic rock de 132 pg dedicada a banda..
mesmo assim acho q o cd vai continuar, o disco vai crescer, assim como os downloads..
os musicos vão continuar lançando albuns ineditos para promoverem seuas turnes, q é de onde sairá o dinheiro...