O heavy metal atual não é composto apenas por nomes que buscam integrar o gênero a novas sonoridades. Há também toda uma nova geração de bandas que tem como objetivo manter viva a sonoridade clássica do gênero, construída durante a década de 1980.
Abaixo estão duas dezenas de novos nomes, alguns já conhecidos por uma parcela do público, outros não, todos levantando a bandeira do heavy metal. Tem pra todos os gostos: speed, power, filhos da NWOBHM, grupos com pegada setentista.
Ouça os discos, descubra novos sons e veja como tem coisa bem legal sendo feita atualmente.
Cauldron
Formado em 2006 no Canadá, o Cauldron é um trio focado no metal tradicional, principalmente na sonoridade da primeira metade da década de 1980. Dá até pra classificar a banda no chamado speed metal do período, onde a velocidade andava lado a lado com o peso e os riffs. Com quatro discos na bagagem, a banda vem crescendo ano a ano, conquistando os admiradores de uma sonoridade mais convencional. Recentemente o grupo sofreu um sério acidente com sua van de turnê, fato que causou fraturas nas costas e no pescoço do guitarrista Ian Chains, forçando a banda dar uma parada até que músico se recupere.
Hell
Nome surgido durante a NWOBHM, o Hell só conseguiu gravar suas músicas trinta anos depois, graças à ajuda de nomes como Andy Sneap e Martin Walkyer (Skyclad). Tanto Human Begins (2011) quanto Curse & Chapter (2013) estão repletos de canções que despejam aquela combinação entre peso e melodia tão característica do metal inglês. New Wave of British Heavy Metal 2.0!
Enforcer
Fruto da prolífica cena sueca, o Enforcer é um dos nomes mais conhecidos da cena atual do metal tradicional. Na ativa desde 2004, a banda estreou em 2008 com Into the Night e possui quatro álbuns no currículo. Todos os discos trazem uma sonoridade construída com timbres que remetem, conscientemente, ao metal oitentista. Sem medo dos clichês, o quarteto tem crescido ano a ano e já possui uma carreira estabilizada.
Veterano na cena norte-americana, porém praticamente desconhecido aqui no Brasil, o Slough Feg foi um dos primeiros nomes a investir na sonoridade tradicional da década de 1980, estreando em 1996 com The Lord Weird Slough Feg. Com uma discografia composta por nove discos, o grupo possui álbuns excelentes e que merecem uma bela audição, como Down Among the Deadmen (2000), Traveller (2003) e The Animal Spirits (2010).
High Spirits
Os Estados Unidos possuem boas bandas também no metal tradicional, e o High Spirits é uma delas. Natural de Chicago, o grupo estreou em 2011 com Another Night, e em 2014 lançou o seu segundo disco disco, You Are Here. É metal tradicional na veia, com guitarras gêmeas onipresentes e todas as características do estilo. Curiosidade: o vocalista Chris Black também faz parte do Nachtmystium, banda de black metal norte-americana, onde é o responsável pelo baixo.
Civil War
Outra jóia vinda da Suécia, o Civil War tem uma carreira relativamente curta, mas já vem colhendo os frutos de seu excelente trabalho. Formada em 2012, a banda colocou dois discos no mercado - The Killer Angels (2013) e Gods and Generals (2015). Formado por ex-integrantes do Sabaton, o grupo possui uma sonoridade mais direta e menos pomposa que seus antigos companheiros. Porém, os fortes refrãos também são um destaque por aqui. Uma das grandes promessas do metal tradicional contemporâneo, sem a menor dúvida.
O Tribulation gravou um dos discos mais celebrados de 2015. The Children of the Night, terceiro álbum da banda, recebeu elogios nos mais diversos veículos e chamou a atenção para esse grupo sueco. O som traz um instrumental clássico adornado por vocais guturais, resultando em uma música bastante cativante e forte. Se ainda não ouviu, ouça já!
Mais uma banda norte-americana. O Christian Mistress surgiu em 2008 e até o momento gravou três discos - Agony & Opium (2010), Possession (2012) e To Your Death (2015). Metal tradicional com vocais femininos e um clima meio occult rock, construído através de canções bem desenvolvidas e que descem de imediato. O destaque é a vocalista Christine Davis, dona de uma bela voz.
Black Trip
O Black Trip lançou a sua estreia, Goin’ Under, em 2013. Dois anos depois retornou com Shadowline, uma pequena jóia. Heavy metal feito sob medida pra cair no gosto dos fãs de um som mais tradicional, equilibrando agressividade, peso e melodia. Pra em alta velocidade e sem destino certo.
Portrait
Na medida pra quem curte os primeiros anos de nomes como Mercyful Fate e Blind Guardian, o Portrait vem da Suécia com um heavy metal cheio de vocais agudos e sonoridade que remete aos anos 1980. Três discos nas costas, todos com canções pra bater cabeça de maneira contínua. Outro tesouro para os fãs do lado mais tradicional do metal.
Steelwing
Outro nome que há tempos anda nos ouvidos nos chegados do metal tradicional, o Steelwing vem da Suécia. Formada em 2009, a banda possui uma trinca de discos - Lord of the Wasteland (2010), Zone of Alienation (2012) e Reset Reboot Redeem (2015) -, todos apostando em um som com grande influência de NWOBHM e Iron Maiden. Quem gosta desta pegada, gosta da banda!
Outra cria sueca, mas um pouco mais antiga. Formado em 1999, o RAM estreou em 2005 com Forced Entry, e desde então lançou mais três discos. O som tem clara influência do Judas Priest, característica intensificada pelo timbre de Oscar Carlquist, similar ao de Rob Halford. O trabalho de guitarras também merece destaque.
Metal tradicional e inspirado vindo do Canadá. Com dois álbuns lançados, o Skull Fist equilibra aspectos da NWOBHM e da cena alemã, notadamente o Helloween. Produção gorda, timbres atuais, vocal agudo, guitarras gêmeas, refrãos fortes: tá esperando o que pra dar play?
Lucifer in the Sky with Diamonds
Com um nome desses, não dá pra passar batido por essa banda russa. O quarteto foi formado em 2010 e lançou apenas um disco até agora, The Shining One, que saiu em 2014. Metal com aroma setentista, em uma sonoridade que bebe direto da fonte dos pioneiros do estilo, como Black Sabbath e Grand Funk Railroad. Audição recomendada!
Bloodbound
Power metal sueco com DNA alemão. Com seis álbuns no currículo, o Bloodbound surgiu em 2004 e desde então vem lançando álbuns consistentes, com tudo aquilo que os apreciadores da união entre o power e o metal tradicional curtem: peso, melodia, refrãos pra cantar junto, clima épico. Pegue a sua espada e venha para a guerra!
Orchid
Se o Black Sabbath surgisse hoje, provavelmente soaria próximo ao som da banda norte-americana Orchid. Riffs inspirados, peso e composições fortes marcam os dois álbuns da banda, Capricorn (2011) e The Mouths of Madness (2013) - esse último, inclusive, já com status de pequeno clássico. Apenas ouça!
Striker
Quinteto canadense que acaba de lançar o seu quarto álbum, Stand in the Fire. Influências de Iron Maiden, Judas Priest, Accept e Iced Earth compõe o caldeirão de influências do Striker. Música de fácil digestão, pra ouvir no volume máximo e com o pé no fundo.
The Oath
Banda alemã formada em 2012 e que tem como figuras principais a vocalista Johanna Sadonis e a guitarrista Linnéa Olsson. O primeiro e único disco, lançado em 2014 pela Rise Above e batizado apenas com o nome do grupo, vem com um clima vintage e influências de Black Sabbath, Judas Priest e Scorpions fase Uli Jon Roth. Curiosidade: o baixista Simon Bouteloup toca também em outra revelação da nova geração, o Kadavar.
White Wizzard
Speed metal natural de Los Angeles. O pacote completo: roupas de couro, tachinhas, velocidade, bumbo duplo, guitarras na velocidade máxima. A banda já lançou três discos, o mais recente deles The Devils Cut, disponibilizado em 2013. Nada inovador, mas competente.
Jovem quinteto alemão com influência de Iron Maiden e Virgin Steele. Heavy metal clássico executado com talento, deixando claro o grande potencial da banda. A estreia foi em 2013 com Separate But Equal, seguido pelo ótimo Sinister Lightning, lançado em 2015.
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