Review: The Night Flight Orchestra - Amber Galactic (2017)


Contando com integrantes do Soilwork e do Arch Enemy em sua formação, o The Night Flight Orchestra surgiu em 2012 com um refrescante, excelente e divertido disco de estreia - Internal Affairs -, onde, ao lado da inegável qualidade de faixas como “West Ruth Ave” e “Siberian Queen”, ficava o interessante questionamento sobre como aqueles cinco caras que vinham da cena do death metal melódico conseguiram gravar um álbum tão bom de AOR. Discos do Journey e do Kansas estavam lado a lado nas coleções de Björn Strid e Sharlee D’Angelo aos álbuns do Morbid Angel e do Carcass? Só pode!

O fato é que a brincadeira foi muito bem aceita e aos poucos deixou de lado o ar de projeto paralelo e se transformou efetivamente em uma banda. Hoje um sexteto, o The Night Flight Orchestra lançou Skyline Whispers em 2015 e colocou Amber Galactic, o seu mais recente disco, nas lojas no último dia 19 de maio.

O álbum traz dez faixas (onze na versão em digipak e digital, além de uma música exclusiva - “Fly Tonight (Never Rewind)” - para o mercado japonês) que bebem em diversas fontes de inspiração, todas vindas da década de 1970. Mas aqui não tem nada de hard poeirento, blues rock e essas coisas. O lance segue o mesmo: AOR de qualidade, feito pra tocar no rádio e com refrãos como protagonistas. As influências vão de nomes óbvios como Journey, Toto e Kansas e chegam até referências não tão na cara assim e até um pouco inesperadas, como The Police, Supertramp e Steely Dan. E a banda ainda arrisca alguns trejeitos meio Billy Joel pelo caminho, ainda que não acerte exatamente no alvo nesta questão.

De modo geral, o disco é bastante consistente, ainda que perca o fôlego em alguns momentos. A diversão é garantida em faixas como “Star of Rio”, “Gemini” e na deliciosamente Toto “Domino”. “Jennie" mostra a banda tentando equilibrar ecos de Supertramp e Billy Joel, enquanto “Something Mysterious” vem com uma pegada épica meio Kansas.

Canção mais longa do play, “Saturn in Velvet” entrega mais de sete minutos de uma tentativa de emular o progressivo pop da segunda metade da década de 1970, de nomes como os já citados Kansas e até mesmo Journey, e o resultado é bastante positivo, ainda que a canção acabe soando meio longa demais.

Fechando o disco, a releitura para “Just Another Night”, pérola pop do primeiro álbum solo de Mick Jagger - She’s the Boss, lançado em fevereiro de 1985 - é muito divertida e teria tudo para se transformar em um baita hit se as rádios “rock" fossem mais abertas a novidades e não se limitassem ao look eterno com os mesmos nomes de sempre.

Amber Galactic é mais um bom disco do The Night Flight Orchestra, garantia de satisfação aos ouvidos e aderência certa de vários refrãos nos ouvidos. Ouça, você vai curtir.

Comentários

  1. Tô curtindo muito esse disco... Como sempre, vc indicando só o filé... Parabéns...

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