10 músicos que ainda estão vivos após consumir quantidades insanas de drogas


Nós ainda temos a tendência de glamorizar o uso de drogas, principalmente em se tratando de astros da música. Quando as drogas e o álcool transformam-se em algo vital no dia a dia das pessoas, elas necessariamente não pensam sobre as consequências que isso trará. 

As drogas são muitas vezes vistas como combustível para criatividade, então existe uma aura romântica que liga o seu uso a indivíduos criativos. E essa associação vai além da música, é claro. Escritores famosos como Ernest Hemingway e F. Scott Fitzgerald são bastante conhecidos pelo consumo excessivo de álcool, enquanto Stephen King revelou que o vício em drogas e álcool turbinou a sua criatividade.

No entanto, esta lista é focada apenas em músicos, uma vez que o rock tem uma infinidade de personagens para escolher. Mas, entre eles, estão alguns nomes que realmente experimentaram viver totalmente no limite e quase não voltaram da experiência. Os dez indivíduos abaixo desafiaram as expectativas médicas em relação ao consumo de drogas e álcool, essencialmente porque qualquer profissional em medicina diria que é um milagre que eles ainda estejam vivos e respirando.


Mick Fleetwood

O baterista homônimo de 1,98 metros do Fleetwood Mac, hoje com 69 anos, decidiu por um estilo de vida mais tranquilo em Maui, onde reside há vários anos. Mas nos anos 1970 e 1980, o auge da linha mais comercialmente bem sucedida do Fleetwood Mac, a história era diferente. Mick Fleetwood descreveu suas experiências iniciais com cocaína, na Los Angeles da década de 1970, como “a primeira onda do tsunami de pó branco que entrou”. E um tsunami foi exatamente o que Mick colocou em seu nariz. Por mais de vinte anos, ele cheirou pelo menos 3 gramas de cocaína todos os dias! A droga não custou apenas anos de insanidade para Fleetwood: ela o levou também a inúmeras falências e ao fim de pelo menos três casamentos.


Keith Richards

A escala do uso de drogas do icônico guitarrista dos Rolling Stones está cimentada na história da cultura pop. Os relatos de seus excessos são lendários. Ele foi apreendido pelo uso de heroína inúmeras vezes durante os anos 1960 e 1970. No final da década de 1970, Richards ficou literalmente nove dias sem dormir no estúdio de gravação. E mais tarde ainda se gabou da proeza: “Foram nove dias sem dar ao menos uma piscadela!”. Em 2002, admitiu que cheirou as cinzas de seu pai junto com cocaína. Na verdade, foi só a partir de 2006 que Richards deixou de usar completamente cocaína, depois de cair de um coqueiro e sofrer uma concussão durante as férias em família que passava em Fiji junto com o companheiro de banda Ronnie Wood. Richards diz que, apesar de décadas de uso de drogas, ele sempre as usou com moderação, e insiste que esse é o motivo de ainda estar vivo hoje em dia.


Elton John

A lenda do pop e do rock Elton John começou a usar cocaína no início dos anos 1970 para conseguir se "abrir" e conversar com as pessoas. No palco ele era muito confiante, mas fora dele era tímido e reservado. A cocaína, então, era o remédio para isso. No entanto, Elton afirmou que o "remédio" o deixou ainda mais fechado. A cocaína permaneceu como componente essencial da sua vida ao longos das década de 1970 e 1980. Amigos próximos recordam que, no último estágio do vício, Elton estava literalmente se matando de tanto cheirar. O produtor Gus Dudgeon, que produziu muitas das gravações de John, contou em uma entrevista que “ele reciclava o que estava cheirando. Ele saía e um pouco da droga ficava na sua boca, o nariz escorria e ele ficava reciclando aquela coisa. Era horrível”. Isso aconteceu em 1986, durante as gravações do álbum Leather Jackets. Em 1989, como o próprio artista admitiu, ele estava consumindo cocaína a cada quatro minutos e não saía de casa há pelos menos duas semanas. Neste mesmo período, Elton estava tendo convulsões violentas e hemorragias nasais pesadas. Ele conta que amigos próximos o encontravam em colapso e o colocavam na cama, apenas para ele se recuperar, levantar e cheirar mais cocaína. Elton John conseguiu superar o vício após um tratamento em 1990.


Stevie Nicks

A Rainha do Rock e frontwoman do Fleetwood Mac não é uma estranha ao vício. Nicks afirmou em uma entrevista ao escritor Brian Hiatt que os seus primeiros anos na banda foram “perigosos”. A quantidade de cocaína consumida estava totalmente fora de controle. A dependência de nove anos de Stevie Nicks com a droga acabaria por matá-la se em 1986 um médico não a tivesse avisado que o consumo da droga havia provocado um buraco em seu nariz e que o uso de mais cocaína provavelmente seria fatal. Amigo íntimo de Nicks, Tom Petty contou pra Rolling Stone: “Eu estava muito preocupado com ela, a tal ponto que se o telefone tocasse e alguém me contasse que ela havia morrido, eu não ficaria surpreso”. O tratamento de Nicks para o vício em cocaína foi apenas o início para um vício ainda mais debilitante em Klonopin (clonazepam no Brasil) durante o final da década de 1980 e o início dos anos 1990, prescrito por um médico para mantê-la longe do pó. Stevie conta que o tratamento contra o Klonopin foi muito pior que o contra a cocaína, com o cabelo dela caindo e a pela descamando.


Shane MacGowan

Os Pogues podem ser mais conhecidos pelos abusos cometidos pelo excesso de álcool consumido por seu frontman, Shane MacGowan. O nativo de Dublin, hoje com 59 anos, bebeu uma enorme quantidade de licor por muitos anos. Ele estava em um estado tão constante de embriaguez que lhe restaram poucos dentes na boca, e isto não foi resultado de brigas, mas sim pelas quedas, machucados e sangramentos constantes. MacGowan também abusou da heroína, embora nem se compare com o seu consumo de álcool, que chegou a um nível tão extremo que, em 1979, um médico deu apenas seis semanas de vida para o vocalista. 


Steven Adler

O baterista Steven Adler, da formação clássica do Guns N’ Roses, certamente possuía um apetite para a destruição, como sugeria o disco de estreia da banda. Os vícios de Adler em cocaína e heroína foram tão graves que a banda foi forçada a demiti-lo em 1990. Foi por volta dessa época que Adler injetou pela primeira vez speedball, mistura de heroína ou cocaína com metanfetamina. Ele acabaria por sofrer um AVC, assim como um ataque cardíaco, passando uma enorme quantidade de tempo em salas de emergência de hospitais. Estima-se que Adler tenha sido atendido aproximadamente trinta e uma vezes pelos plantões médicos de Los Angeles. Ele participou do programa Celebrity Rehab do Dr. Drew e também da série Sober House, em 2008. Lá, teve uma recaída que foi gravada em vídeo e oferece um vislumbre do que é o vício em drogas pesadas.


John Frusciante

John Frusciante tinha 18 anos quando entrou no Red Hot Chili Peppers, em 1988, substituindo o guitarrista Hilel Slovak, que morreu de uma overdose de heroína. Frusciante teria a sua própria experiência com o vício durante a década de 1990, vivendo recluso e muitas vezes na miséria completa após desistir da banda, em 1992. Seus registros nessa época, principalmente o seu segundo disco solo, foram gravados principalmente para financiar o grande consumo de heroína e cocaína. O baixista Flea relembra: “Eu pensei que o seu cérebro e o seu corpo não iriam aguentar a quantidade de cocaína e heroína que ele estava usando”. O vício de Frusciante foi tão pesado que, quando ele finalmente decidiu se tratar, tinha perdido a maioria dos dentes, que haviam apodrecido e precisaram ser substituídos. Ele fez também enxertos para remover as cicatrizes dos abcessos de sua pele, resultado de anos e anos injetando cocaína e heroína.


Duff McKagan

Outro Guns N’ Roses, Duff contou, em 2011, que o estilo de vida repleto de excessos vivido pela banda durante a década de 1980 e a primeira metade dos anos 1990 virou um pesadelo que quase o matou. Além de enormes quantidades de cocaína e heroína, o gosto de Duff pelo álcool também contribuiu para a quase morte do baixista. Ele relembra: “Todos os dias eu me assegurava de ter uma garrafa de vodka ao lado da cama assim que acordasse”. Os primeiros sinais de problemas começaram a aparecer com a queda do cabelo, dor nos rins ao urinar e o sangramento sem controle de seus dentes. Na sequência, seu pâncreas se rompeu depois de inchar e ficar do tamanho de uma bola de futebol, devido ao consumo excessivo de álcool. Esse foi o ponto de virada para Duff, que a partir de então decidiu se tratar e viver uma vida mais sadia.


Nikki Sixx

Talvez todos os excessos da década de 1980 sejam mais apropriadamente exemplificados no Mötley Crüe, banda em que Nikki Sixx era o baixista. Os relatos de hedonismo e da devastação causada pelas drogas muitas vezes ofuscam a produção musical do grupo. Todos os quatro integrantes eram conhecidos por seus estilos de vida repletos de excessos, embora Sixx tenha sido o mais extremo no consumo de drogas. A autobiografia escrita pelo baixista em 2007, intitulada The Heroin Diaries, relata explicitamente as atividade do dia a dia de Nikki entre 1986 e 1987, mostrando um cara chegando aos estágios mais baixos do vício em cocaína e heroína. O livro culmina com uma overdose quase fatal de heroína, na qual Nikki Sixx foi oficialmente declarado morto pelo médicos antes de ser ressuscitado. E claro, essa não foi a primeira overdose do baixista. Em outro momento, o corpo sem vida de Sixx foi colocado em um beco por um traficante para não chamar a atenção das autoridades. Quando acordou, Nikki foi imediatamente para casa e injetou a droga novamente. Agora com 58 anos e finalmente sóbrio, vive outra história milagrosa ao conseguir se manter longe de seus vícios.


Ozzy Osbourne

Se um homem surpreendeu a comunidade médica, seu nome é Ozzy Osbourne. De acordo com um artigo publicado em 2015, o genoma do cantor do Black Sabbath revela como ele sobreviveu a quarenta anos de abuso desenfreado de álcool e drogas. Por exemplo: os pesquisadores descobriram uma mutação no gene ADH4, ligado ao abuso de drogas e álcool, e que pode ser a razão de Ozzy conseguir beber mais e com mais facilidade do que um ser humano médio. Com isso em mente, as quatro décadas do vício de Ozzy em álcool, ácido, maconha, cocaína, heroína, Valium, Vicodin e em um coquetel surpreendente de anfetaminas, tranquilizantes, barbitúricos, analgésicos e pílulas para dormir teriam matado facilmente - e dezenas de vezes - um ser humano normal. De acordo com Sharon, sua esposa: “No fim do mundo, restarão apenas baratas, Ozzy e Keith Richards”.

Tradução de Ricardo Seelig


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