O
Queensrÿche conseguiu uma coisa rara dentro do metal. A banda norte-americana
não só sobreviveu à troca de um vocalista já estabelecido e idolatrado pelos
fãs, como ficou melhor com a chegada de Todd La Torre – os últimos discos com
Geoff Tate foram, convenhamos, bem medianos. Quem mais conseguiu isso? O Black
Sabbath com Dio, o Iron Maiden com Bruce Dickinson, o Anthrax com John Bush
(apesar de nem a própria banda acreditar nisso) e outros poucos exemplos.
Na banda
desde 2012, La Torre chega ao seu terceiro álbum como frontman do Queensrÿche
em The Verdict, lançado no início de março. Respaldado pelos fãs e pelo trio
Michael Wilton, Scott Rockenfield e Eddie Jackson (respectivamente guitarrista,
baterista e baixista originais), além do guitarrista Parker Lundgren
(no grupo desde 2009), o vocalista mostra que foi a escolha certa para manter a
banda na ativa.
Produzido
por Chris “Zeuss” Harris (Iced Earth, Rob Zombie, Soulfly), The Verdict traz
dez faixas e uma alteração interessante no time: afastado por razões
pessoais, Rockenfield foi substituído pelo próprio Todd La Torre no álbum – e spoiler:
ele se sai muito bem na função.
Na minha
percepção, o Queensrÿche ficou mais
agressivo com a entrada de seu novo vocalista. Isso se percebe tanto no álbum
auto intitulado de 2013 quanto em Condition Hüman (2015), e é um aspecto que se
mantém no novo trabalho. Nunca fui apreciador da banda com Geoff Tate no
comando – sim, podem jogar as pedras e tudo mais, não tem problema -, mas
passei a curtir a sonoridade mais pesada adotada nos últimos discos.
Musicalmente,
o Queensrÿche soa atualizado e moderno em seu novo álbum, mas sem precisar
mudar a sua música ou explorar aspectos que não tem nada a ver com o seu
universo sonoro para alcançar isso, ao contrário do que foi feito em alguns
discos sob o comando de Geoff Tate. O que chega aos ouvidos é um metal repleto
de melodia, sem tantos elementos prog como no passado, e sempre apresentando
bons refrãos. O foco está nas guitarras de Wilton e Lundgren, que abusam dos
duetos e harmonias, criando uma atmosfera ao mesmo tempo agradável e rica
musicalmente. O tracklist é bem homogêneo, e deve agradar fãs de todas as fases
da carreira dos norte-americanos.
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