Protest the Hero: review do álbum 'Scurrilous' (2011)”!



Por Rodrigo Simas


Nota: 9,5


Pense em System of a Down, Dream Theater, Symphony X, Mastodon e The Mars Volta. Adicione esteróides. O Protest the Hero é um pouco mais que isso. Esbanjando energia, técnica e peso, o grupo vem recebendo elogios por todo o mundo. Formada no Canadá e ainda desconhecida em terras brasileiras, a banda caminha a passos largos para se consolidar como uma das mais notáveis forças metálicas surgidas nos últimos tempos.


Scurrilous é uma evolução natural ao caos organizado que o grupo se propõe a realizar. Em comparação com o trabalho anterior, o excelente Fortress (2008), aqui tudo soa mais coeso, formando músicas com estruturas mais sólidas e ideias mais bem definidas, mesmo que ainda esquizofrênicas. A quantidade de riffs, solos e viradas de tempo por música é tão grande e intensa que é necessário algumas audições para digerir tudo o que acontece – até mesmo o ouvinte mais experiente pode ter dificuldade para assimilar tudo de uma vez.


Mas não pense que o som descambe para um progressivo gratuito, que não chega a lugar algum. Somente uma faixa, a ótima “Tandem”, passa dos 5 minutos (5:15 para ser exato), o que por si só já quer dizer muita coisa: eles vão direto ao assunto. Aqui não há lugar para introduções sem fim ou viagens para outras dimensões. Mesmo com as rebuscadas passagens e compassos, tudo é inserido no contexto da canção. Nada é descartável, mas até os possíveis exageros são engolidos pelo rolo compressor que é acionado quando “C'est la Vie”, que abre Scurrilous, começa. Os riffs de “Hair-Trigger”, os andamentos de “Moonlight”, a variedade de “Tapestry”: o objetivo é definitivamente deixar o ouvinte sem fôlego.





Mesmo que alguns possam argumentar que trechos soam forçados, a produção se encarrega de deixar todos os instrumentos na cara, mostrando as habilidades individuais dos músicos - o quinteto formado por Rody Walker (voz), Tim Millar (guitarra), Luke Hoskin (guitarra e teclado), Arif Mirabdolbaghi (baixo) e o alucinado baterista Moe Carlson. Outro ponto positivo é a variedade rítmica das composições: a gama de estilos abordada é enorme, mesmo que o heavy metal seja o direcionamento principal em todas elas.


Todos esses fatores, mas principalmente pelo fato da banda definitivamente conseguir reunir suas ideias e estruturá-las de maneira sistemática, fazem de Scurrilous uma obra impressionante, que mostra um grupo faminto por mostrar todo seu potencial, de uma forma até mesmo arrogante, mas com muito mais maturidade para executar seu material.


Extremamente contra-indicado para pessoas com problemas cardíacos, o Protest the Hero se reafirma com mais um trabalho que já figura facilmente entre os melhores do ano.




Faixas:
1 C'est la vie 3:32
2 Hair-Trigger 4:49
3 Tandem 5:15
4 Moonlight 4:49
5 Tapestry 4:34
6 Dunsel 4:53
7 The Reign of Unending Terror 3:24
8 Termites 3:57
9 Tongue-Splitter 4:34
10 Sex Tapes 4:39

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