Review: Uganga – Servus (2019)



Sempre que ouço um disco do Uganga, fico com a sensação de que precisamos falar mais sobre essa banda mineira. Isso porque o trabalho do grupo é incrível e, no meu ponto de vista, não ganha a atenção e o destaque que merece aqui no Brasil, tanto por parte dos fãs quanto por da mídia especializada. A audição de Servus, novo trabalho dos caras, reativou esse sentimento.

Quinto disco do Uganga, Servus foi viabilizado através de recursos da Wacken Foundation, instituição ligada ao festival Wacken Open Air e que apóia projetos relevantes relacionados à música pesada em todo o planeta, e pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Uberlândia, cidade natal da banda. O álbum traz treze músicas e é o sucessor de Opressor (2014).

Além da sonoridade já conhecida dos fãs, que equilibra elementos de thrash metal e hardcore e conta com letras muito bem escritas e com forte discurso social e contestador, o Uganga soa mais experimental em Servus, explorando aspectos espirituais, místicos e etéreos de sua arte. As canções agressivas despejam riffs e incitam o ouvinte ao banging imediato, enquanto a parte final do disco apresenta composições igualmente pesadas mas que trazem variações muito bem-vindas na parte instrumental, com momentos mais calmos intercalados às onipresentes explosões sonoras. O ápice disso está em “E.L.A.”, praticamente um rap com raízes brasileiras e com a participação da cantora Flaira Ferro.

Servus é mais um capítulo de uma discografia que é uma das mais consistentes do metal brasileiro. Todos os discos do Uganga são ótimos, e a banda segue evoluindo, em todos os sentidos possíveis, a cada novo álbum.

Pra fechar, não dá pra encerrar esse review sem elogiar a linda capa, criada por Wendell Araújo.

Se você é fã de metal e de boa música, tem que ouvir e conhecer o Uganga.

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