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Corpos é uma história policial e de mistério escrita por Si Spencer (Hellblazer, Juiz Dredd) e que se passa em quatro linhas do tempo. Simultaneamente, somos apresentados a fatos ocorridos em Londres em 1890, 1940, 2014 e 2050. Cada uma dessas narrativas é ilustrada por um artista diferente: em 1890 temos Dean Ormston (Juiz Dredd, Sandman, Lucifer), em 1940 temos Phil Winslade (Mulher-Maravilha, Homem-Formiga, Jonah Hex), em 2014 Meghan Hetrick (Esquadrão Suicida, Asa Noturna) e em 2050 Tula Lotay (Vampiro Americano, The Wicked + The Divine, Viúva Negra). Lee Loughridge cuida da colorização de todas essas épocas, trabalhando com paletas de cores e estilos distintos em cada uma delas.
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A Panini lançou no mercado brasileiro um encadernado em capa cartão, lombada quadrada, 212 páginas e papel LWC compilando as sete edições da série original. Ou seja, temos aqui uma história completa, sem continuação. O problema é que essa história é confusa e deixa mais dúvidas do que conclusões ao final da leitura.
As tramas passadas em 1890 e 1940 são as mais interessantes. Na primeira, temos a sombra dos assassinatos de Jack O Estripador, enquanto na segunda vivemos o pânico da Segunda Guerra Mundial. O roteiro explorado em 2014 é atual e relevante, falando de questões como imigração e anti-semitismo, enquanto a história contada em 2050 é um recorte sem muito sentido e que lembra os piores momentos de Grant Morrison. Todas se entrelaçam e contém elementos que complementam cada uma das narrativas.
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Em termos de arte, Dean Ormston e Phil Winslade dão um show à parte, com ilustrações de cair o queixo. Já Meghan Hetrick acaba entregando um trabalho que incomoda um pouco pelo estilo das ilustrações, que parecem sem vida e pasteurizadas. Exatamente o contrário do que encontramos no trabalho de Tula Lotay, que é o mais artístico e "livre" dos apresentados na história, com uma enorme dose de movimento que fica ainda mais evidente com a excelente colorização de Lee Loughridge.
Esperava muito mais de Corpos, principalmente pela ótima experiência que tive ao ler o trabalho de Si Spencer com John Constantine em Hellblazer. O encadernado não é necessariamente ruim, mas ao bater o olho em um material com o selo Vertigo acredito que não apenas eu, mas todo leitor de quadrinhos, espera encontrar um quadrinho diferenciado e com qualidade inerente. Infelizmente, não é o caso aqui.
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