Alcatrazz: crítica de No Parole from Rock ‘n’ Roll (1983)

Certos discos possuem mais valor histórico do que qualquer outra coisa. É o caso de No Parole from Rock ‘n’ Roll, debut do Alcatrazz, lançado em 15 de outubro de 1983. Um dos primeiros álbuns a contar com a guitarra de Yngwie Malmsteen, que nos anos seguintes seria considerado um dos maiores nomes do instrumento, a estreia do Alcatrazz volta às lojas brasileiras em um relançamento da ST2.

Musicalmente, de modo geral o que temos em No Parole from Rock ‘n’ Roll é uma espécie de Rainbow genérico. A principal influência de Malmsteen sempre foi Ritchie Blackmore, e isso fica evidente no registro, que tem a maioria das faixas compostas por Yngwie. Soma-se isso ao fato de que Graham Bonnet, o vocalista e líder do Alcatrazz, passou pelo Rainbow no álbum Down to Earth (1979), e este sentimento fica ainda mais forte. Completavam a formação do Alcatrazz na época o tecladista Jimmy Waldo, o baixista Gary Shea e o baterista Jan Uvena.

Há alguns destaques, como “Island in the Sun”, “Too Young to Die, Too Drink to Live” e “Big Foot”, mas tudo é muito abaixo do que não apenas Malmsteen produziria dos anos seguintes, mas também do que de melhor tanto o hard rock quanto o heavy metal geraram durante a década de 1980. Mesmo assim, o álbum ficou durante sete semanas nas paradas da Billboard e foi um sucesso de vendas, principalmente no Japão.

A edição lançada pela ST2 vem com dez faixas extras, na verdade as versões demo instrumentais das músicas originais. Nelas, fica ainda mais evidente a principal qualidade de No Parole from Rock ‘n’ Roll: a guitarra de Yngwie Malmsteen. Seus solos mostram a técnica que ele desenvolveria nos próximos anos, mas sem os exageros muitas vezes desnecessários cometidos pelo sueco. Um ponto negativo dessa reedição é o pobríssimo encarte, com apenas uma página e poucas informações.

Ainda que tenha os seus admiradores, No Parole from Rock ‘n’ Roll é um disco fraco e que vale muito mais por levar o talento de Malmsteen para o mundo do que qualquer outra coisa. Se você é fã do guitarrista sueco, trata-se de um item obrigatório em sua coleção. Caso não seja, vale mais como curiosidade do que pela música propriamente dita.

Nota: 6





Faixas:
1. Island in the Sun
2. General Hospital
3. Jet to Jet
4. Hiroshima Mon Amour
5. Kree Nakoorie
6. Incubus
7. Too Young to Die, Too Drunk to Live
8. Big Foot
9. Starcarr Lane
10. Suffer Me

Bonus Tracks: Original Instrumental Demo Sessions
11. Kree Nakoorie
12. Starcarr Lane
13. Island In The Sun
14. Big Foot
15. Hiroshima Mon Amour
16. General Hospital
17. Incubus
18. Suffer Me
19. Too Young To Die, Too Drunk To Live
20. Jet To Jet

Comentários

  1. Puxa Ricardo eu ja gosto do disco todo, mais cada um tem sua opiniao, inclusive eu gosto justamente por isso que vc disse é um disco do malmsteen sem exageros de solos, os solos estao na medida certa, então acho melhor que a maioria dos discos lançados por ele solo. abraço

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  2. Tava até pensando em adquirir esse CD, mas quando você falou do encarte, desisti. Falta de respeito com o consumidor. São essas coisas que afastam compradores de CD's. Nada me deixa mais puto do que comprar um disco de uma banda e o encarte vir sem informação alguma sobre e o disco e nem as letras.

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  3. Concordo com o Ricardo e até acho que ele foi bonzinho na nota. O disco é bem fraco, as composições são fracas e a performance do Bonnet é sofrível ... até desanimei de ouvir os demais discos...alguém sabe se a coisa melhora ?

    Nota 4/10

    Abração a todos

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  4. O que me incomoda no encarte é que é apenas uma folha. Raramente vi um CD com encarte assim.

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  5. É um disco honesto, mas o seguinte, Disturbing The Peace (1985) com Steve Vai é mais hard rock.

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  6. Disturbing the peace é muito mais disco!

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  7. Eu concordo totalmente com o autor da resenha. Esse álbum ser chamado de fraco é educação, pois a sonoridade vale pela guitarra porque os resto é uma verdadeira porcaria e merece o epiteto de hard farofa.

    Eu infelizmente comprei o álbum e pelo fato de tê-lo importado não pude trocar e até hoje o tenho guardado.

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  8. Pelo cd realmente deixa a desejar,mas vendo shows ao vivo é outra coisa,mais vibrante, o Bonnet cantanto muito,já pela gravação do cd e voz é fraquinha.

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