Caminhando a passos largos, o quinteto
lança agora em 2013 Coal, novamente sob a tutela da
InsideOut, e elevando o Leprous mais alguns níveis acima em sua
curta, mas praticamente obrigatória, discografia.
“Foe”, com apenas um par de
notas, ritmos simples e extremamente repetitivos, comprova mais uma
vez como o metal progressivo pode atingir resultados excelentes sem
precisar apelar para músicas auto indulgentes, mas focando na
agregação de novos elementos que criem uma sonoridade única.
“Chronic”, a faixa seguinte, segue por um caminho muito
mais complexo do que a anterior, com mudanças de andamento
inesperadas que levam a sua sonoridade aos lados mais extremos do
estilo (algo natural para uma banda norueguesa, convenhamos),
enquanto a faixa-título, com sua esquisita sensação de urgência,
traz inspiração em bandas como Tool, Meshuggah e um quê de
industrial, dando luz a um híbrido no mínimo intrigante.
A lenta e atmosférica “The
Cloak”, que rendeu um excelente vídeo, é uma belíssima e
reflexiva faixa, com forte acento pop, embora não possa ser
classificada genuinamente como uma balada, se considerar os seus
moldes nada tradicionais. O mesmo ocorre com a seguinte, “The
Valley”, que se envereda por passagens etéreas, com direito a
um longo interlúdio flutuante em meio à jornada de quase nove
minutos, e também com a curta “Salt”, que balanceia entre
atmospheric rock, progressivo e sutis toques de jazz.
Essas mesmas influências se fazem
presentes, ainda que apresentadas sob outro aspecto, em “Echo”,
uma faixa dinâmica que explora uma numerosa gama de possibilidades
sem fugir da linha guia arrastadíssima. “Contaminate Me”
encerra o disco, e conta com a participação de Ihsahn em mais um
momento em que o Leprous perigosamente se aproxima da sonoridade de
bandas de death e black metal com toques progressivos, abrindo mais
uma brecha para possíveis experimentações em seus próximos
discos.
Até mesmo
porque Coal
já demonstra como o quinteto norueguês não define limites para a
sua música, trazendo uma interessante inserção de elementos
inesperados, dando mais um grande passo em sua ascensão como banda –
algo importantíssimo, principalmente se considerarmos que Bilateral
já foi muito elogiado em seu lançamento.
Verdade
seja dita, o grande destaque neste terceiro álbum é o dinamismo e a
própria identidade que cada faixa adquire graças ao notável senso
de composição da banda, montando uma sequencia
memorável e homogênea, por mais diferenciada que seja, demonstrando
evolução e amadurecimento desde o último trabalho como poucas
vezes se viu.
Tranquilamente, mais um álbum a
figurar nas listas de melhores do ano.
Nota 9
Faixas:
01. Foe
02. Chronic
03. Coal
04. The Cloak
05. The Valley
06. Salt
07. Echo
08. Contaminate Me
Por Rodrigo Carvalho, do Progcast
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