Review: Walking Papers - WP2 (2018)


O Walking Papers lançou o seu primeiro disco em 2013 e chamou a atenção pela formação: Jeff Angel (vocal e guitarra, The Missionary Position), Benjamin Anderson (teclado), Duff McKagan (baixo, Guns N’ Roses) e Barrett Martin (bateria, Screaming Trees e Mad Season). Pra completar, o trabalho de estreia veio com a produção de Jack Endino, um dos mais celebrados nomes dos anos 1990 e associado profundamente com a cena de Seattle, e contou com a participação especial de Mike McCready, guitarrista do Pearl Jam.

Cinco anos depois, WP2 vem ao mundo meio fora de timing. O álbum foi gravado em 2015 mas só foi lançado em 19 de janeiro deste ano devido aos compromisso de Duff com o Guns N’ Roses. Há uma certa diferença em relação ao debut, que vinha com um rock mais cru e na cara. Este segundo disco entrega doses maiores de groove e até uma evidente influência de Queens of the Stone Age em algumas faixas, como fica claro logo na abertura com “My Luck Pushed Back”.

De modo geral, as treze canções de WP2 soam como uma espécie de “classic rock moderno”, por mais estranho que essa definição possa parecer. O quarteto bebe dos elementos clássicos do rock, coloca algumas pitadas de blues e balanço por todo o play, e, aliado à produção mais cheia e repleta de graves em relação ao primeiro disco, soa atual sem abrir mão das raízes do gênero que executa. Ainda que em alguns momentos as coisas fiquem adocicadas e suaves demais e o Walking Papers aproxime-se do universo do U2, por exemplo - ouça “Yours Completely” -, a pegada rock mantém-se presente e agradará os fãs.

Um bom disco, mas pelos nomes envolvidos esperava mais desse segundo álbum.


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