A praia do Valient Thorr é aquele tipo de som que às vezes soa mais hard, às vezes parece mais metal. Resumindo em uma denominação que todo mundo conhece, é o bom e velho rock pauleira.
Our Own Masters traz doze faixas que apresentam uma sequência assassina de riffs, com um ótimo trabalho de guitarras em todo o disco. O vocal é gritado, visceral, vem de dentro, e o restante dos instrumentos segue esse mesmo pique. Há muito mais feeling, tesão e pegada do que propriamente técnica, e isso faz um bem danado para o álbum. Trata-se de um metal atemporal, com doses maciças de hard rock na receita. Uma espécie de Motörhead com integrantes mais jovens, mais barbudos e com todo o ar - ainda que eu duvide - de mais bêbados.
A energia quase punk das canções convive lado a lado com melodias muito bem construídas, como fica claro, por exemplo, em “Manipulation”. Em um exercício imaginários que rende caminhos deliciosos, o Valient Thorr soa como se o Thin Lizzy tivesse sido criado por Lemmy Kilmister.
Destaque para a abertura violenta com a dobradinha “Immaculate Consumption” e “Master Collider”, a já citada “Manipulation”, “Cerberus” (que o crítico Kevin Sirois, do About Heavy Metal, foi extremamente feliz em classificar como uma prima bêbada de “Hot for Teacher”, clássico do Van Halen) e a deliciosa “Torn Apart”, ótima canção com pegada oitentista mas que jamais soa saudosista.
Melhorando a cada álbum, o Valient Thorr chega ao seu novo ápice com Our Own Masters. Este disco não vai mudar o heavy metal e muito menos o mundo, mas vai alterar completamente o clima daquele churrasco que você costuma fazer com os amigos.
Pode comprar mais cerveja porque a diversão está garantida.
Nota 8
Faixas:
1 Immaculate Consumption
2 Master Collider
3 Manipulation
4 No Strings Attached
5 Life Hands You Demons
6 Torn Apart
7 Cerberus
8 Good News Bad News
9 Insatiable
10 Crown Pleaser
11 Nervous Energy
12 Call Off the Dogs
Por Ricardo Seelig
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