Bixiga 70 - Bixiga 70 III (2015)

Em 1962, Charles de Gaulle, então presidente da França, proferiu uma das sentenças mais certeiras sobre o país em que vivemos: “O Brasil não é um país sério”. Passados mais de 50 anos, continua não sendo. Entre os inúmeros exemplos, está o combo paulistano Bixiga 70. Se o Brasil realmente incentivasse, reconhecesse e consumisse a sua cultura, eles seriam reverenciados. Mas como isso não acontece, pouca gente já ouviu falar da banda. Sorte deles.

O Bixiga 70 foi formado em 2010, e desde então lançou três álbuns, todos batizados apenas com o nome do grupo - um em 2011, outro em 2013 e o novo, que acaba de sair. A música é um delicioso afrobeat instrumental, contagiante e alto astral, daqueles que cativam até mesmo os ouvintes que jamais passaram perto do gênero. Com nove faixas, o novo álbum reafirma a banda como um dos nomes mais interessantes da música brasileira contemporânea.

No caldeirão sonoro do grupo, onde o afrobeat comanda tudo, entram elementos de funk, jazz, soul, samba, samba-rock e praticamente todos os estilos que têm o ritmo como elemento central. É um som para dançar, para relaxar, composto de maneira criativa e com ótimas ideias. Melodias sobrevoam todas as canções, que são construídas a partir de arranjos de metais inspirados e grooves fortes e certeiros. Há um que de Banda Black Rio aqui, um tempero de Dom Salvador & Abolição acolá, uma lembrança de Kashmere Stage Band em outro ponto. 

Bixiga 70 III é um prato cheio para quem gosta de música instrumental, pra quem curte grooves dançantes, pra quem gosta de boa música. 

Altamente recomendado para fãs de todos os gêneros.

Nota 9

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