Shadow Gallery: review do álbum Digital Ghosts (2009)!


Por Ricardo Seelig

Cotação: ***1/2

A vida nos coloca em situações delicadas de tempos em tempos. Quando menos esperamos, somos sacudidos por momentos que mudam a nossa trajetória. O grupo norte-americano Shadow Gallery passou por uma encruzilhada em 2008: no dia 29 de outubro daquele ano, o vocalista Mike Baker sofreu um ataque cardíaco fulminante e faleceu.

O que fazer diante de uma situação como essa? Dois caminhos se desenhavam à frente da banda. O mais seguro seria encerrar as atividades e dar um ponto final na carreira. Já a escolha mais arriscada era tentar seguir em frente, encontrando outro vocalista e reconstruindo sua história depois de um momento tão extremo como esse.

O Shadow Gallery escolheu a segunda alternativa, anunciou Brian Ashland como vocalista e seguiu em frente. O resultado é Digital Ghosts, lançado em 23 de outubro de 2009, praticamente um ano após a morte de Baker. Sexto álbum do grupo, Digital Ghosts sai agora no Brasil via Hellion Records, e irá agradar em cheio quem gosta de um prog metal repleto de classe e bom gosto.

O álbum conta com várias participações especiais. Ralf Scheepers, do Primal Fear, solta a voz em “Strong”. Clay Barton, do Suspyre, canta em “Venom”. O guitarrista Srdan Brankovic, do Expedition Delta, toca em “Strong”. Mas o que se destaca é o incrível poder de superação do quinteto formado por Gary Wehrkamp (guitarra e teclado), Brendt Allman (guitarra e vocal), Carl Cadden-James (baixo e flauta), Joe Nevollo (bateria) e o já citado Ashland. O resultado disso tudo faz de Digital Ghosts um dos melhores discos da carreira do Shadow Gallery.

Como era de se esperar, o álbum tem uma aura densa devido aos acontecimentos vividos pelo grupo. As faixas são longas - não existe nenhuma com menos de seis minutos - e bastante pesadas, com várias passagens instrumentais interessantes, que levam o ouvinte ao transe. Surpreendentemente, um dos principais destaques de Digital Ghosts são os vocais de Brian Ashland, limpos e cristalinos, que remetem ao timbre de Geoff Tate, do Queensryche.

Digital Ghosts é um trabalho sólido e forte. Com ele, o Shadow Gallery superou o momento mais delicado de suas duas décadas de carreira. Um álbum que reafirma o status do grupo como um dos principais nomes do prog metal em todo o mundo, ao lado do Dream Theater e do Symphony X.

Audição recomendada!


Faixas:
1 With Honor 9:59
2 Venom 6:22
3 Pain 6:22
4 Gold Dust 6:45
5 Strong 6:50
6 Digital Ghost 9:37
7 Haunted 9:37

Comentários

  1. Excelente banda, porém acho que se perdeu um pouco após Carved in Stone / Tyranny. Nessa época tinha tudo para ficar entre os grandes e não soube conduzir a carreira (os caras até pouco tempo atrás nunca tinham tocado ao vivo!). Achei este Digital Ghosts um bom álbum, mas muito inconscistente.

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