Review: Fuss - Rizomas (2016)



A cena rock do Rio Grande do Sul passa por um momento bastante inspirado, como nomes como Rebel Machine, Cattarse, Eu Acuso!, Seven Days War, Hempadura e outros fomentando uma realidade cada vez mais forte, criativa e com potencial para alçar vôos enormes. O Fuss é mais uma das boas novidades vindas de lá. Ainda que difira dos nomes citados por investir em um som menos pesado, com bastante melodia e claramente distante do hard rock e do heavy metal, dá pra enquadrar o grupo na nova geração de sons interessantes vindos das terras gaúchas.

Rizomas é o EP de estreia da banda formada por Lucas Patrício, Lucas Tambosi, Victor Fink e Heitor Rodrigues. Formada no final de 2014 e natural de Canoas, na grande Porto Alegre, o Fuss faz um indie rock com influências de nomes como Arctic Monkeys, Strokes, The Kooks e Kings of Leon. No entanto, apesar da inspiração em nomes que trazem o pop como um dos ingredientes principais, o Fuss mostra em seu disquinho de estreia uma sonoridade bastante crua, com timbres sujos e na cara. De maneira proposital ou não, essa característica realça a energia e a pegada da banda, que consegue transmitir em suas canções a vivacidade onipresente daquele período meio nebuloso entre a adolescência e a vida adulta, quando temos 20 e poucos anos e precisamos encarar o mundo antes que ele nos engula.



São apenas três faixas, todas bem construídas e que mostram uma banda com potencial para construir uma carreira que pode render belos frutos no futuro. “Elucidar”, que abre o EP, vem com um riff cheio de melodia e uma letra bem sacada. Já “Vou Sem Saber” mostra todo o lirismo da banda, em uma balada cheia de feeling e que conta com um delicioso arranjo crescente que vai progredindo em camadas - radiofônica pra caramba, alô “rádios rock”! E Rizomas fecha com “Incolor”, a mais agressiva das três, outra vez conduzida por bons riffs e com a banda sentando a mão nos instrumentos.

Rizomas é um primeiro passo muito promissor para o Fuss. A banda mostra criatividade e bastante maturidade nesse primeiro registro, com canções interessantes, boas ideias e instrumental consistente. 

Boa promessa, é bom ficar de olho no Fuss!


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