Por
Ricardo Seelig
Nota:
8,5
Quando
for ouvir o Adrenaline Mob tenha uma coisa em mente: o som do grupo
não tem nenhum dos elementos progressivos que sempre estiveram
presentes na música do Dream Theater, banda fundada pelo baterista
Mike Portnoy. Ao lado de Portnoy no Adrenaline Mob estão o ótimo
vocalista Russell Allen (Symphony X), os guitarristas Mike Orlando e
Rich “The Duke” Ward (Stuck Mojo, Fozzy) e o baixista Paul DiLeo,
e o quinteto executa um heavy metal atual, repleto de energia e peso.
A
curiosidade e expectativa em relação às primeiras composições
próprias do quinteto eram imensas. A divulgação de um vídeo com a
banda tocando uma estupenda versão da clássica “The Mob Rules”,
do Black Sabbath, só fez a espera ficar ainda mais demorada. Mas e
daí, vale a pena? Pra que lado vai o Adrenaline Mob? Como é a
banda? Vale o play? Olha meu amigo, vale, e muito!
Adrenaline
Mob EP tem apenas cinco faixas – quatro inéditas e o já citado
cover do Black Sabbath. As músicas próprias são heavy metal de
alto quilate turbinados pela adição de sutis e certeiros elementos
que tornam o som do quinteto extremamente atual. O principal
responsável por isso, ao contrário do que se poderia pensar, não é
Portnoy, mas sim o outro Mike da banda. Mike Orlando é um
guitarrista fenomenal, e que no Adrenaline Mob encontrou o terreno
perfeito para explorar toda a sua criatividade e talento. Amparado
pelas bases seguras do competentíssimo Rich Ward, Orlando escreve um
capítulo à parte com a sua guitarra nesse EP, colocando os
holofotes sobre si e, de certa forma, ofuscando o integrante mais
famoso do conjunto.
Esse
mesmo raciocínio vale para Russell Allen. Todo mundo que acompanha o
Symphony X sabe que Allen é um vocalista excepcional, e aqui ele
reafirma, de novo e mais uma vez, o quanto é diferenciado. Seguindo
a linha do que tem feito nos últimos discos do Symphony X, Russell
canta de forma agressiva, soando como uma espécie de Ronnie James
Dio décadas mais jovem – o que ele faz em “The Mob Rules”
deixaria o falecido Dio orgulhoso, com certeza absoluta.
Falando
exclusivamente de Mike Portnoy, que é o motivo principal pelo qual a
maioria das pessoas irão ouvir o Adrenaline Mob, o baterista surge
de forma diferente em seu novo grupo. Ao invés da exuberância
percussiva característica do Dream Theater, o que temos aqui é um
trabalho de bateria mais direto, centrado nas composições e não
tanto em exibições individuais muitas vezes gratuita. Portnoy
parece mais focado na banda, usando toda a sua impressionante e
reconhecida técnica para tornar as faixas ainda mais atraentes e
pesadas. Estamos falando daquele que muitos consideram, com justiça,
o melhor baterista de sua geração, e em seu novo grupo Mike Portnoy
mostra que é capaz de se reinventar, tocando de uma maneira bastante
diferente daquela que estávamos acostumados a ouvir no Dream
Theater.
O
que dá pra sentir nesse EP é que o Adrenaline Mob promete, e
bastante. Formado por cinco excelentes músicos – sendo que os dois
Mikes são verdadeiros fenômenos em seus instrumentos -, o grupo
apresenta um sólido trabalho de composição em sua estreia, o que,
aliado à performance inspirada e um tanto selvagem de todos, resulta
em um disquinho pra lá de competente. Entre as faixas inéditas,
todas muito interessantes, as minhas preferidas são “Believe Me”,
com ótimas variações vocais de Russell Allen, e “Hit the Wall”.
Produzido
por Russell Allen e mixado por Mike Orlando, o EP de estreia do
Adrenaline Mob aponta para um futuro promissor, e que será conferido
em sua plenitude no primeiro álbum do grupo, previsto para o
primeiro semestre de 2012. Porém, após ouvir as suas faixas, fica
uma certeza: quem estava esperando algo na linha do Dream Theater irá
se decepcionar, pois o som do Adrenaline Mob não tem nada a ver com
a antiga banda de Portnoy.
Pessoalmente
gostei bastante, e não vejo a hora de ouvir o álbum completo!
Faixas:
- Psychosane – 4:39
- Believe Me – 3:58
- Hit the Wall – 6:27
- Down to the Floor – 3:46
- The Mob Rules – 3:17
Psychosane é um arregaço!
ResponderExcluirGostei muito, pois não esperava nada próximo do prog metal praticado pelo Dream Theater. O som foi bem na linha do Atomic Soul, projeto solo do Russel Allen, que, pra mim, passou a ser a grande estrela do projeto.
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