2011 foi um ano fantástico para o rock e o metal. Além de toda semana termos pelo menos uma dúzia álbuns interessantes sendo lançados (com algumas belíssimas surpresas e outras nem tão agradáveis assim), os holofotes parecem estar se virando para o classic rock, para o stoner e para o progressivo, em um resgate dos anos 70 realmente incrível. São as mais variadas bandas surgindo e lançando trabalhos espetaculares, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, que muitas vezes escapam no nosso dia-a-dia.
E,
obviamente, além das novas promessas, muitas bandas já conhecidas
lançaram álbuns incríveis, cravando de vez a sua marca na história
da música, seja mudando completamente a sua sonoridade, retornando
com formações clássicas ou simplesmente tocando o que sempre se
propuseram a fazer. Sem delongas, vamos à lista!
Talvez
nem seja necessário falar muito sobre Unto the Locust. O
sétimo álbum do Machine Head não só entra fácil no topo desta
lista, como pode ser considerado uma das maiores obras do heavy metal
desse milênio: composições equilibradas, bem pensadas, pesadas e
melódicas na medida exata, isso unido a letras fantásticas e
mínimos detalhes que já pegam o ouvinte de cara. Se The
Blackening é um grande trabalho, Unto The Locust consegue
estar a uma considerável distância dele - para melhor.
Hipnótico?
Belíssimo? Incompreensível? Faltam palavras para definir o que o
novo trabalho do Opeth significa e os sentimentos que ele causa em
quem o ouve. É um álbum completamente sem os guturais
característicos, explorando um leque de influências que vai muito
além de tudo o que a banda já fez até agora, que só nos resta
parar, contemplar e ficar maravilhado na musicalidade que vaza pelos
poros de tão forte a sua concentração nesse disco. É com muito
pesar que o coloco na segunda posição.
Uma
das bandas que mais tinham “o que provar” em 2011. Com a saída
de Matthew Barlow e a entrada de Stu Block, iniciava-se todo um novo
capítulo na história do Iced Earth e a sua constante novela com
vocalistas. Se a versão de “Dante’s Inferno” com o novo membro
causou certa estranheza (principalmente pra mim), Dystopia
trouxe um material novo, reenergizado e com um punch como há muito
não se via saindo das composições de Jon Schaffer. E o mais
importante: como Stu Block preencheu fantasticamente a lacuna deixada
tanto por Barlow quanto por Tim Owens!
Com
certeza, a maior surpresa de 2011! Os suecos do Graveyard
definitivamente conseguiram resgatar toda aquela sonoridade
contemplativa e suja do rock n’ roll setentista, passeando por
tantos estilos dentro de um só disco que os colocam facilmente no
topo entre as bandas com proposta semelhante.
Road
Salt One pode ter impressionado os mais desatentos, que esperavam
um disco mais pesado como Scarsick, os exageros de Be
ou o progressivo característico dos primeiros álbuns, já que ao
afundar de cara nas suas influências mais obscuras dos anos 60 e 70
Daniel Gildenlöw trouxe para o Pain Of Salvation toda uma nova gama
de possibilidades, que foram exploradas ainda mais a fundo em Road
Salt Two, um álbum esquisito, confuso, e ao mesmo tempo
brilhante!
É
incompreensível algumas pessoas ainda baterem o pé e teimarem que o
Amon Amarth não é uma banda de viking metal, mas uma de melodic
death com temática viking/nórdica. Talvez Surtur Rising, um
álbum com dez hinos de guerra a serem cantados com os punhos no ar,
mude a opinião de alguns. O Amon Amarth lapida constantemente o seu
som, criando uma identidade única, e definitivamente eles estão no
ápice do estilo atualmente.
Poucos
álbuns lançados esse ano conseguem ser tão sujos, psicodélicos e
delirantes como The Hunter. Apesar de em Crack the Skye
já termos recebido alguns sinais do que estava por vir, os caras
realmente resolveram chegar com os dois pés no peito e levar o
ouvinte a um nível de alucinação jamais visto.
Dizem
algumas más línguas que o Black Stone Cherry passou de uma banda
que misturava muito bem o post-grunge com southern rock para uma
versão cretina, barata e sulista do Nickelback. Injustiças a parte,
vejo o novo disco dos caras como uma versão mais melódica,
simplificada e um tanto quanto moderna em relação aos discos
anteriores, com as várias baladas e as letras roubando facilmente a
cena, músicas perfeitas para ouvir na estrada e pensando na vida.
Ok, talvez soe como uma versão sulista do Nickelback, mas quem liga?
O
Trivium surgiu em meio ao marasmo metalcore lá pela primeira metade
dos anos 2000 e vem evoluindo a passos espantosos a cada novo álbum.
De thrash a death metal, podemos dizer que eles já flertaram com os
mais variados estilos, e conseguiram impressionar ainda mais com o
tom melancólico, desesperador e caótico de In Waves. É um
trabalho que cresce a cada nova ouvida, com detalhes imperceptíveis
antes e que se tornam uma forte identidade com o tempo.
Um
dos últimos álbuns lançados em 2011, e uma grata surpresa! O disco
não se resume apenas a música contida ali, mas sim de toda uma
experiência que ela proporciona, criando um ambiente através da
combinação impressionante das letras e do instrumental que beira a
megalomania em alguns pontos. Tudo tão equilibrado e emocionante que
automaticamente um filme é criado na sua mente enquanto o seu queixo
cai na mesa.
Menções
honrosas de 2011, que não entraram por pouco no top 10:
-
Deicide – To Hell With God
- Scar Symmetry – The Unseen Empire
- Evergrey – Glorious Collision
- Beardfish – Mammoth
- Albatros – Ursus
- Mercenary – Metamorphosis
- Steven Wilson – Grace For Drowning
- Blue Mammoth – Blue Mammoth
- Anthrax – Worship Music
- Ghost Brigade – Until Fear No Longer Defines Us
- Scar Symmetry – The Unseen Empire
- Evergrey – Glorious Collision
- Beardfish – Mammoth
- Albatros – Ursus
- Mercenary – Metamorphosis
- Steven Wilson – Grace For Drowning
- Blue Mammoth – Blue Mammoth
- Anthrax – Worship Music
- Ghost Brigade – Until Fear No Longer Defines Us
E
muitos álbuns fantásticos ainda ficaram de fora ...
Pelo visto é unânime o cd do Machine Head como primeiro colocado entre os analisadores. Confirmando: esse álbum tá FODA!
ResponderExcluirNão sei se será o primeiro, Hugo, mas nas primeiras listas ele despontou como favorito mesmo. E o disco é muito bom, excepcional, merece esse reconhecimento.
ResponderExcluirAbraço, e obrigado pelo comentário.