Quadrinhos: David Boring, de Daniel Clowes (2019, Nemo)


Daniel Clowes é um dos principais nomes do quadrinho alternativo norte-americano. Autor de HQs celebradas como Ghost World, Wilson e Paciência, é aclamado pela crítica com vários Eisner e Harvey Awards na prateleira, e teve três de seus livros – Ghost World, Art School Confidential e Wilson – adaptados para o cinema.

David Boring é o mais recente lançamento nacional do catálogo de Clowes. Publicada em 2000 nos Estados Unidos, a HQ chega ao Brasil através da Editora Nemo, que já havia lançado outros títulos do autor como Ghost World, Paciência e Como uma Luva de Veludo Moldada em Ferro. A trama conta a história do personagem principal, um jovem que procura o seu ideal de “mulher perfeita” enquanto tenta descobrir mais sobre o seu pai, um obscuro artista de quadrinhos. No meio disso tudo temos uma relação conturbada com a mãe, uma família bastante disfuncional, amizades, conquistas amorosas e alguns assassinatos pelo caminho.

 

Clowes é, inegavelmente, um mestre na arte de contar histórias. Sua narrativa, tanto gráfica quanto textual, captura o leitor de imediato, transportando-o para dentro do roteiro como mais um dos seus personagens. O ritmo é ágil, as reviravoltas são surpreendentes e a curiosidade sobre como tudo vai acabar se mantém até o final. O traço é limpo, com rostos marcantes e a característica única do autor, que encontra certos pontos em comum com o estilo de outro gênio do underground, Charles Burns, autor de Black Hole.

A edição da Nemo é muito bonita, com capa em brochura, orelhas com informações adicionais e ótimo acabamento. A história, toda em preto e branco, possui apenas pequenos momentos coloridos, que acontecem quando David revisita os antigos quadrinhos de seu pai.

O resultado é uma HQ excelente, que trata de assuntos muito mais próximos da realidade do leitor do que as histórias de super-heróis, que diversas vezes acabam apenas reciclando os mesmos temas.

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