Review: Jared James Nichols - Black Magic (2018)


De vez em quando surgem uns caras que você ouve e percebe que precisa ficar de olho. O vocalista e guitarrista norte-americano Jared James Nichols é um destes casos. Natural do Wisconsin, o rapaz lançou em janeiro o seu disco de estreia, Black Magic. E olha, ele é muito bom.

Antes, vale contar um pouco da sua história. Jared mudou-se para Los Angeles em 2010, virou chapa do pessoal da Gibson após vencer o prestigiado Gibson Les Paul Tribute Contest e soltou em 2012 um EP gravado ao vivo gravado em uma das casas de shows mais comentadas de LA, o disquinho Live at the Viper Room. Então rodou a América tocando em festivas como o SXSW, chamou a atenção e foi convocado para abrir shows de nomes como ZZ Top e Lynyrd Skynyrd.

Toda essa trajetória está refletida nas dez músicas de Black Magic, que em pouco mais de 29 minutos revelam o blues funkeado de Nichols para o mundo. Acompanhado pelo baixista Gregg Cash e pelo baterista Dennis Holm, Jared James gravou um álbum simpático e contagiante, com canções curtas e muito bem resolvidas, e que como cereja do bolo vêm acompanhadas por uma deliciosa cobertura pop - ouça “Honey, Forgive Me” e faça o seu dia mais feliz.

Há alguns ecos de southern rock aqui e ali, porém bastante sutis. As composições em sua maioria apresentam riffs de guitarras sincopados, que abrem espaço para a música respirar e agradam de imediato. Além disso, o uso onipresente do groove torna tudo mais dançante e positivo, puxando o álbum para cima de maneira definitiva.

Tem gente que diz que nada de novo surge no rock. Isso tem nome: preguiça. Jared James Nichols não revoluciona nada e não reinventa a roda com a sua estreia, porém entrega um trabalho sólido, refrescante e cheio de canções fortes que tem tudo para agradar uma parcela enorme de ouvintes.

É bom ficar de olho!

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