Por João Renato Alves
Nota: 6
Após um álbum que satisfez a maioria dos fãs (Revelation, 2008) mas soou um tanto quanto previsível a ouvidos mais críticos, o Journey está de volta com Eclipse, segundo disco a contar com o filipino Arnel Pineda nos vocais. As prévias – incluindo cinco músicas tocadas ao vivo em shows recentes, incluindo o Brasil – já apontavam para um CD voltado para as guitarras, com um clima mais sombrio. E a impressão se confirma durante a audição completa do álbum, que conta com várias faixas que ultrapassam os seis minutos de duração. Aí que entra o lado polêmico da questão, já que os conservadores poderão ver um grande problema nessas novas investidas.
O play já abre com a ótima “City of Hope”, misturando as tradicionais melodias com um groove de primeira, cortesia do ótimo baterista Deen Castronovo. Em “Edge of the Moment” brilha a estrela de Neal Schon, guitarrista pouco reconhecido, mas um grande em sua função.
O play já abre com a ótima “City of Hope”, misturando as tradicionais melodias com um groove de primeira, cortesia do ótimo baterista Deen Castronovo. Em “Edge of the Moment” brilha a estrela de Neal Schon, guitarrista pouco reconhecido, mas um grande em sua função.
Após uma intro climática, “Chain of Love” ganha peso e vigor, embora peque na falta de uma melodia mais fácil. Hora do primeiro momento calmaria com “Tantra”, que vai fazer o ouvinte lembrar algum som com a entrada de teclado bem lugar comum. Mas trata-se de uma bonita canção, com Arnel mostrando que sua missão é ser Steve Perry o máximo possível.
“Anything is Possible” mantém o clima de calmaria, embora não seja uma balada. E, aqui sim, temos melodia e refrão muito bem construídos, em um dos melhores momentos. Mas a coisa volta ao padrão comum em “Resonate”, que não chega a ser ruim, mas é totalmente sem graça. Uma introdução mesclando um violão doze cordas com a guitarra dá um clima todo especial para “She’s a Mystery”, que em sua parte final ganha uma injeção de peso, com belo riff de Schon. A coisa melhora de vez em “Human Feel”, hard rock dos bons, com uma levada explosiva, destacando a bela sincronia dos músicos.
Um sopro do passado surge em “Ritual”, com seu estilo festeiro e refrão cativante. “To Whom It May Concern” é aquela balada cheia de sacarina, trilhando o caminho mais melado possível. Chega a lembrar muita coisa que sua tia-avó escuta naquela FM de última categoria. Dá até pra imaginar o Gezisvágner do gás dedicando pra Josicrêude com todo amor e carinho. Na sequência “Someone”, AOR de responsa, dá uma melhorada, figurando entre as melhores do play. Para fechar, a instrumental “Venus”, mais curta de todas, com outro show particular de Neal Schon.
Eclipse é um belo disco do ponto de vista técnico, mas se ressente da falta justamente daquilo que transformou o Journey em uma banda gigante: as melodias fáceis e cativantes, capazes de agradar desde os ouvintes de rádio até a turma mais radical. Dava para ter feito isso conciliando com essa sonoridade menos ‘alegre’. De positivo, a qualidade superior dos instrumentistas e Arnel se saindo bem naquilo que lhe foi pedido, ou seja, imitar Steve Perry. Aguardemos o feedback dos fãs.
“Anything is Possible” mantém o clima de calmaria, embora não seja uma balada. E, aqui sim, temos melodia e refrão muito bem construídos, em um dos melhores momentos. Mas a coisa volta ao padrão comum em “Resonate”, que não chega a ser ruim, mas é totalmente sem graça. Uma introdução mesclando um violão doze cordas com a guitarra dá um clima todo especial para “She’s a Mystery”, que em sua parte final ganha uma injeção de peso, com belo riff de Schon. A coisa melhora de vez em “Human Feel”, hard rock dos bons, com uma levada explosiva, destacando a bela sincronia dos músicos.
Um sopro do passado surge em “Ritual”, com seu estilo festeiro e refrão cativante. “To Whom It May Concern” é aquela balada cheia de sacarina, trilhando o caminho mais melado possível. Chega a lembrar muita coisa que sua tia-avó escuta naquela FM de última categoria. Dá até pra imaginar o Gezisvágner do gás dedicando pra Josicrêude com todo amor e carinho. Na sequência “Someone”, AOR de responsa, dá uma melhorada, figurando entre as melhores do play. Para fechar, a instrumental “Venus”, mais curta de todas, com outro show particular de Neal Schon.
Eclipse é um belo disco do ponto de vista técnico, mas se ressente da falta justamente daquilo que transformou o Journey em uma banda gigante: as melodias fáceis e cativantes, capazes de agradar desde os ouvintes de rádio até a turma mais radical. Dava para ter feito isso conciliando com essa sonoridade menos ‘alegre’. De positivo, a qualidade superior dos instrumentistas e Arnel se saindo bem naquilo que lhe foi pedido, ou seja, imitar Steve Perry. Aguardemos o feedback dos fãs.
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