Nota:
9,5
Nenhuma
banda brasileira, em qualquer estilo, tem o reconhecimento
internacional que o Krisiun possui hoje. Desde o auge do Sepultura,
na primeira metade dos anos noventa, nenhum grupo saído de nosso
país havia ido tão longe. Todo o reconhecimento em relação ao
trabalho do Krisiun é merecido, afinal a banda dos irmãos Kolesne
é, sem dúvida, uma das maiores e mais interessantes não só do
death metal, mas do metal como um todo, já há alguns anos.
O
novo disco do trio, The Great Execution, saiu no último dia
31 de outubro, e, além de manter a banda no topo, tem tudo para
fazê-la crescer ainda mais. Sem medo de ousar e evoluir, Alex
Camargo (vocal e baixo), Moyses Kolesne (guitarra) e Max Kolesne
(bateria) deram um passo à frente. The Great Execution é o
álbum mais longo da história do Krisiun, com mais de 1 hora de
duração. As composições também estão maiores, e apresentam
muito bem-vindas variações rítmicas, saindo da velocidade pura
característica e investindo em andamentos mais cadenciados. É claro
que os trechos rápidos, com a bateria de Max entregando blast beats
à velocidade da luz, estão presentes, mas não são mais o prato
principal. Isso, aliado à presença maior de melodia, faz com que as
novas composições se aproximem do thrash metal.
O
fato é que o Krisiun saiu de sua zona de conforto, arricando-se
corajosamente. As dez faixas de The Great Execution, ainda que
mantenham a forte personalidade do grupo, são diferentes de tudo o
que a banda já gravou. A evolução técnica dos músicos é
gritante, e isso foi repassado para as composições. Mas calma, não
precisa ficar preocupado. Eu sei que o termo “evolução”, quando
aplicado ao metal extremo, causa arrepios nos mais radicais, e com
razão. No caso do Krisiun, o que ocorre é que a banda usa com
inteligência o conhecimento e a experiência para dar um passo à
frente sem perder o extremismo de sua música. As variações de
velocidade nas faixas fazem com que elas respirem e tornem-se ainda
mais potentes. O grupo sabe como poucos criar e manter passagens
intensas em suas canções, que retesam o corpo do ouvinte e afetam
diretamente os seus músculos, como ocorre em “The Extremist”,
por exemplo.
Produzido
por Andy Classen (Rotting Christ, Legion of the Damned, Belphegor),
The Great Execution tem uma sonoridde orgânica e pura que
contrasta com a maioria dos trabalhos de metal extremo lançados
atualmente, repletos de elementos artificiais criados em estúdio.
A
banda acerta a mão violentamente em diversos momentos.
“Blood of Lions”, “The Will to Potency”, a espetacular
faixa-título, “Descending Abomination” e “Rise and Confront”
são destaques imediatos, assim como as participações especiais do
guitarrista Marcello Caminha em “The Sword of Orion” tocando um
violão flamenco em resposta aos riffs de Moysés, e do mito João
Gordo em “Extinção em Massa”, cantada em português.
The
Great Execution traz um Krisiun mais maduro e ainda mais
competente. As mudanças aplicadas pela banda em seu som funcionaram
maravilhosamente, tornando o novo álbum um dos seus melhores
trabalhos.
Um
dos melhores álbuns de metal do ano, sem dúvida alguma.
Faixas:
- The Will to Potency
- Blood of Lions
- The Great Execution
- Descending Abomination
- The Extremist
- The Sword of Orion
- Violentia Gladiatore
- Rise and Confront
- Entinção em Massa
- Shadows of Betrayal
Com o perdão do ultrapassadíssimo termo, mas minha primeira reação ao ouvir o disco foi: "que chuchuzinho"! "Extinção em Massa" é uma saudável surpresa e a prova de que música extrema e nosso idioma combinam muito bem.
ResponderExcluirNão entendi, Diogo. Você não gostou do disco, é isso?
ResponderExcluirNão! O disco é ótimo!
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