Nota:
9,5
O
Flying Colors surgiu a partir de uma ideia do produtor executivo Bill
Evans: reunir músicos virtuosos em seus instrumentos e um vocalista
pop para gravar música atual de um jeito antigo. Para a empreitada,
Evans chamou o baterista Mike Portnoy (Adrenaline Mob, ex-Dream
Theater), o baixista Dale LaRue (Joe Satriani, Dixie Dregs), o
tecladista Neal Morse (Spock's Beard), o guitarrista Steve Morse
(Deep Purple, Dixie Dregs) e o vocalista Casey McPherson (Alpha Rev).
Para produzir o que sairia dessa reunião foi escolhido o produtor
Peter Collins, responsável pelos álbuns Power Windows
(1985), Hold Your Fire (1987), Counterparts (1993) e
Test for Echo (1996) do Rush, e pelo clássicos Operation:
Mindcrime (1988) e Empire (1990), do Queensryche.
A
turma se reuniu em janeiro de 2011, e durante nove dias foram
compostas e gravadas as onze faixas do álbum de estreia. Com um som
que pode ser definido como uma espécie de “progressivo pop”, o
Flying Colors pariu um disco excelente. As composições trazem
elementos de rock, heavy metal, folk, funk e fusion, além dos já
citados pop e prog, convivendo de forma harmônica em ótimas
canções. Do início com a brilhante “Blue Ocean” ao
encerramento com a longa “Infinite Fire”, o que temos é um
desfile de bom gosto. Ótimos arranjos permeiam as canções, todas
com ricas passagens instrumentais.
“Blue
Ocean” é uma faixa espetacular e que serve de cartão de visita
para o Flying Colors. Tudo o que o álbum tem de melhor está nela:
instrumental refinado, sonoridade limpa, vocais agradáveis, melodia
atraente. A balada “Kayla” é outro destaque, com ótimas linhas
vocais. “The Storm” soa como se o U2 tivesse gravado Scenes
from a Memory, álbum clássico lançado pelo Dream Theater em
1999. “Forever in a Daze” é outro grande momento, com um show à
parte de Dave LaRue.
Beatles
e Supertramp colidem em “Love is What I'm Waiting For”, enquanto
em “Everything Changes” a voz de Casey McPherson lembra, e muito,
o timbre de Chris Martin, do Coldplay.
Para
quem curte faixas mais pesadas, “Shoulda Coulda Woulda” e “All
Falls Down” aproximam-se do heavy metal, e ambas contam com grandes
performances de Mike Portnoy e Steve Morse. Aliás, o baterista é
responsável pela maior surpresa do disco ao cantar a bonita balada
“Fool in My Heart”. Já para os proggers, o grande momento é
“Infinite Fire”, que em doze minutos transita por diversas
atmosferas e é, de longe, a faixa mais progressiva do disco,
chegando a lembrar os melhores momentos do Yes.
Flying
Colors é um grande álbum que mostra que é possível produzir,
ao mesmo tempo, música acessível e inteligente. Uma ótima
surpresa, e, desde já, um dos melhores discos de 2012.
Faixas:
- Blue Ocean
- Shoulda Coulda Woulda
- Kayla
- The Storm
- Forever in a Daze
- Love is What I'm Waiting For
- Everything Changes
- Better Than Walking Away
- All Falls Down
- Fool in My Heart
- Infinite Fire
Pirei nesses dois lançamentos do PORTNOY. Esse Flying Colors é realmente lindo, não comentei antes porque só ouvi com atenção agora. E, do outro lado, temos aquela avalanche de energia do Adrenaline Mob, algo como nunca escutei antes!
ResponderExcluirAMBOS para mim merecem DEZ! Portnoy nunca me decepciona, ele era a mente mais criativa do Dream Theater. Criativa, e que se manteve (e mantém) atualizada! Quando se alia a outros monstros, a coisa só pode ficar ainda melhor! Isso para mim é muito claro. Que dois puta trabalhos, em pleno 2012, lançando material original e de primeira!
Ricardo, você sabe se tanto o Flying Colors quanto o "Omertá" terão alguma versão especial, com bonus, digipack, dvd, ou algo do tipo? Não encontrei em lugar algum!
(inclusive, o EP do Adrenaline que caiu na net tinha "Mob Rules", será que sai com alguma versão do álbum físico?)
abço!