Review: Kamelot - The Shadow Theory (2018)


Décimo-segundo disco do Kamelot, The Shadow Theory é também o terceiro a contar com o vocalista Tommy Karevik, que entrou na banda em 2012 no lugar de Roy Khan e já colocou a sua voz em Silverthorn (2012) e Haven (2015). A produção, irrepreensível e digna de nota, é mais uma vez assinada por Sasha Paeth. O trabalho foi lançado dia 6 de abril e está disponível nas lojas e nos apps de streaming.

The Shadow Theory possui a concepção de um álbum conceitual, porém não é estruturado como tal. Suas canções versam sempre sobre o futuro da sociedade em que vivemos, mas não contam uma história contínua. Musicalmente a banda segue entregando o seu power metal característico, que conta com sutis inserções orquestradas e continua soando refinado e de muito bom gosto. Karevik é o destaque, cantando muito bem e fazendo com que os fãs esqueçam cada vez mais a sombra de Khan. Ao todo temos 13 faixas, que sobem para 20 na versão deluxe. 

Há uma certa acomodação da banda ao longo das faixas, e isso é bastante perceptível. A sensação é de que, apesar de muito bem feito, executado e gravado, The Shadow Theory poderia ter um trabalho melhor de composição, pois as faixas soam similares, em sua maioria, com o que o Kamelot já fez em seus discos recentes. As participações especiais de Lauren Hart e Jennifer Haben, respectivamente do Once Human e do Beyond the Black, são competentes mas não fazem muita diferença, já que ambas praticamente repetem os papéis que Charlotte Wessels (Delain) e Elize Ryd (Amaranthe) tiveram em nos dois últimos discos. É trocar seis por meia dúzia.

Como já disse, essa sensação é perceptível também nas composições, com a banda liderada pelo guitarrista Thomas Youngblood não entregando uma evolução ou tentando caminhos diferentes em seu novo álbum. O disco é até legal, mas soa repetitivo e cansativo, e isso acaba fazendo com que você não encontre em suas faixas a sensação de frescor de The Black Halo (2005) - um dos melhores álbuns de metal dos anos 2000 - e até mesmo de Ghost Opera (2007), quando a banda inseriu elementos góticos à sua sonoridade.

Quem é fã provavelmente irá curtir. Já para quem não conhece, recomendo dar uma fuçada no passado do Kamelot, que com certeza oferece momentos mais criativos que esse novo trabalho.

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