Review: Iced Earth - Incorruptible (2017)


Eu acho que o Iced Earth é uma banda que se perdeu. O grupo liderado pelo guitarrista Jon Schaffer trabalhou pra caramba pra subir passo a passo, disco a disco, e no meio desse processo brindou os fãs de heavy metal com obras-primas como The Dark Saga (1996) e Something Wicked This Way Comes (1998), dois dos principais álbuns de metal gravados durante os anos 1990.

No entanto, a saída do vocalista Matt Barlow em 2003 abalou de maneira profunda as estruturas do grupo. O cara voltou em 2007 e deixou a banda em definitivo em 2011, sendo substituído por Stu Block. E lá entre 2003 e 2007 teve o seu posto ocupado pelo operário Tim “Ripper" Owens. Todo esse processo resultou em discos confusos e medianos como a continuação da saga Something Wicked nos desnecessários Framing Armageddon (2007) e The Crucible of Man (2008). E sim, acho The Glorious Burden (2004), gravado com Owens, um baita disco.

Incorruptible, terceiro álbum com Block, foi lançado em 16 de junho. O CD tem dez faixas e foi produzido pelo próprio Jon Schaffer. Além disso, marca a estreia em estúdio do guitarrista Jake Dreyer (Jag Panzer, Kobra and the Lotus) e o retorno do baterista Brent Smedley. O baixista Luke Appleton completa o time.

O que temos aqui é o retomada da boa impressão causada por Dystopia (2011), estreia de Stu Block, e que foi devidamente jogada no lixo com Plagues of Babylon (2014), o decepcionante segundo trabalho gravado com o vocalista. Evidentemente, o Iced Earth não reinventa a roda e não inova em sua sonoridade, mas isso não é algo que precise ser feito em uma banda como essa. O que temos é o power metal contagiante que sempre caracterizou a banda, com ótimos riffs, fortes linhas vocais e refrãos épicos. Sem virar a sua sonoridade do avesso, Schaffer e companhia conseguem entregar um trabalho atraente e que retoma a refrescância da música do Iced Earth, com direito a uma excelente faixa instrumental como a incrível "Ghost Dance (Awaken the Ancestors)".

Incorruptible não é o melhor disco do Iced Earth, mas está muito distante dos piores momentos da banda. Trata-se de um álbum forte e consistente, que demonstra que os norte-americanos ainda tem o que mostrar e possuem combustível e inspiração para manter o seu status como uma das bandas mais tradicionais e relevantes do power metal.

Vale a pena, ainda mais porque o disco terá uma edição nacional pela Hellion Records.

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