E então as coisas saíram dos trilhos. Turnês, mudanças de formação, comunicados, falsos finais, discussões. Até que, no início deste ano, o grupo anunciou que iria dar uma parada e não tinha data para retomar as suas atividades. A questão é que, no meio disso tudo, o terceiro disco já estava praticamente pronto. O que fazer com ele? Simples: lançar como um álbum solo de Stockdale.
Essa é a história de Keep Moving, primeiro disco solo de Andrew e que chegou às lojas no início de junho. Gravado durante exaustivos dois anos anos, traz o capitão do Wolfmother acompanhado pela última formação da banda, Ian Peres (baixo) e Will Rockwell-Scott (bateria), mais as participações de Elliott Hammond (bateria), Vin Steele (guitarra), Hamish Rosser (bateria), Alex Markwell (guitarra), Dave Atkins (bateria, também ex-Wolfmother) e Joe Howman (trompete).
Com uma história dessas e com um line-up tão amplo, é fácil imaginar que Keep Moving trata-se de um disco irregular. E ele é mesmo. Produzido pelo próprio Stockdale, o álbum transparece a tensão e todo o vai e vem que envolveu o Wolfmother nos últimos anos. Porém, ainda que esteja longe de ser uma obra-prima, entrega boas canções e é um disco de rock agradável.
O tracklist é longo. São dezessete faixas inéditas. A sonoridade segue a cartilha setentista apresentada nos dois álbuns da banda, porém com uma presença maior de outros elementos, como o funk. Há canções interessantes como “Long Way to Go”, o blues torto da faixa-título (com grande influência de Johnny Winter), “Vigarious”, o country “Suitcase (One More Time)” (com a alma de Gram Parsons pairando durante toda a sua duração) e a zeppeliana “Let It Go”, porém o excesso de faixas torna o disco bastante irregular, dando a impressão que Stockdale e sua turma rasparam todo o arquivo do Wolfmother e o colocaram aqui. Um filtro maior, uma enxugada nas coisas, tornaria Keep Moving muito mais coeso e forte.
Porém, mesmo com essas escorregadas, trata-se de um play que merece uma conferida. Afinal, quem gravou uma pérola como aquele disco de 2005 merece sempre atenção.
Nota 7
Faixas:
1 Long Way to Go
2 Keep Moving
3 Somebody’s Calling
4 Vigarious
5 Year of the Dragon
6 Meridian
7 Ghetto
8 Suitcase (One More Time)
9 Of the Earth
10 Let It Go
11 Let Somebody Love You
12 She’s a Motorhead
13 Standing on the Corner
14 Country
15 Black Swan
16 Everyday Drone
17 It Occured to Me
Por Ricardo Seelig
Escutei a faixa-título e gostei muito, vamos ver o resto do disco, mas acho que vai me agradar. O cara é talentoso.
ResponderExcluirUma pena o Wolfmother se transformar nesta bagunça, gosto muito da banda e principalmente do Cosmic Egg, que acho superior ao primeiro disco que já é excelente.
Vixe, eu nem sabia desse solo.
ResponderExcluirÉ tanta coisa dar uma olhada.
... valeu pela resenha.
Já eu acho que há POUQUÍSSIMO de Wolfmother aqui. Indo alem: se tivesse mesmo sido lançado sob o "selo" Wolfmother, seria definitivamente o pior dos três CDs, e um acontecimento que poderia ter enterrado definitivamente uma carreira, de certa forma.
ResponderExcluirÉ um péssimo album? De forma alguma, é um bom album de blues rock com toques country e hard, mas, definitivamente não tem a roupagem tão caracteristica do Wolfmother do primeiro album.
Quem sabe um dia eles voltem, e voltem com um trampo naquela pegada fantástica do debut.
Já havia escutado algumas músicas desse disco e confesso que fiquei um tanto decepcionado. Não que seja ruim, longe disso, mas a expectativa era grande por algo semelhante ao primeiro deles, um clássico absoluto. Vou continuar na esperança...
ResponderExcluirEu cheguei a pensar que nada me deixaria encantado. Desde que os anos 2000 começaram, tive medo de que nada de novo me deixasse paralizado. Até que ouvi Wolfmother pela primeira vez. Infelizmente já era tarde, a banda já estava conturbada e cheia de problemas. O álbum de estréia foi a coisa mais incrível que já ouvi desde Led Zeppelin, Cosmic Egg deixou a desejar, mas um álbum excelente e, Wolfmother estava pronta pra se tornar minha banda preferida, mas aí veio o fim. Keep Moving é um bom álbum, mas não me impactou como os anteriores.
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