Review: Queensrÿche – The Verdict (2019)



O Queensrÿche conseguiu uma coisa rara dentro do metal. A banda norte-americana não só sobreviveu à troca de um vocalista já estabelecido e idolatrado pelos fãs, como ficou melhor com a chegada de Todd La Torre – os últimos discos com Geoff Tate foram, convenhamos, bem medianos. Quem mais conseguiu isso? O Black Sabbath com Dio, o Iron Maiden com Bruce Dickinson, o Anthrax com John Bush (apesar de nem a própria banda acreditar nisso) e outros poucos exemplos.

Na banda desde 2012, La Torre chega ao seu terceiro álbum como frontman do Queensrÿche em The Verdict, lançado no início de março. Respaldado pelos fãs e pelo trio Michael Wilton, Scott Rockenfield e Eddie Jackson (respectivamente guitarrista, baterista e baixista originais), além do guitarrista Parker Lundgren (no grupo desde 2009), o vocalista mostra que foi a escolha certa para manter a banda na ativa.

Produzido por Chris “Zeuss” Harris (Iced Earth, Rob Zombie, Soulfly), The Verdict traz dez faixas e uma alteração interessante no time: afastado por razões pessoais, Rockenfield foi substituído pelo próprio Todd La Torre no álbum – e spoiler: ele se sai muito bem na função.

Na minha percepção, o Queensrÿche ficou mais agressivo com a entrada de seu novo vocalista. Isso se percebe tanto no álbum auto intitulado de 2013 quanto em Condition Hüman (2015), e é um aspecto que se mantém no novo trabalho. Nunca fui apreciador da banda com Geoff Tate no comando – sim, podem jogar as pedras e tudo mais, não tem problema -, mas passei a curtir a sonoridade mais pesada adotada nos últimos discos.

Musicalmente, o Queensrÿche soa atualizado e moderno em seu novo álbum, mas sem precisar mudar a sua música ou explorar aspectos que não tem nada a ver com o seu universo sonoro para alcançar isso, ao contrário do que foi feito em alguns discos sob o comando de Geoff Tate. O que chega aos ouvidos é um metal repleto de melodia, sem tantos elementos prog como no passado, e sempre apresentando bons refrãos. O foco está nas guitarras de Wilton e Lundgren, que abusam dos duetos e harmonias, criando uma atmosfera ao mesmo tempo agradável e rica musicalmente. O tracklist é bem homogêneo, e deve agradar fãs de todas as fases da carreira dos norte-americanos.


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