Sempre que
ouço um disco do Uganga, fico com a sensação de que precisamos falar mais sobre
essa banda mineira. Isso porque o trabalho do grupo é incrível e, no meu ponto
de vista, não ganha a atenção e o destaque que merece aqui no Brasil, tanto por
parte dos fãs quanto por da mídia especializada. A audição de Servus,
novo trabalho dos caras, reativou esse sentimento.
Quinto disco
do Uganga, Servus foi viabilizado através de recursos da Wacken Foundation,
instituição ligada ao festival Wacken Open Air e que apóia projetos relevantes
relacionados à música pesada em todo o planeta, e pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura
de Uberlândia, cidade natal da banda. O álbum traz treze músicas e é o sucessor
de Opressor (2014).
Além da
sonoridade já conhecida dos fãs, que equilibra elementos de thrash metal e
hardcore e conta com letras muito bem escritas e com forte discurso social e
contestador, o Uganga soa mais experimental em Servus, explorando aspectos espirituais, místicos e etéreos de sua arte. As canções agressivas despejam riffs e incitam
o ouvinte ao banging imediato, enquanto a parte final do disco apresenta
composições igualmente pesadas mas que trazem variações muito bem-vindas na parte
instrumental, com momentos mais calmos intercalados às onipresentes explosões
sonoras. O ápice disso está em “E.L.A.”, praticamente um rap com raízes
brasileiras e com a participação da cantora Flaira Ferro.
Servus é
mais um capítulo de uma discografia que é uma das mais consistentes do metal
brasileiro. Todos os discos do Uganga são ótimos, e a banda segue evoluindo, em
todos os sentidos possíveis, a cada novo álbum.
Pra fechar,
não dá pra encerrar esse review sem elogiar a linda capa, criada por Wendell
Araújo.
Se você é fã
de metal e de boa música, tem que ouvir e conhecer o Uganga.
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