O The Strypes causou burburinho quando surgiu, em 2011, trazendo de volta uma sonoridade que parecia perdida. Mas não só isso: além de viajar no tempo, o quarteto apresentava inequívocos sinais de talento. E, após uma série de singles onde regravaram canções de outros artistas, a banda lançou no início de setembro o seu primeiro álbum autoral - nove das doze faixas são de autoria da banda, enquanto as outras três são versões para composições de Willie Dixon, Nick Lowe e Hambone Willie Newbern.
Ouvir Snapshot, guardadas as devidas proporções, é como ouvir o primeiro álbum dos Stones. Ou do The Who. Ou dos Kinks. Ou de qualquer outra banda britânica que tenha iniciado a sua carreira no início da década de 1960 e investia em um som mais sujo e malvado que os conterrâneos Beatles, jogando fartas doses de blues e rhythm & blues na jogada.
Produzido por Chris Thomas (não por acaso um cara com uma longa folha corrida, incluindo trabalhos para ícones como Beatles, Paul McCartney, Pete Townshend, Pink Floyd, Sex Pistols, Badfinger, Elton John e dezenas de outros), Snapshot conseguiu manter a característica esfumaçada dos primeiros singles dos Strypes. A sensação, ao ouvir o disco, é que estamos em um apertado clube londrino assistindo a banda.
Ross Farrely (vocais), Josh McClorey (guitarra), Pete O’Hanlon (baixo) e Evan Walsh (bateria) entregam uma performance convincente em sua estreia. Farrely não é Mick Jagger, mas nada impede que possa voar alto no futuro. McClorey tem muito bom gosto, tanto nos riffs quanto nos solos e texturas. O’Hanlon faz tudo pulsar de maneira constante e ininterrupta, enquanto Walsh soa como o filho perdido de Keith Moon. E, costurando tudo, há a gaita de boca marota de Ross dando o toque final.
Repetindo aqui uma frase dos já citados Rolling Stones: “it’s only rock and roll, but I like it”. Snapshot e o The Strypes são isso mesmo: apenas uma banda de rock and roll sem compromisso, formada por moleques que ainda ostentam espinhas na cara e estão começando a viver as suas vidas. Há ainda um longo caminho pela frente, mas, a julgar pelo primeiro passo, essa banda vai muito longe.
Nota 8
Faixas:
1 Mystery Man
2 Blue Collar Jane
3 What the People Don’t See
4 She’s So Fine
5 I Can Tell
6 Angel Eyes
7 Perfesct Storm
8 You Can’t Judge a Book by the Cover
9 What a Shame
10 Hometown Girls
11 Heart of the City
12 Rollin’ and Tumblin
Por Ricardo Seelig
Hype .....
ResponderExcluirMas è uma banda legal , é um rock de garagem com altas doses de blues e um pouco de punk , como se fosse um novo white stripes , mas mais sessentista que a banda do jack white
Sim, Gabriel, tem hype, mas é uma banda legal, como você falou.
ResponderExcluirSonzera!
ResponderExcluirGosto de bandas com esta estética de som mais sessentista mais suja e é mais uma para a lista e que pelo jeito vou escutar muito.
E o que seria do Rock'n'Roll sem os famosos "hypes"?
Com exceção dos Beatles, que é uma das minhas bandas preferidas, gosto pouco do rock dos anos 60, mas acho legal trazer um estilo que lembra o daquela época, seja The Who ou The Beatles. Eu gostei das poucas músicas que ouvi.
ResponderExcluirAlguma notícia de lançamento do disco aqui no Brasil?
ResponderExcluirEu sinto uma preguiça de escutar só por causa da idade dos moleques rsss mas vou ouvir depois.
ResponderExcluirUm tema legal para uma matéria seria "músicos precoces". Agora me veio na mente o Michael Schenker que tinha 16 anos quando gravou o primeiro álbum do Scorpions.
Eu não me importo com a idade e já estou com o álbum. Só não ouvi todas as música ainda.
ResponderExcluirFoi estranho ouvir What a Shame. Eu fiquei ouvindo The Ballad of John and Yoko.
ResponderExcluirNo youtube existem videos dessa banda quando ainda tocavam desafinados, com instrumentos de qualidade duvidosa. Mas já era possível observar o talento e a musicalidade na veia. A evolução em poucos anos é impressionante. Ouço as musicas de estúdio, mas sem dúvida ao vivo eles se revelam, uma das melhores bandas ao vivo da atualidade, muita técnica, energia e muito rock'n roll
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