Charles Burns é um dos principais nomes do quadrinho underground norte-americano e autor de ao menos um clássico da nona arte, a incrível Black Hole. Big Baby, publicado no Brasil pela Darkside Books (que também trouxe Black Hoke para cá em uma edição belíssima) reúne histórias criadas por Burns no início de sua carreira, todas centradas no personagem título, um garoto que possui um gosto por tramas assustadoras de terror e uma imaginação criativa e fértil.
O livro traz
histórias escritas e ilustradas entre 1983 e 1992, e que foram
publicadas na revista RAW, que era editada por Art Spiegelman (autor da
obrigatória Maus) e Françoise Molly, sua esposa. Assim, temos contato com A
Maldição dos Toupeiras, Peste Juvenil e Clube de Sangue, todas sombrias e com
elementos sobrenaturais fortemente presentes. É possível perceber a evolução na
forma de contar histórias de Burns, bem como a construção do seu traço
característico, onde linhas claras e o uso de preto e branco entregam figuras
marcantes e que se aproximam da pop art. Peste Juvenil, inclusive, funciona
como uma espécie de prelúdio para Black Hole, já que introduz uma trama similar
e com elementos semelhantes à HQ que Charles Burns desenvolveria de maneira mais
profunda alguns anos mais tarde.
É preciso parabenizar a Darkside Books por um lançamento como esse aqui no Brasil. Big Baby é um exemplo claro de como a narrativa gráfica é uma forma poderosa de contar histórias, além de um documento que mostra a evolução de um dos principais nomes dos quadrinhos atuais. Aliás, o catálogo de HQs da editora é outro ponto que merece destaque, com obras que oferecem um outro caminho para quem ama o gênero mas quer algo mais profundo que as tradicionais tramas de super-heróis. E tudo com o acabamento gráfico primoroso que levou a Darkside a ser reconhecida como uma das melhores editoras a surgir no Brasil nos últimos anos.
Mais um excelente título e que vale a pena conferir.
Compre com
desconto abaixo:
Comentários
Postar um comentário
Você pode, e deve, manifestar a sua opinião nos comentários. O debate com os leitores, a troca de ideias entre quem escreve e lê, é que torna o nosso trabalho gratificante e recompensador. Porém, assim como respeitamos opiniões diferentes, é vital que você respeite os pensamentos diferentes dos seus.