Este disco de estreia traz todas as qualidades essenciais do doom: vocais melódicos ascendentes, guitarras abrasadoras e devaneios místicos. Todos eles com influências de bandas como Candlemass e Saint Vitus, mas sem imitar descaradamente estes nomes seminais. Embora possamos ouvir alguns momentos mais rápidos em “Heavy Riders”, as canções ficam naquela praia agradável do mid-tempo. A ambiciosa “Into the Holy of Holies” - oito minutos que tem um início acústico e carregam o ouvinte por toda a capacidade do Crypt Sermon - mostram que a banda não irá redefinir o gênero, mas o seu inspirado trabalho enche o grupo de confiança para o que está por vir nos próximos anos.
Despoilment of Origin foi uma estreia absolutamente monstruosa da banda inglesa Sarpanitum, que exigia um esforço do ouvinte para acompanhar o registro diabólico e a visão perversa do grupo. Blessed Be My Brothers … chega nas prateleiras como o seu mais novo esforço maciço, definindo novas imagens e expandindo o território de sua música. Adições ligeiras de teclados e coros ao fundo das canções fazem as músicas soarem mais robustas e atmosféricas. Todas as faixas são preenchidas com complexas multi-camadas de guitarras melódicas, percussão e vocais caóticos, principalmente guturais. O resultado é um álbum de death metal apocalíptico com força, beleza e anormalidade magníficas. Este disco tem todos os ingredientes de um verdadeiro clássico do death.
A banda sofreu uma mudança significativa em sua formação quando o vocalista Thebon deixou o grupo, que foi reduzido a um trio. O fundador e guitarrista Obsidian Claw assumiu também os vocais, e o Keep of Kalessin iniciou um novo capítulo com Epistemology. O disco é mais maduro e mostra a banda adaptando influências adicionais de thrash metal e inserindo-as ao seu núcleo black. As músicas ainda estão centradas em rápidos e explosivos riffs de guitarra e blastbeats, tudo misturado com movimentos orquestrais.
Frontschwein tem o melhor de dois mundos: o Marduk vintage com uma aparentemente interminável explosão de blastbeats, empilhados sobre riffs furiosos de Mortuus e seu característico black metal temperamental. A combinação dá muito certo, e Frontschwein acaba se transformando, junto com Wormwood (2009), no melhor lançamento do grupo com Mortuus como frontman. As faixas pulam para fora com violência, com a faixa-título trazendo a sua marca em um violento ataque de blastbeats e riffs enlouquecidos. A propensão do Marduk para a Segunda Guerra Mundial mais uma vez influenciou as letras, sendo o primeiro álbum da banda a retomar o tema desde Panzer Division Marduk, de 1999.
Em seu novo disco, o Ensiferum claramente abraça as suas raízes death metal, porém sem deixar de lado os elementos folclóricos de seu som. Essa união é perfeitamente simétrica na execução e uma das maiores forças que a banda possui. Com One Man Army, o grupo também incorpora elementos de trilha sonora de filmes, e mostra uma maturidade que antes não existia. Gravado na maior parte no sistema analógico e, propositadamente, tentando soar o mais orgânico possível, One Man Army traz o Ensiferum no seu melhor. Os três anos de intervalo em relação ao disco anterior fizeram bem à banda, que volta afinada na execução e mais aventureira nas composições, soando com paixão e energia renovadas.
Matéria publicada originalmente no Heavy Metal About
Tradução de Ricardo Seelig
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