Desde a formação da banda, em 2005, quando o guitarrista Andrew
Fidler, o baixista Jonathan Athon e o baterista James May ainda moravamna mesma
rua, até atualmente, o trio vem lançando trabalhos de forma ininterrupta. E
agora em 2013, como que para preencher o espaço até o lançamento do sucessor de
Set The Dial, o grupo lança o seu terceiro EP, Tend No Wounds, novamente
pela Relapse Records.
Apesar de figurar apenas como uma introdução, “A Cold
Embrace” não se preocupa em ficar enrolando ou criando bases climáticas. Muito
pelo contrário, já despeja uma sucessão de riffs daquele meio termo entre o
sludge e o hardcore típico da banda. Não fosse o bastante, “Enemy of Reason”
chega espancando os ouvidos em um ritmo muito mais acelerado e (por incrível
que pareça) ainda mais sujo, quase um contraponto com as vozes razoavelmente
mais melódicas e menos berradas insanamente como antes.
Cadenciada e fazendo justiça ao seu autodenominado rótulo de
swamp metal, a faixa seguinte “The Weak And The Wise” se arrasta ao longo de
quase seis minutos de massacrantes riffs híbridos de sludge, punk e black
metal, um tanto quanto diferente do andamento salobro e enlameado de “Internal/Eternal”,
um tanto quanto próximo do som mais distorcido do Kylesa (e talvez isso seja
inevitável para quem vem daquela cidade).
“Truth Untold”, responsável por um dos mais notáveis
momentos nesse curto EP, une em pouco tempo elementos de punk rock com
guitarras e melodias que beiram o heavy metal tradicional e o stoner,
evidentemente sempre encapados por aquela rusticidade pantanesca. Com um
arrastado crescendo, a semi instrumental “In Days Of Woe” fecha esse pequeno
trabalho de transição, ainda deixando muitas pontas soltas para o que virá no
próximo álbum.
E no fim das contas, o apresentado em Tend No Wounds é
basicamente uma progressão mais do que natural do último álbum, sem grandes
inovações e trazendo um Black Tusk
sutilmente mais sóbrio e menos caótico, não muito diferente das mesmas
propostas adotadas pelos outros grupos associados a eles (ainda que na prática
seja em níveis completamente diferentes – e alguns fãs mais nervosos possam torcer
o nariz).
Mas o que interessa é que o espírito enlameado, um sludge ao
mesmo tempo despretensioso e extremamente bem construído, permanecem intactos,
com o trio aprimorando a sua música curtos, mas notáveis, passos a cada
registro (bem ou mal, desde 2005 eles lançam material a cada ano).
O Black Tusk pode não ser um dos mais ascendentes nomes da
fértil Savannah, mas inegavelmente a sua música é um entretenimento e tanto.
Nota 7,5
Faixas:
01. A Cold Embrace
02. Enemy Of Reason
03. The Weak And The Wise
04. Internal/Eternal
05. Truth Untold
06. In Days Of Woe
01. A Cold Embrace
02. Enemy Of Reason
03. The Weak And The Wise
04. Internal/Eternal
05. Truth Untold
06. In Days Of Woe
Por Rodrigo Carvalho, do Progcast
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