Que vida dura para o fanático por música ter de esperar anos para poder rever sua banda do coração. Nós não entendemos porque temos que sofrer e esperar tanto tempo para ver ao vivo nossos ídolos. Poxa economia, ajuda a gente a ser feliz!
Dez anos se passaram desde a última vinda dos americanos do Wilco ao Brasil, mas no último dia 8 de outubro a cidade de Chicago nunca esteve tão próxima de nós. Jeff Tweedy e sua trupe voltaram ao país para três apresentações, duas em Sampa e uma no Rio de Janeiro, para divulgar seu novo disco, Schmilco. A primeira parada na cidade da garoa foi dentro do Popload Festival.
Projetado para comportar até 8.000 pessoas, o Urban Stage esteva bem cheio quando exatamente às 20h30 a espera tinha acabado. Entra em cena aquela banda, grupo, seita ou religião que todo mundo aguardava. O que importa é que eles estão ali, na nossa frente. Parecia ser tão fácil. Porque demorou tanto? O público presente se reuniu em frente à grade ocupando todos os espaços livres para ficar mais perto do palco.
Era possível ver o quanto incrédulo estavam todos. Demorou praticamente três músicas para que alguma reação fosse esboçada pela galera. PQP, era verdade, eles estavam lá! Era hora de curtir.
Duas horas de show pra fã nenhum botar defeito.
Choro, silêncio, frenesi, palmas, gritos, esperança no amanhã. Quantos sentimentos bons uma mesma banda pode proporcionar com sua pluralidade musical? Poderíamos passar horas tentando descrever a sonoridade das músicas que o sistema de som, claro e nítido, amplificava para todos.
Tivemos de tudo: do alt-country ao noise free-jazz até o folk calminho do interior dos Estados Unidos, como se tivesse sido feito na beira da estrada esperando a carona que iria te levar para um novo mundo ou um novo estado de espírito.
Não importa o caos do mundo. Queremos que esse momento dure para sempre. Porque um show tão bom tem que acabar? Se deixassem a gente escolher as verdades do mundo, certeza que as duas horas de show virariam oito. Oito virariam dez. Pergunta para a galera da grade como estava.
Já na metade do show, parecia que os sete mil presentes eram os melhores amigos do Jeff Tweedy. O maestro condutor de uma máquina de fazer músicas é uma simpatia de frontman que, além de tocar muito guitarra, sempre fazia questão de dizer o quanto estava feliz de tocar pela primeira vez na capital paulista. O guitarrista Nels Cline fez os presentes no festival ficarem de queixos caídos quando conseguiu melhorar o já ótimo solo de "Impossible Germany", com uma versão estendida de quase 10 minutos. O incrível foi ouvir todo mundo cantando as melodias do solo junto da banda. Tirando banda de metal, ninguém mais consegue essa proeza. Após 25 músicas, a banda deixa o palco sendo ovacionada pelo público que, de pronto, pediu o tradicional bis.
Quer mais? Sim!!! Então toma mais duas para finalizar esse show histórico.
Valeu Popload pelo belo festival, dando show de organização e respeito pelo público. Agora, fã que é fã mesmo, tem que sofrer um pouco mais. Essa galera de Londrina teve que pegar 600 quilômetros de estrada para voltar pra casa. Tenho certeza que pelo sorriso, a volta foi boa!
Setlist:
Random Name Generator
The Joke Explained
I Am Trying to Break Your Heart
Art of Almost
Either Way
Misunderstood
If I Ever Was a Child
Cry All Day
Someone to Lose
Via Chicago
Impossible Germany
Hummingbird
Handshake Drugs
Side With the Seeds
Locator
Pickled Ginger
Forget the Flowers
Box Full of Letters
Heavy Metal Drummer
I’m the Man Who Loves You
Jesus, Tec.
Dawned on Me
Red-Eyed and Blue
I Got You(At the End of the Century)
Outtasite(Outta Mind)
Encore
Spiders(Kidsmoke)
The Late Greats
Por Denis Fonseca
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