Chegando ao seu décimo-primeiro álbum, o Amon Amarth
lançou no início de maio Berserker, sucessor do sólido Jomsviking (2016). O
disco marca a estreia em estúdio do baterista Jocke Wallgren (ex-October Tide e
Valkyrja, entre outros), que entrou na banda em 2016 substituindo Fredrik
Andersson.
Expoente máximo do viking metal, o quinteto sueco batizou
o novo álbum em uma referência aos berserker, linhagem de guerreiros nórdicos
associados a Odin, o Pai de Todos, e cuja selvageria em batalha era lendária,
uma espécie de frenesi insano que os lançava contra as linhas inimigas.
O disco foi produzido por Jay Ruston (Anthrax, Stone
Sour, Killswitch Engage) e traz 12 faixas espalhadas por pouco menos de 1 hora
de duração. Musicalmente, temos a banda partindo do terreno de sempre – o death
metal melódico – e o adornando com melodias que possuem uma raiz mais antiga,
inspirada na cultura viking. A energia é uma constante, assim como a
agressividade, que advém principalmente do ótimo vocal de Johan Hegg. As
guitarras da dupla Olavi Mikkonen e Johan Söderberg trabalham com uma precisão
e um entrosamento incrível, enquanto Wallgren mostra serviço ao lado do
baixista Ted Lundström na cozinha. O grupo sabe alternar dinâmicas durante as
músicas, fazendo com que elas tenham momentos de maior velocidade com outros
mais cadenciados, recurso esse que já se provou pra lá de eficiente ao longo
dos anos.
Entre as músicas destaque para as harmonias de guitarra
de “Crack the Sky”, a matadora “Mjolner, Hammer of Thor” (com cara de futuro
clássico), o clima de hino de batalha de “Shield Wall”, as melodias de “Raven’s
Flight” (escolhida como primeiro single não por acaso), o clima épico e os
coros de “Ironside” e as guitarras maidenianas de “When Once Again We Can Set
Our Sails”.
Merecem atenção também as aventuras por caminhos mais
lentos e que contrastam com a velocidade onipresente nas demais composições, e
que podem ser ouvidos em “The Berserker at Stamford Bridge” e “Into the Dark”.
Essas duas faixas acrescentam um pouco mais de variedade ao tracklist,
tornando-o ainda mais forte. Esse é um aspecto importante, pois o death
melódico, quando feito sem a dose de talento que o Amon Amarth sempre
demonstrou, possui a tendência de soar invariavelmente repetitivo, reciclando
fórmulas e apostando sempre na mesma receita. A banda foge dessa armadilha em
todas as composições do álbum, mostrando que ainda tem muito a dizer e
acrescentar.
Berserker é um disco sólido e competente, que mantém o
alto nível que o Amon Amarth sempre demonstrou em toda a sua carreira. Uma bela
aquisição a uma das melhores discografias do metal.
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