Por João Renato Alves
Cotação: ****
A espera foi até mais longa que o imaginado. Mas, finalmente, David Coverdale e sua trupe retornam com Forevermore, trabalho que dá continuidade à saga hard rock da Cobra Branca. Quem aprovou Good to Be Bad (2008), trabalho anterior, pode correr atrás sem medo de errar. As diferenças não são das maiores, o que por si só já é muito bom. Mas esse álbum possui uma veia blues mais forte em comparação aos mais recentes – leia-se por recente os últimos vinte anos, já que o grupo não é lá muito constante em trabalhos inéditos.
Um destaque positivo vai para o dono da bola. Apesar de, obviamente, não conseguir alcançar os registros de outrora, Coverdale conseguiu dosar bem seu timbre atual, oferecendo uma performance muito agradável. Doug Aldrich mostra mais uma vez o porquê de ser um dos grandes guitarristas da atualidade, além do parceiro ideal para David. Reb Beach preenche o papel de coadjuvante nas seis cordas com eficiência, mas é um bônus. Já a cozinha renovada se encaixa na proposta, especialmente Brian Tichy, que mostra mais uma vez que é um baterista pra lá de eficiente.
Como já é comum em resenhas especiais, vamos fazer um faixa-a-faixa para oferecer um panorama geral.
"Steal Your Heart Away": a guitarreira come solta na abertura, com uma pegada no melhor estilo “Slow an’ Easy”. Refrão para cantar junto pulando em um show. E os solos são algo de fazer o mais descrente se ajoelhar. De se exaltar também o belo desempenho do pai do Jorn Lande;
"All Out of Luck": surpreendente pegada setentista revista e atualizada. Backing vocals perfeitamente encaixados no refrão, oferecendo a marca registrada dos bons tempos. Remete a “Call on Me”, de Good to Be Bad;
"Love Will Set You Free": o primeiro single já era conhecido, graças ao videoclipe que vem rolando já há algumas semanas. Lembra bastante a faixa-título do álbum anterior. Rockão certeiro!;
"Easier Said Than Done": hora de dar uma amansada no clima. E poucos sabem fazer isso como Coverdale. Balada ótima para acompanhar climas românticos ou fossas emocionais. E não é assim sempre, de qualquer modo?;
"Tell Me How": injeção de peso novamente. Soberba sincronia vocal no refrão, dando um clima totalmente vintage ao som. Aldrich 'on fire' mais uma vez, mostrando que a escolha não poderia ter sido mais acertada!;
"I Need You (Shine a Light)": riff tipicamente classic rock para abrir, chegando a lembrar Pete Townshend, Keith Richards e outros heróis. Faixa com grande potencial para se tornar single. Melodia viciante. É ouvir e ter vontade de sair cantando junto;
"One of These Days": mantendo o clima old school da anterior, essa chega com uma levada acústica maravilhosa. Mas não se trata de uma balada, que fique claro. Clima de fim de festa em alto astral;
"Love and Treat Me Right": mesclando riffs da fase laquê com uma levada da era chapéu e bigode – além da canastrice de todo o sempre na letra –, tem tudo para cair no gosto dos adeptos. Construção impecável em toda a execução;
"Dogs in the Street": a filha de “Bad Boys” dá uma verdadeira pisada no acelerador. É o que de mais próximo se encontra do clássico 1987 por aqui. Dá até para imaginar o grande John Sykes disparando riffs e solos de sua Les Paul enquanto se ouve;
"Fare Thee Well": a mais emocional de todas também conta com arranjo de violões. Mas aqui sim, o clima é totalmente baladeiro. Capaz de emocionar até mesmo uma pedra;
"Whipping Boy Blues": o que dizer de um título desses? Praticamente entrega o jogo com antecedência. Ótima trilha sonora para acompanhar farras e bebedeiras. É preciso destacar que essa é a melhor performance instrumental de todo o álbum. Riffs sacanas e uma levada impecável;
"My Evil Ways": espancamento de peles para começar. Boogie rock como só a velha guarda sabe fazer, temperado pela soberba execução de um time que sabe muito bem o que faz. Precisa mais?;
"Forevermore": a faixa-título é a mais longa, com seus 7 minutos e 22 segundos. Mas isso não faz com que ela se torne enfadonha. Climática e trabalhada, lembra o único álbum do Coverdale/Page.
É claro que a maioria das faixas jamais será executada ao vivo, por problemas de logística nos setlists, que precisam conter a maioria dos clássicos. Mas quando a gente lamenta esse tipo de situação, é o melhor dos sinais. Uma prova que, mesmo após tanto tempo, o Whitesnake ainda consegue ser relevante ao lançar um disco novo. Algo digno de aplausos, ainda mais se considerarmos a enorme quantidade de bandas que atualmente apenas se arrastam.
Um destaque positivo vai para o dono da bola. Apesar de, obviamente, não conseguir alcançar os registros de outrora, Coverdale conseguiu dosar bem seu timbre atual, oferecendo uma performance muito agradável. Doug Aldrich mostra mais uma vez o porquê de ser um dos grandes guitarristas da atualidade, além do parceiro ideal para David. Reb Beach preenche o papel de coadjuvante nas seis cordas com eficiência, mas é um bônus. Já a cozinha renovada se encaixa na proposta, especialmente Brian Tichy, que mostra mais uma vez que é um baterista pra lá de eficiente.
Como já é comum em resenhas especiais, vamos fazer um faixa-a-faixa para oferecer um panorama geral.
"Steal Your Heart Away": a guitarreira come solta na abertura, com uma pegada no melhor estilo “Slow an’ Easy”. Refrão para cantar junto pulando em um show. E os solos são algo de fazer o mais descrente se ajoelhar. De se exaltar também o belo desempenho do pai do Jorn Lande;
"All Out of Luck": surpreendente pegada setentista revista e atualizada. Backing vocals perfeitamente encaixados no refrão, oferecendo a marca registrada dos bons tempos. Remete a “Call on Me”, de Good to Be Bad;
"Love Will Set You Free": o primeiro single já era conhecido, graças ao videoclipe que vem rolando já há algumas semanas. Lembra bastante a faixa-título do álbum anterior. Rockão certeiro!;
"Easier Said Than Done": hora de dar uma amansada no clima. E poucos sabem fazer isso como Coverdale. Balada ótima para acompanhar climas românticos ou fossas emocionais. E não é assim sempre, de qualquer modo?;
"Tell Me How": injeção de peso novamente. Soberba sincronia vocal no refrão, dando um clima totalmente vintage ao som. Aldrich 'on fire' mais uma vez, mostrando que a escolha não poderia ter sido mais acertada!;
"I Need You (Shine a Light)": riff tipicamente classic rock para abrir, chegando a lembrar Pete Townshend, Keith Richards e outros heróis. Faixa com grande potencial para se tornar single. Melodia viciante. É ouvir e ter vontade de sair cantando junto;
"One of These Days": mantendo o clima old school da anterior, essa chega com uma levada acústica maravilhosa. Mas não se trata de uma balada, que fique claro. Clima de fim de festa em alto astral;
"Love and Treat Me Right": mesclando riffs da fase laquê com uma levada da era chapéu e bigode – além da canastrice de todo o sempre na letra –, tem tudo para cair no gosto dos adeptos. Construção impecável em toda a execução;
"Dogs in the Street": a filha de “Bad Boys” dá uma verdadeira pisada no acelerador. É o que de mais próximo se encontra do clássico 1987 por aqui. Dá até para imaginar o grande John Sykes disparando riffs e solos de sua Les Paul enquanto se ouve;
"Fare Thee Well": a mais emocional de todas também conta com arranjo de violões. Mas aqui sim, o clima é totalmente baladeiro. Capaz de emocionar até mesmo uma pedra;
"Whipping Boy Blues": o que dizer de um título desses? Praticamente entrega o jogo com antecedência. Ótima trilha sonora para acompanhar farras e bebedeiras. É preciso destacar que essa é a melhor performance instrumental de todo o álbum. Riffs sacanas e uma levada impecável;
"My Evil Ways": espancamento de peles para começar. Boogie rock como só a velha guarda sabe fazer, temperado pela soberba execução de um time que sabe muito bem o que faz. Precisa mais?;
"Forevermore": a faixa-título é a mais longa, com seus 7 minutos e 22 segundos. Mas isso não faz com que ela se torne enfadonha. Climática e trabalhada, lembra o único álbum do Coverdale/Page.
É claro que a maioria das faixas jamais será executada ao vivo, por problemas de logística nos setlists, que precisam conter a maioria dos clássicos. Mas quando a gente lamenta esse tipo de situação, é o melhor dos sinais. Uma prova que, mesmo após tanto tempo, o Whitesnake ainda consegue ser relevante ao lançar um disco novo. Algo digno de aplausos, ainda mais se considerarmos a enorme quantidade de bandas que atualmente apenas se arrastam.
Registro indispensável na coleção dos fãs de carteirinha. E viva o “fator Doug Aldrich”!
Faixas:
1. Steal Your Heart Away
2. All Out of Luck
3. Love Will Set You Free
4. Easier Said Than Done
5. Tell Me How
6. I Need You (Shine A Light)
7. One of These Days
8. Love and Treat Me Right
9. Dogs in the Street
10. Fare Thee Well
11. Whipping Boy Blues
12. My Evil Ways
13. Forevermore
Faixas:
1. Steal Your Heart Away
2. All Out of Luck
3. Love Will Set You Free
4. Easier Said Than Done
5. Tell Me How
6. I Need You (Shine A Light)
7. One of These Days
8. Love and Treat Me Right
9. Dogs in the Street
10. Fare Thee Well
11. Whipping Boy Blues
12. My Evil Ways
13. Forevermore
Olá,
ResponderExcluirGostaria de expressar meu desgosto pela qualidade das últimas capas dos álbuns do Whitesnake: muito pobres, 'computadorizadas'. Viva Love Hunter, Slide It In, etc!
ouvindo aqui...primeiro som ainda, mas já animado!
ResponderExcluirConcordo com o Emanuel...as capas chegam até a ser amadoras. Coisa de "photoshopeiro" de internet mesmo...uma pena!
Uma coisa que eu acho interessante citar é que, apesar de possuir influências das fases "chapéu e bigode" e "laquê e batom", o Whitesnake atual consegue ter uma identidade própria, como se fosse uma terceira fase. As referêrncias ao passado são inevitáveis, mas sendo Forevermore o segundo trabalho dessa fase, faz com que a banda caminhe para possuir uma terceira pele (já que estamos falando da cobra) na carreira.
ResponderExcluirReb Beach preenche o papel de coadjuvante nas seis cordas com eficiência, mas é um bônus
ResponderExcluirIsso é muito estranho, ter um cara do cacife de Reb Beach como segundo guitarrista, dono de técnica e musicalidade elevadíssima. Mas é inegável que o parceiro perfeito para Coverdale nesse caso é mesmo Doug Aldrich, um músico em uma veia mais tradicional e com personalidade suficiente para ocupar a posição que ocupa.
Jay, belo comentário. Certamente esse retorno desde 2003 se configura em uma fase à parte das anteriores, com estilo próprio, se apoderando de influências de épocas anteriores, mas de maneira alguma soando como cópia.