Veredito Collectors Room: Black Sabbath - 13 (2013)

Estreia de uma nova coluna aqui no site. Com periodicidade mensal, o Veredito Collectors Room trará a análise de toda a nossa equipe sobre aquele que julgamos ser o principal álbum lançado nos últimos trinta dias. No final, somamos as notas de todos os redatores e ceagamos a uma média, que é o nosso veredito sobre o disco.

Pra começar, nada mais apropriado do que uma análise coletiva do CD mais aguardado do ano, o novo do Black Sabbath.




O mundo mudou muito nestes 43 anos do lançamento do homônimo Black Sabbath, mas o que não muda é o embasbacamento, as bocas retorcidas acompanhadas de olhos semiabertos, o arregalo de espanto, quando a sonoridade clássica do Sabbath chega a nossos tímpanos. Morcegos me mordam, o Ozzy está vivo, passa bem e ainda canta! O homem é o Mickey Mouse! Não menos surpreendente e, porque não, mais embasbacante, é a virtuose pantanosa do mestre Iommi. E mais: se comecei a tocar contrabaixo por causa do Geezer, meu dedos voltaram a coçar depois de anos! É assim que se toca! Graves vazando pela caixa de som! E ainda tem o batera do Rage Against espancando viradas precisas! Até o Zagallo vai gostar do 13. Um conjunto de pedradas com atenção especial a “Damaged Soul! WTF? Que solo! Hendrixiano até! Sonzera! Candidato certo nas listas de melhores álbuns do ano. 13 é mito! Nota 9 (Fabiano Nicaretta)

Nem o fã mais otimista esperava ouvir o que ouviu ao colocar o novo disco do Black Sabbath para rodar. Surpreendendo o mundo, o trio Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler não gravou um álbum para cumprir tabela, muito pelo contrário. 13 é um disco sólido, com canções fortes como “God is Dead?”, “Age of Reason”, “Life Forever” e, principalmente, a sensacional “Damaged Soul”. Tendo Tony Iommi como principal protagonista, com riffs inspirados e solos que exploram novos caminhos em sua longa carreira, 13 mostra uma banda viva, com uma química ainda intacta e grandes histórias para contar. Um dos melhores discos desde 2013, sem dúvida alguma! Nota 8,5 (Ricardo Seelig)

No quesito “expectativas antecipadas”, acho que nenhum disco lançado em 2013 vai superar 13. Estamos falando do retorno dos chamados “pais do heavy metal” e, portanto, era de se esperar que a maior parte dos fãs estivesse colocando uma carga enorme sobre o lançamento do álbum, erguendo a barra de qualidade no mesmo nível de um Master of Reality, Vol. 4 ou Sabbath Bloody Sabbath. Pode não ser lá muito justo com o artista, mas é natural, afinal, que os ouvintes tenham esperanças de que um novo clássico está para nascer. Outra fatia de fãs, no entanto, tentou relativizar o retorno, dizendo que a fragilidade vocal de Ozzy ou a ausência do baterista original, Bill Ward, jamais permitiram que saísse coisa boa daí. Interessante constatar, todavia, que ambos os lados estavam errados. 13 não é um clássico, não é histórico, extraordinário. Mas a reunião destes cavalheiros ainda tem uma boa química, ainda é capaz de causar uma mistura explosiva, vigorosa, cheia de estilo. Um dos grandes lançamentos do ano, mostra lindamente um trio de músicos veteranos ainda em excelente forma (em especial no que tange a Iommi e Butler), executando novas canções que podem ser descritas de maneira resumida como “dignas”. Estão longe de ser uma tentativa vergonhosa de reunião: são músicas inteligentes, maduras e, principalmente, com arranjos de ótimo gosto e com ares de modernidade, que se enquadram na discografia recente do Sabbath sem pedantismo. Estes senhores britânicos não vieram dispostos a fazer uma mera cópia de seu passado – vieram, isso sim, provar que continuam sendo relevantes para o cenário da música pesada. E provaram. Nota 9 (Thiago Cardim)

Sem Bill Ward, Ozzy Osbourne, Tony Iommi e Geezer Butler (acompanhados de Brad Wilk) concretizaram 13, possivelmente o mais aguardado disco de heavy metal em 2013, trazendo um Black Sabbath que não deixa de lado as suas raízes, de 43 anos atrás, tampouco renega o seu próprio legado, construído ao longo dessas quatro décadas. As músicas em 13 conseguem manter intacto o espírito inerente à sonoridade da banda, que por mais envelhecida e sujeita a certas limitações naturais, supera as dificuldades ao entregar uma obra atual, baseada em sua própria história, e condizente com a sua situação em 2013 (tanto instrumental quanto liricamente – e as letras são um verdadeiro tópico a parte). Uma obra perfeita e livre de qualquer ponto baixo? Não é. Revolucionária? De forma alguma. Ainda assim, mais um importante marco na história do heavy metal, com cada uma das faixas tendo a sua identidade e o mesmo nível de impacto. E, se for realmente o capítulo final do Black Sabbath, será um encerramento que faz justiça a sua importância no mundo da música. Nota 8 (Rodrigo Carvalho)

Disco mais aguardado de 2013, 13 é também o melhor do ano até agora e provavelmente permanecerá nesta condição até 31 de dezembro. O novo álbum do Black Sabbath é incrível. Excelente como qualquer coisa que tenha a assinatura de Tony Iommi. Claro que não é superior a nenhum dos oito primeiros trabalhos com Ozzy, nem aos três lançados com Dio. Se fosse, certamente estaríamos diante não do disco do ano, mas da década. Por questões óbvias, a única comparação plausível de ser estabelecida é em relação ao ótimo The Devil You Know (2009), mas de quem 13 ganha de lavada. Ao longo das oito faixas (ou 11, contando as bônus) estão destiladas as partículas fundamentais que sintetizam a essência dos 43 anos de Sabbath: peso, melodia, passagens e letras obscuras, mistério e psicodelia. À frente de tudo, no entanto, está o que de mais maravilhoso há na música: os riffs lamacentos de um senhor canhoto que faz miséria com uma Gibson SG na mão. Nada mais importa. "Damaged Soul", por si só, valeria os 35 anos de espera. Porém, ainda somos presenteados com pelo menos outros dois atentados à sanidade: a cinzenta "Zeitgeist", uma espécie de fusão entre "Planet Caravan" e "Welcome to the Machine", do Pink Floyd, e o esplendor de "Loner", dona da melhor frase de guitarra do álbum. Bill Ward fez falta? Digamos que 13 teria ainda mais classe se tivesse contado com ele. Não é pouca coisa, mas também não arranha o produto final. Rick Rubin, por sua vez, vai muito bem, obrigado. Enfim, um discaço! Nota 9 (Guilherme Gonçalves)

Com base em todos esses textos, que emitem as opiniões individuais de toda a nossa equipe, chegamos à um veredito final sobre 13.

O nosso veredito final é: 8,7

E o de vocês?

Por Ricardo Seelig

Comentários

  1. É difícil dar uma nota para esse álbum ... eu já o coloco como o melhor do ano, acho improvável surgir algo que eu vou gostar mais.

    Daqui há alguns anos com certeza lembrarei desse álbum como sendo melhor do que o "Technical Ecstasy", "Never Say Die", "Seventh Star" e todos da fase Tony Martin, mas não creio que se tornará um clássico supremo... talvez seja lembrado como um "Born Again" ou um "Dehumanizer" é hoje.. sendo que acho esses dois álbuns fenomenais... Ah, e eu prefiro ele do que o "The Devil You Know".

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  2. O disco podia ser péssimo que ainda assim seria histórico pelo Ozzy de volta. Mas se é pra falar em nota, vai lá:

    Retorno = nota 10
    Disco = nota 8
    Mérito Artístico = bem superior ao Technical Ecstasy (1976)e Never Say Die! (1978)

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  3. Um disco que daria pano pra manga seria o novo do Queens of Stone Age...mas como o formato é o lançamento principal do mês fica difícil de competir com o Sabbath

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  4. Minha nota é 7,5.

    Não tem nenhuma música brilhante, mas fecha o ciclo do Sabbath com Ozzy de forma muito mais digna do que Technical Ecstasy e Never Say Die.

    Enfim. O cd é bom. Mas não é nenhum clássico da música.

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  5. Concordo com quase todos os comentários acima, porém a minha única queixa é em relação à produção de Rick Rubin que pautou por um ar de modernidade e limpidez do som e se fosse produzido de forma orgânica e abafada seria um álbum sensacional.
    Minha nota é 8,5.

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  6. Esse disco novo do Black Sabbath é muito bom, mas não é ótimo e muito menos chega perto do Technical Ecstasy (1978)e nem do Never Say Die (1978). Na década de 1970, as bandas lançaram discos "ruins" e "fracos" que curiosamente estão longe dessas qualificações ao contrário de hoje que um disco ruim é de fato um disco ruim.

    Como eu já li por ai, o novo álbum, é uma surra de pinto mole nessas cópias do Black Sabbath e não traz nada de especial.

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  7. Minha nota é 9,5. Um disco que beira o impecável e, além disso, carrega uma significado único, histórico.

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  8. Nota 9 com louvor! Melhor do ano até agora.

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  9. Este comentário foi removido pelo autor.

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  10. Eu fiz meu review do 13 no meu blog: http://itselektric.blogspot.com.br/2013/06/black-sabbath-13.html

    Realmente as expectativas eram grandes, eu gostei bastante do que eu ouvi, espero que os caras ainda tenham energia para mais um álbum!

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