Review: Hagbard - Rise of the Sea King (2013) e Vortex to an Iron Age (2016)


Ninguém conhece tudo, não é mesmo? Eu, por exemplo, nunca tinha escutado o Hagbard, apesar de já ter ouvido muito gente falar bem da banda. Até que recebi do selo Heavy Metal Rock os dois discos do grupo. Vamos a eles então.

O Hagbard foi formado em Juiz de Fora em 2010 e faz um folk/viking metal. Após duas demos, lançou em 2013 o seu primeiro disco - Rise of the Sea King -, enquanto que o segundo e mais recente trabalho, Vortex to an Iron Age, saiu no segundo semestre de 2016.

A banda é formada por Igor Rhein (vocal), Gabriel Soares (teclado, flauta e vocal), Danilo “Marreta" Souza (guitarra), Rômulo “Sancho" Piovezana (baixo) e Everton Moreira (bateria). Musicalmente, o quinteto apresenta influência de nomes como Blind Guardian, Turisas, Amon Amarth e segue a sonoridade habitual do estilo, intercalando riffs pesados, melodia onipresente e a inserção de instrumentos atípicos ao heavy metal, como flauta, violino e outros. O predomínio do vocal gutural contrasta de maneira agradável com o instrumental que traz elementos de power metal, montando um quebra-cabeça interessante.



Pessoalmente, achei o disco de 2013 muito mais consistente do que o segundo álbum do grupo. Em Rise of the Sea King há uma agressividade e uma violência inerentes, fazendo com que a pegada do Hagbard aproxime-se das áreas mais extremas da música pesada, o que soa como uma espécie de yin-yang constante. Já no segundo disco há uma suavizada geral nesse aspecto, com o lado agressivo ficando em segundo plano enquanto temos a acentuação de uma sonoridade que tenta ser mais elaborada e intrincada, mas que, infelizmente, acaba não encontrando um equilíbrio e perde a personalidade que havia mostrado na estreia. Isso não quer dizer que Vortex to an Iron Age seja um disco ruim, longe disso, mas ao ouvir os dois CDs em sequência sem nunca ter escutado a banda, fiquei esperando um trabalho muito mas forte depois da ótima impressão causada por Rise of the Sea King.

Inegavelmente, o Hagbard possui talento e capacidade para crescer e se tornar uma referência não apenas no Brasil, mas é preciso definir melhor o caminho que a banda pretende seguir em seus próximos passos. Se eu puder dar uma dica, aí vai ela: retomem a agressividade e a violência sonora da estreia, inserindo melodias e aspectos folclóricos a partir dela, nunca deixando de lado isso. Acredito que é por aí que o grupo pode crescer e se desenvolver cada vez mais.

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