Nota:
8
O
Unisonic não toca heavy metal. É preciso deixar isso claro logo de
saída, pois a união do vocalista Michael Kiske e do guitarrista Kai
Hansen, antigos parceiros naquela que é considerada a fase de ouro
do Helloween – completam o time o guitarrista Mandy Mayer
(Gotthard, Krokus), o baixista Dennis Ward (Pink Cream 69) e o
baterista Kostas Zafiriou -, gerou a expectativa de que a dupla iria
lançar algo na linha dos clássicos Keeper of the Seven Keys,
o que não acontece.
O
som do Unisonic se equilibra entre o hard rock, o AOR e o melodic
rock. A produção, a cargo de Ward, deixou a sonoridade bem limpa. O
disco tem doses moderadíssimas de peso, e pisa fundo na melodia e no
clima oitentista em certos momentos.
A
faixa que abre o play, dá nome à banda e ao álbum é a mais pesada
de todo o trabalho. Já conhecida do público por ter ganhado um
clipe antes do lançamento do álbum, é um hard inspirado, com
grande performance vocal de Michael Kiske. Mas, apesar de ter sido
lançada como primeiro single, ela não dá a tom do trabalho.
Como
já dito, as músicas variam entre o hard, o AOR e o melodic rock. A
melodia é onipresente em todo o disco, e em alguns momentos até de
maneira açucarada demais. Há boas ideias ao longo do play, como em
“I've Tried”, com uma batida meio dançante, e “Star Ride”,
com ótimo instrumental e outra grande participação de Kiske.
“Souls
Alive” e “My Sanctuary” - essa última excelente – são os
momentos mais agressivos – ainda que de maneira comedida – do
álbum, ao lado da faixa título. Esse trio deverá agradar de
imediato os fãs. Já “Never Too Late” leve o ouvinte de volta
aos anos oitenta, e parece retirada da trilha sonora de algum filme
daquela década.
Os
momentos mais AOR são percebidos em “Never Change Me”,
“Renegade” e “King for a Day”, que mostram uma faceta até
então desconhecida dos músicos. Aliás, é interessante perceber
que não apenas Kiske, Hansen e seus parceiros de banda se
aproximaram do estilo, mas também outros ícones do metal melódico
andam experimentando nessa área, como é o caso de Tobias Sammet e
seu Avantasia.
O
único momento baixo é a faixa de encerramento, a balada “No One
Ever Sees Me”. Maçante e com uma melodia piegas, é um desafio a
qualquer pessoa ouvi-la até o final. Uma faixa desnecessária, que
contrasta com as demais músicas do disco.
Esse
primeiro álbum do Unisonic está longe de ser o clássico
instantâneo que os fãs mais afoitos imaginavam, mas é um trabalho
consistente e forte, que mostra alguns dos maiores nomes da história
do heavy metal – acompanhados por gente não tão nova assim, mas
de inegável talento – experimentando novos caminhos sonoros e
acertando a mão na maioria das vezes.
Lançamento
nacional via Hellion Records.
Faixas:
- Unisonic
- Souls Alive
- Never Too Late
- I've Tried
- Star Rider
- Never Change Me
- Renegade
- My Sanctuary
- King for a Day
- We Rise
- No One Ever Sees Me
Ricardo você acha que as participações de Kiske no Avantasia inspiraram algumas canções? Principalmente por essa tendência AOR e Hard Rock observada nos trabalhos de Tobias Sammet.
ResponderExcluirAlgumas faixas que eu ouvi aqui me lembram um pouco o Avantasia. E sobre a balada, eu não acho ela tão insuportável assim, mas é realmente uma das faixas mais fracas do disco.
As minhas preferidas foram: "Unisonic", "My Sanctuary", "Star Ride", "Never Change me" e "Souls Alive", mas as outras faixas também são muito boas.
Ótima resenha e excelente disco.