Minha Coleção: conheça a bela coleção de discos de Belmilson Old Boy


De colecionador pra colecionador, faça uma breve apresentação para os nossos leitores.

Olá pessoal , meu nome é Belmilson, tenho 44 anos, trabalho na área administrativa de uma empresa, sou baixista na banda de Heavy Metal Poseidon e tenho um trabalho solo voltado ao folk/progressivo chamado OldBoy.

Quantos discos você tem em sua coleção?

Não tenho hoje um número preciso, mas o número de CDs deve estar por volta de 1.200 itens mais uns 390 LPs.

Quando você começou a colecionar discos?

Acho que não começamos a colecionar discos pensando em sermos colecionadores. Chegamos num momento que nos percebemos colecionadores, amantes dessa arte mágica que é a música.


Você lembra qual foi o seu primeiro disco? Ainda o tem em sua coleção?

Ganhei de meu pai minha primeira fita-cassete, pois na época ainda não tínhamos um toca-discos em casa, e foi o ´74 Jailbreak do AC/DC. Quando compramos nossa “vitrola” meu pai me comprou o Live in London do Deep Purple. E sim, sem dúvida, tenho os itens na minha coleção.

Quando caiu a ficha e você percebeu que não era só um ouvinte de música, mas sim um colecionador de discos?

Sem dúvida que sou um colecionador, até pela quantidade de itens em casa, mas me sinto mais como um cara apaixonado por música que necessita conhecer a maior quantidade música possível. A cada dia, a cada ano que passa, a cada evento que você participa, a música se torna mais importante.

Como você organiza a sua coleção? Por ordem alfabética, de gêneros ou usa algum outro critério?

A organização é bem básica e funcional. Ordem alfabética e, dentro de cada artista, cronológica.




Onde você guarda a sua coleção? Foi preciso construir um móvel exclusivo pra guardar tudo, ou você conseguiu resolver com estantes mesmo?

Tenho um cômodo em casa somente com as minhas “tranqueiras”. Mandei construir três estantes para acomodar tudo.

Que dica de conservação você dá para quem também coleciona discos?

Acho que o que pode acabar com tudo é a umidade. Os vinis estando num lugar mais arejado já ajuda. E os digipaks tento guardar com os plásticos para CDs.

Você já ouviu tudo que tem? Consegue ouvir os títulos que tem em sua coleção frequentemente?

Ainda não. Mas falta pouco. A algum tempo ganhei de meu padrinho uma coleção de jazz e outra de blues. Desses itens ainda não ouvi tudo. Quanto ao resto sempre arrumo tempo para ouvi-los de novo e de novo.


Qual o seu gênero musical favorito e a sua banda preferida?

O rock é meu gênero musical favorito. O rock e suas vertentes: metal, southern, blues. Tudo é muito bem-vindo. Se funciona, se passa naquele filtro do seu coração, se a música lhe toca, tá valendo. Banda favorita é difícil citar somente uma, mas não possa nem pestanejar quanto a isso: sem dúvida AC/DC.

De qual banda você tem mais itens em sua coleção?

Essa é engraçada (risos). Sempre ganho discos de amigos que estão se desfazendo por algum motivo, e eu os recebo sem dúvida. Em quantidade hoje o Roberto Carlos é o artista que mais tenho discos, pois ganhei uma coleção imensa de um amigo e o Roberto Carlos era o artista preferido dele. Tirando ele acho que é o Iron Maiden.

Quais são os itens mais raros, e também aqueles que você mais gosta, na sua coleção?

Sinceramente, acho que não tenho nenhum item considerado raro. Mas tenho o bootleg do Guns N´Roses Use Your Illusion Live in Tokyo em vinil duplo. De repente seria esse. Na coleção de vinil acho que o que mais gosto é o Live in London do Purple. Em DVD o box do Rock and Roll Hall of Fame e o festival Crossroads do Eric Clapton são alguns que sempre retorno pra uma audição. Mas tem muito mais coisas (risos).



Você é daqueles que precisa ter várias versões do mesmo disco em seu acervo, ou se contenta em completar as discografias das bandas que mais curte?

Pra mim realmente basta ter a discografia completa das bandas. O que pode acontecer é eu adquirir uma versão em CD e depois também em vinil, ou vice versa.

Além de discos (CDs, LPs), você possui alguma outra coleção?

Sim. Tenho um bom número de DVDs. Uns 300 DVDs de músicas e mais DVDs de filmes e séries (220), fitas K7 (23) e livros de música (uns 40). Coleções da Revista BIZZ do número 1 ao 100, Roadie Crew, SET, Preview, Rock Brigade e outras.



Em uma época como essa, onde as lojas de discos estão em extinção, como você faz para comprar discos? Ainda frequente alguma loja física ou é tudo pela internet?

A coisa mais difícil é eu comprar disco pela internet (risos). Frequento lojas e sebos. É só procurar que a gente acha.

Que loja de discos você indica para os nossos leitores? 

Toda a Galeria do Rock em São Paulo. Não é mais a mesma, pois são outros tempos, mas é muito bom ir até lá ainda. E lá sem dúvida a DieHard, tratamento vip pra todos que entram na loja.

Qual foi o lugar mais estranho em que você já comprou discos?

Não lembro de nenhum lugar estranho, mas se vejo uma loja onde tem CDs eu entro, pois sempre dá pra achar algo (risos).
  


O que as pessoas pensam da sua coleção de discos, já que vivemos um tempo em que o formato físico tem caído em desuso e a música migrou para o formato digital?

No meu círculo de amigos eu sou o lobo solitário. Somente eu e ninguém mais tem uma coleção nem parecida. Acho que ninguém vê a música como eu vejo.

Você se espelha em alguma outra coleção de discos, ou outro colecionador, para seguir com a sua? Alguém o inspira nessa jornada?

Ninguém me inspira não. Até porque a realidade, principalmente financeira, é bem diferente pra cada um.

Qual o valor cultural, e não apenas financeiro, que você vê em uma coleção de discos?

Nunca vejo pelo lado financeiro e sim por um caminho que segui na minha vida. Muitos dos discos tem uma história, uma importância pra determinados momentos de nossa jornada. Pra mim música é magia.

Vai chegar uma hora em que você vai dizer "pronto, tenho tudo o que queria e não preciso comprar mais discos", ou isso é uma utopia para um colecionador?

Sem chance. Isso não existe. Comprar, comprar e comprar.



O que significa ser um colecionador de discos?

Colecionar discos, colecionar música é essencial na minha vida, assim como é a minha família. A música, consumir música, já faz parte de mim.

Qual o papel da música na sua vida?

Salvação. Num momento difícil, a perda de minha mãe, foi a música que me salvou, que me fez seguir em frente. Peguei todos os pensamentos que estavam na cabeça e fui fazer música.

Pra fechar: o que você está ouvindo e o que recomenda para os nossos leitores?

Tenho ouvido muita coisa hoje em dia, como sempre e vou recomendar aos leitores Ryan Adams, The Decemberists, Opeth, The Revivalists, Criolo, Imago Mortis. Como diz Gastão Moreira em seu programa de rádio, o importante é tirar o ouvido da zona de conforto. Não precisa abandonar os clássicos, mas sim ir atrás de música nova e música boa.


Comentários

  1. Parabens meu amigo... Tenho orgulho de ser seu amigo.. Um caea honesto, trabalhador e agora um colecionador.. O conheco a um bom tempo e nao sabia desse hobbie. Meus parabens, e lindo..

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