Por Adriano Mello Costa
Nota:
4
Quantos
dos chamados supergrupos já foram montados na história? Desde a
segunda metade dos anos 60, músicos e artistas se unem em projetos
diferentes daqueles em que são conhecidos. Caso houvesse uma balança
para medir o nível de qualidade, pode-se afirmar com certa
naturalidade que os lados estariam mais ou menos com o mesmo peso. Se
do lado ruim temos coisas como Asia, Neurotic Outsiders, A Perfect
Circle, The Good The Bad & The Queen e Fantomas, do lado bom
aparecem ótimos nomes como Travelling Wilburys, Temple of the Dog,
Racounters, Them Crooked Vultures e Chickenfoot.
E,
em 2011, eis que Mick Jagger resolve aparecer com um projeto para
alterar o equilíbrio dessa balança. Junto com Joss Stone, Dave
Stewart (ex-Eurythmics e atual produtor requisitado), Damian Marley
(um dos trocentos filhos de Bob Marley) e A. R. Rahman (compositor da
trilha sonora de Quem Quer Ser Um Milionário?), o vocalista da
instituição chamada Rolling Stones desembarca com a estreia do
SuperHeavy na praça. Em disco do mesmo nome se unem e confundem pop,
reggae, rock e influências multiculturais. A intenção –
anunciada pelos próprios – é misturar tudo em busca de uma nova
sonoridade.
Ao
ouvir as 12 faixas da versão normal (a versão deluxe traz mais
quatro canções), não dá para afirmar se essa nova sonoridade foi
alcançada. Aliás, se isso chegou a acontecer, foi para o lado ruim.
Na verdade, o álbum é, em sua grande maioria, uma intensa confusão
de ritmos, vocais e pretensões que, ao objetivar colocar em cada
música pelo menos um pouquinho do universo de cada artista, resulta
em trapalhadas. A maior toada se baseia no reggae e quase não
ultrapassa isso. Os momentos em que ela não ocorre são raros, como
na balada “Never Gonna Change”, cantada por Jagger e que, não
obstante, é dos poucos momentos agradáveis.
São
muitas as faixas que não funcionam. Em “Unbelievable”, Jagger
não convence, e em “One Day One Night” consegue ainda piorar,
se arrastando em um vocal constrangedor e ridículo. Em “Energy”
temos uma canção rasgada e urgente que usa diversas fórmulas e não
se dá bem em nenhuma. Em “Satyameva Jayathe”, que tem os vocais
cantados em urdu, tudo parece que vai bem no início, mas novamente a
miscelânea de ideias acaba estragando tudo. Outros momentos
esquecíveis são o rock insosso de “I Can't Take It No More”, a
balada mela cueca “World Keeps Turning” e pop retrô forçado
“Rock Me Gently”.
No
que realmente se salva em SuperHeavy, tem a já citada “Never
Gonna Change”, o reggae moderninho que fala de amor da faixa-título
e o single “Miracle Worker”, com Joss Stone bem no balanço de um
reggae com intervenções de Damian Marley.
No
final, é interessante perceber que em um disco que objetiva atingir novos
sons, os melhores momentos residem, principalmente, nas composições
mais simples. Não que se queira fechar os ouvidos para propostas
inovadoras ou novos temas que sejam criados, o problema não é esse,
e sim que essa proposta resulta em canções (muito) ruins. Um
desastre anunciado, infelizmente.
P.S.:
das quatro canções da versão deluxe, tirando a horrível “Mahiya”,
as outras, mesmo não sendo nada demais, poderia facilmente constar
na versão principal.
Faixas:
- SuperHeavy
- Unbelievable
- Miracle Worker
- Energy
- Satyameva Jayathe
- One Day One Night
- Never Gonna Change
- Beautiful People
- Rock Me Gently
- I Can''t Take It No More
- I Don't Mind
- World Keeps Turning
Bônus
da versão deluxe:
- Mahiya
- Warring People
- Commond Ground
- Hey Captain
Eu sempre tenho a tendência de achar que o cara que critica o Asia é um chato....rs
ResponderExcluirFernando, pois eu já tenho a opinião de que o cara que gosta do Asia é um tremendo de um chato.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAcho o "A Perfect Circle" muito bom. Apesar do fato que superara o Tool e fazer aquela cagada que foi o album eMOTIVe, para mim continua sendo uma boa banda sim.
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